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"Dificuldades preparam pessoas comuns, para destinos extraordinários. "

(C.S. Lewis.)

Jenna narrando

Continuei ali sentada, encarando minha mãe e me fazendo várias perguntas, que provavelmente não tinham respostas, eu não queria passar por isso.

Sinceramente, eu não quero que alguém passe pelo que estou passando, acho que essa é a pior dor.

Eu estava tão perdida que nem reparei, que minha mãe tinha acordado, até ela apertar minha mão.

- Oi filha -disse ela sorrindo fracamente.

- Mamãe! -digo com um nó na garganta.

-Você está bem? -perguntou quase que num sussurro e eu assenti -Me desculpe, eu deveria ter contado mais cedo.

- Esquece isso Mãe, agora está tudo bem -sorrio - eu estou aqui .

- Continue feliz está bem!?- engulo em seco -Me prometa, que será forte.

Falou com a voz baixa.

-Eu prometo mamãe -digo limpando a lágrima na minha bochecha - Mas não fale isso, você vai ficar bem.

Ela sorriu me confortando.

Logo Paul entrou no quarto e minha mãe mesmo no estado em que está, não perde a oportunidade de fazer gracinhas ou nos fazer felizes, a alegria e entusiasmo dela me surpreende.

Meu pai também nos acompanhou nessas risadas, já estava tarde até.

- Pena que não estarei aqui para o vosso casamento! -diz minha mãe triste causando na sala um silêncio totalmente insurdecedor.

-Não pense nisso querida -diz meu pai, tentando amenizar a situação.

Depois disso eu me disponibilizei a ficar no hospital com ela o tempo que fosse necessário, meu pai podia ser o marido mas já estava ficando velho e ele ficar ali não é aconselhável.

Do nada lembrei do restaurante, era inacreditável que eu tenha passado o dia todo sem lembrar do restaurante, quando olhei meu celular tinha centenas de mensagens vindas do restaurante, retornei a do Chef executivo pedindo para ele dar conta de tudo por lá na minha ausência, a saúde da minha mãe é mais importante, que qualquer sonho meu.

Quando eu e Paul saímos do hospital para ir pegar algumas roupas para mim e tomar um banho, assim que chegamos na casa, Paul não saiu do carro e ficou me olhando, se bem que ele estava muito pensativo no caminho inteiro.

-Porque está me olhando? -franzi a testa em confusão -Tem algo de errado?

Ele nega lentamente e sorri de lado.

- Meu amor -ele segurou minhas mãos se virando para mim, ainda dentro do carro -Eu sei o quanto você está frágil e preocupada.

Eu franzi a testa confusa, porque ele está falando isso? O que houve?

- Quero que você saiba que a sua preocupação é a minha preocupação -continuou - nós estamos juntos nisso ,eu prometi para você e para mim mesmo, que nunca te abandonaria e que lutaria todos os dias pelo seu bem-estar.

Ele sorri de lado mais uma vez e acaricia minha mão.

- Eu estive pensando em nós dois -ele diz

-Você quer terminar comigo? É isso? -pergunto com o coração a mil.

-Não, claro que não -ele sorri desta vez, abertamente -A sua mãe falou que não podia estar no nosso casamento, e eu estava aqui pensando se a gente não poderia casar mais cedo.

Assim que ouvi isso, por um momento pensei ter errado uma batida, mas uma felicidade cresceu em mim.

-Você... Você está falando sério? -pergunto me curvando

-Claro que estou -Paul fica sério - Assim aproveitariámos mais, ela podia estar lá do seu lado no casamento.

-Eu quero me casar sim -sorrio apreensiva -Mas você tem certeza disso?  Mamãe vai intender que a gente está esperando o tempo certo, não quero que você seja obrigado a isso.

-Eu tenho certeza Jenna -diz ele pegando meu rosto entre as duas mãos me fazendo encará-lo - Eu não tenho dúvidas sobre isso, eu quero passar a vida com você, partilhá-la. -Ele sorri - É você que eu quero, para que seja minha parceira, minha amiga, minha esposa.

-Tudo bem -digo encostando minha testa na dele -eu também quero isso. Se nós dois queremos, então está tudo certo.

Sorrimos.

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