Arrependimento

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"Abrace e reviva todos os momentos que te fizeram feliz na estrada da vida. Para que os motivos que te fizeram chorar, nunca tenham forças para te destruir."

Evandro Zan

Quando ia descer lembrei da jaqueta de Paul e a peguei  para devolvê-la, não demorou para que ele chegasse e sai ao seu encontro.

- Oi -falo assim que fecho a porta por trás.

-Oi -diz me olhando de baixo para cima -Você está linda.

- Obrigada -sorri sem jeito -Sua jaqueta.

A estendi para ele e o mesmo sorri.

- Fique com ela, fica perfeito -diz

- Obrigada -digo - vamos!?

-Claro -sorri -primeiro as damas.

Ri e ele me guiou até o carro estacionado na frente da minha casa e abriu a porta do lado de passageiro, para mim.

- O cavalheirismo ainda não morreu -disse me fazendo rir novamente.

- Você tem sentido de humor!  Gosto disso -digo

- Eu sei - convencido

Chegamos num restaurante com vista para o mar, nos sentamos e como sempre o cavalheirismo não estava morto.  Antes de fazermos os pedidos conversamos um pouco e com isso me abri mais.
Como era de se esperar a especialidade do restaurante eram mariscos ,e nossa, tudo estava delicioso. Depois do almoço, conversamos um pouco mais até:

- O que você gosta de fazer em tempos livres!?-Paul

- Gosto/Gostava de praticar novas receitas de cozinha, tentar ter criatividade de inventar algo novo.- respondo

-Então você gosta de Culinária- assinto

- Antes da morte de Charles, meu marido, eu ia abrir um restaurante -sorrio triste -ele me incentivou a seguir meus, mas depois tudo se tornou insignificante.

Ele me encarou inexpressivo e ficamos um tempinho em silêncio.

Tomei um gole do meu suco de uva e tentei amenizar o incomodo que eu tinha instalado :

- E você do que gosta? -o olho

-Não sei mais do que gosto -fala pensativo -desde criança gosto de me divertir de todas as formas, porém sobre limites.

-Hummm ,interessante -ele assentiu

-Depois de me ocupar mais com os negócios, gostava muito ler -fala -Algumas ficções e comédias.

-Nunca tive a oportunidade de me sentar para ler -digo - talvez me emprestes alguns dos teus livros.

- Com certeza.

Após jogar a conversa fora, saímos do restaurante para dar uma volta no parque. Caminhamos um pouco e depois nos sentamos em um banco ,tinham algumas crianças brincando.

Ficamos em silêncio, eu olhei para as crianças por ali com suas mães sorrindo alegremente, enquanto eu sorria tristemente.

-Você está bem!?-Paul pergunta com a expressão preocupada.

- Claro - forcei um sorriso -Melhor do que bem.

Ficou um silêncio um pouco incómodo, até meu celular tocar, minha mãe.

Eu 📲-Oi mãe!

Mãe 📲-Olá filha, espero que esteja bem.

Eu📲-Estou bem mãe, não precisa se preocupar.

Mãe 📲- Tudo bem. Queria te dizer que o seu pai já falou com os advogados e com o agente imobiliário, você pode ir resolver as coisas sobre o restaurante e o seguro.

Eu 📲-Tudo bem mãe, vou amanhã pela manhã.

Mãe 📲- Certo filha. Se cuide beijos .

Eu 📲- Mande mil beijos meus ao papai.

Mãe 📲- Claro.

Desliguei a chamada e olhei para Paul.

- Era minha mãe, ligou para me avisar que já posso retomar a vida que parei.

- Não quero ser intrometido, mas no que você trabalha? - hesitou

- Culinária -gesticulei -Meus tem boas condições e sempre me deram tudo, pagaram até minha faculdade . Depois de casada, trabalhei como cozinheira no restaurante Eleven Madison Park, mas não durou tanto tempo assim, Charles vinha de uma família rica e era um bom advogado.
Sorri levemente

- E você fale um pouco do seu trabalho! -me viro sentada para ele.

-Além de tudo que você já sabe- deu de ombros - Trabalho com carros e em poucos dias terei uma empresa independente para evoluir mais.

- Só isso!? -Assentiu -você disse que a sua avó gostava de cozinhar  em especial doces.

-Pois é!  Ela gostava disso -sorriu - E não é por eu ser o neto mas ela fazia bolos deliciosos. Ela tinha uma pastelaria, ainda tem, ela fez um livro de receitas e quando eu encontrar a pessoa certa, lhe pertencerá.

-Espero que encontre essa pessoa -sorri- adoraria provar um de seus bolos.

Ficamos conversando mais tempo até decidirmos voltar para casa.