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" O sofrimento é mais um motivo, para persistir na busca da felicidade "

Continuando....

Jenna narrando

Os dias assim foram, e toda a vez que mamãe fazia um comentário, parecia que ela estava contando os dias para o fim, fim esse que eu tanto temo.

Novamente ela passou mal e foi uma questão de tempo até ela não querer se levantar mais, é como se os seus membros tivessem se tornado inválidos, nem se sentar ela conseguia mais, os médicos disseram que não podiam fazer mais nada, ela só melhoraria por um milagre.

De tanto que a gente passava o tempo no hospital, decoramos o quarto com quadros, vasos e outras coisas que mamãe gostava, tudo isso na intenção de alegrá-la um pouco.

No início ela ficou encantada e maravilhada, ela já até sorria um pouco, mas não bastou, aos poucos Tudo perdeu a graça, ela perdeu a alegria.

Era como se, dia após dia essa doença a afastasse da gente, tirou toda alegria dela, todo ânimo e talvez a minha última gota de esperança também estivesse desaparecendo aos poucos.

•••

Alguns dias se passaram e aos poucos ia piorando mais do que já estava, ela passava todo tempo deitada e muitas vezes dormindo, o máximo que nós recebíamos quando a mesma se encontrava acordada era um leve e fraco sorrisinho, até dormir denovo.

Nem apetite ela tinha, passou a ser alimentada a base de soros e pelas dores e algumas convulsões, que do nada começou a ter, ficava maior parte do dia sedada, as dores se tornaram muito constantes.

Quando eu dormia no hospital, o que acontecia quase sempre, por vezes acordo a noite com gemidos ou um choro silencioso de mamãe pelas dores, isso acontece quando as dores não são tão fortes, a ponto de fazê-la gritar.

Por vezes eu chorava junto, eu sei que devo ser forte, mas eu também sou uma humana e não sei se aguentar sempre sofrer calada.

- Eu não quero perder a minha mãe - digo para Paul

- Ninguém quer perder ela -diz limpando a lágrima no canto de meu olho - Ela é como uma mãe para mim e eu também não estou pronto, mas vamos superar. Juntos.

- Juntos! - Me aconchego mais em seu abraço.

Realmente ninguém está pronto. Mari (empregada) é como se fosse da família e também está devastada, mas tenta sempre estabelecer a tranquilidade, tem dado grande apoio meus tios estão quase sempre por perto, o apoio deles é realmente importante.

- Eu estou com tanta fome - disse mamãe num sussurro um dia desses, mal mantinha os olhos abertos.

- Querida! - disse papai com os olhos manhosos olhando mamãe.

-Mãe! -digo -o que a senhora quer comer?

- Não sei! - sorriu fraco ainda com olhos sonolentos - Desde o momento em que você prepare, eu como tudo.

Essas palavras foram a gota de água, para fazer ressurgir o pouco de esperança que ainda me restava, olhei para Paul sorrindo e logo para papai, notando uma linha de esperança em seu olhar.

-Eu preparo o que a senhora quiser -digo fazendo carinho em sua mão.

- Só não esqueça da pavlova - diz dando um sorriso fraco logo abrindo lentamente os olhos.

Sorri e logo, fiquei feliz. Depois de tanto tempo vendo ela deitada e dormindo, aquilo significava um grande progresso.

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