Capítulo 16

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  - Por que você não aceitou ir lá dançar no palco?- Breno perguntou divertido enquanto estavam a caminho do hotel.

  - Tá doido, Breno? Pra tudo tem um limite nessa vida!- o olhou rapidamente enquanto seguia caminhando.

  - Mas ia ser legal ver você com sutiã de coco- brincou.

  - Se você quer ver é só pedir, não precisa ficar arranjando desculpa não- disse no mesmo tom.

  - Não brinca que eu peço mesmo, hein?- a olhou e mordeu o lábio inferior.

  - Você é engraçado, moço- negou com a cabeça e logo sentiu a mão do homem segurando a sua e a parando no meio do caminho.

  Como já estava tarde, não havia ninguém circulando por aquela área.

  - O que foi?- se virou para o loiro vendo o olhar intenso que ele lhe lançava.

  Ele apenas negou com a cabeça contendo um sorriso logo umedecendo os lábios com a língua.

- Por que você parou?- se sentiu um pouco desconfortável e desviou o olhar do dele.

  - A gente já deveria ter feito isso antes.

  - O que?- os castanhos encontraram o verde novamente.

  - Sair juntos, nos divertir fora do escritório- deu de ombros- Você é uma ótima pessoa pra se conviver.

  - Eu sei que sim- resolveu retomar o tom de brincadeira antes que seu coração parasse de bater- Tanto que convenci a mim mesma que suas palavras foram todas reais na declaração porque eu sou incrível- deu uma risadinha ao final, mas ele não acompanhou.

  - Elas foram totalmente verdadeiras- revelou ainda segurando a mão esquerda da mulher- Eu não falei sequer uma mentira.

  Queria fazer outra brincadeira para sair daquela tensão palpável que se instalou, mas apenas consegui engolir seco enquanto seu coração acelerava mais que o normal.

  - Você é a pessoa mais incrível que eu conheço- deu um pequeno sorriso e puxou a mão dela, fazendo os corpos se aproximarem.

  Estavam a centímetros de distância e as respirações podiam ser sentidas.

  - A gente tem que voltar logo e...- foi interrompida pelo polegar do homem passando por seus lábios enquanto ele repousava o restante da mão em seu rosto.

  - Não fala nada não- olhava hipnotizado para os lábios cheios.

  Paula sabia que aquilo era errado e queria muito se afastar, mas seu corpo estava sedento por aquilo, seus lábios praticamente imploravam para sentir os do chefe.

  Aproximavam os rostos lentamente, sem a mínima pressa. Quando os lábios já estavam quase se tocando, uma moto passou por eles e os assustou, fazendo se separarem rapidamente.

  - Acho melhor a gente ir- ela sorriu sem graça e começou a andar.

  Eles foram até o hotel em silêncio. Quando chegaram no andar de seus quartos, pararam em frente à porta do quarto que a morena dividia com os filhos.

  - Queria te agradecer por me acompanhar hoje- sorriu para o homem.

  - Eu que tenho que te agradecer por essa noite maravilhosa- pôs as mãos nos bolsos da calça- Eu me diverti pra caramba. Aquela mulher é muito fora da casinha.

  Os dois riram, mas ficaram sérios quando seus olhos se encontraram.

  - Desculpa, mas eu preciso disso- umedeceu os lábios com a língua e levou uma mão ao rosto dela.

  - Isso não é certo, Breno- tentou relutar, mas seus olhos já estavam fechados esperando o que viria.

  - Não pensa nisso não. Vem cá, vem- encaixou a mão direita na nuca dela e aproximou os rostos.

  Não queria perder tempo como da vez anterior, então já foi direto de encontro aos seus lábios. Ambos puderam sentir algo diferente em seus corpos enquanto os lábios se conectavam, parecia que aquilo era uma necessidade, não mais apenas um desejo.

  Quando ele separou os lábios pronto para aprofundar o beijo, o barulho da porta foi ouvida, fazendo ambos se separarem rapidamente.

  - Mamãe?- Sofia disse com uma expressão sonolenta após abrir a porta do quarto.

  - Oi, meu amorzinho- pegou a menina no colo e beijou seu rosto- Se comportou?

  Conseguia sentir seu rosto queimando por conta do que acontecera anteriormente.

  - Aham- pôs a mão na bochecha da mais velha- Por que você tá com a bochecha vermelha?- acariciou o local.

  - Nada não- sorriu- Acho que já vamos entrando então- falou para Breno que observava tudo em silêncio.

  - Claro- ele passou os dentes pelo lábio inferior e assentiu com a cabeça- Imagino que estejam cansadas.

  - Boa noite, Breno- Sofia disse para o homem e ele sorriu para ela logo lhe dando um beijo na bochecha.

  - Boa noite, pequena.

  - Até amanhã- Paula disse sem olhar para ele e entrou no quarto já levando Sofia de volta para a cama.

  Ela queria dispensar a babá, deitar com seus filhos e dormir bem agarradinha com eles, mas estava com uma vontade quase incontrolável de ir até o quarto da frente e finalizar o que começou. E foi isso que fez.

  Ela se direcionou a saída do quarto rapidamente  e, ao abrir a porta, se deparou com Kaysar bem a sua frente, e logo atrás estava Breno e Marcela trocando um beijo apaixonado.

  - Eu já ia sair pra te procurar, tava ficando preocupada- disse para Kaysar tentando disfarçar o real motivo de ter aberto a porta do quarto.

  - Já to aqui, meu amor, todinho pra você- ele brincou e deu um beijo na bochecha dela.

  - Seu namorado foi um herói hoje, Carolina- Marcela falou se afastando de Breno- Ele salvou a vida de uma ovelha.

  Ela não conseguia ouvir uma palavra do que estava sendo dito.

  - Que bom- forçou um sorriso- Vamos entrar?- olhou para o outro.

  - Não querem mandar as crianças pra dormirem com a gente hoje? Imagino que estejam querendo um pouco de intimidade- a loira sugeriu.

  - Não, eles já estão dormindo, obrigada- sentiu a culpa recair sobre si quando olhou dentro dos olhos azuis da menina.

  Ela tinha um olhar tão inocente, não merecia aquilo que aconteceu.

  - Me desculpa- falou no impulso e Breno pôde sentir seu sangue correr frio por suas veias.

  - Pelo que?- sorriu confusa.

  - Poe ter entrado de gaiato na sua viagem romântica- forçou um pequeno sorriso- Mas enfim. Boa noite- puxou Kaysar para dentro do quarto e fechou a porta sem chances de rebate.

  Ela não sabia o que iria fazer com aquele tanto de sentimentos que haviam surgido. Não sabia como seria quando voltassem para Goiânia. Ela não conseguiria mais viver sendo a secretária de Breno. Ela precisava urgentemente decidir o que faria de sua vida daquela viagem em diante.

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