"Passamos metade da vida à espera daqueles que amamos e a outra metade a deixar os que amamos."
(Victor Hugo)
Continuando...
Paul narrando:
Fico muito feliz e aliviado também, por Sra.Francine estar melhorando, ela se tornou uma mãe para mim, sempre me apoiando com a Jenna. Na verdade toda família da Jenna se tornou minha família, criei amizade com primos tios e outros, sinceramente eu não podia pedir melhor.
Agora que Sra. Francine deu sinal de progresso no tratamento, é só passar mais um tempinho e assim poderá começar com a radioterapia e quimioterapia em conjunto, esse tratamento poderá diminuir o tamanho do tumor logo eliminando as células cancerosas.
Eu acredito que tudo vai ficar bem, a esperança é a última a morrer. Já passei por essa situação com a minha avó, mas mesmo depois de ela ter falecido, sempre tive a esperança de superar e ser feliz brevemente.
Agora Jenna está servindo o pequeno almoço da cesta de ontem, ela está com um sorriso encantador, seus olhos novamente brilhantes - Contudo que tem acontecido, seus olhos ficaram como se adormecidos, ela sorria fracamente mas nenhum brilho chegava aos seus olhos, mas agora está tudo ficando bem.
Eu estava conversando com Francine, enquanto Jenna estava ocupada, John está no banheiro.
Francine estava fraca mas tentava falar o mais audível possível, sua voz não passava de um sussurro, seus lábios curvados num pequeno e fraco sorriso, me deixava contagiado, ela estava melhorando.
- Paul, você pode buscar café para a gente na cafetaria aqui ao lado? -perguntou Jenna depois de alguns minutos.
- Claro! - digo sorrindo - Já volto.
Me levanto e dou um beijo na testa de Francine logo saindo.
Passei pelos corredores do hospital, suas paredes brancas sem vida davam arrepios, embora eu já estivesse habituado a estar cá, não era nada confortável.É como se as paredes brancas fossem preenchidas, por sangue, desespero, lágrimas e sofrimento - esse branco pálido traz lembranças de momentos como esses.
Saí do hospital logo adentrando na cafeteira ao lado. Pedi o café e paguei, voltando assim ao hospital.
John já estava ao lado da esposa, e Jenna falando sobre um assunto banal com os pais, seu sorriso bobo e encantador no rosto.
- Café quentinho -digo posando os copos de café.
- O cheiro já diz tudo - sorrio Jenna me olhando. Num segundo tudo estava bem, mas no outro tudo piorou.
Ouvimos um gemido alto e desviamos imediatamente o olhar em direção a Francine, que a esta altura já estava soluçando.
- Está doendo -sussurrou apertando fortemente os olhos.
- Querida, vai ficar tudo bem - John já estava em pé, sua expressão era abatida.
Jenna já estava desesperada ao seu lado também e eu abri a porta do quarto de imediato, chamando um enfermeiro.
- Mamãe... - ouvi Jenna - Nós estamos aqui.
Logo médicos e enfermeiros adentraram no quarto.
- Se afastem - disse o médico.
Francine se contorcia fortemente pela dor e pelas convulsões, aparentemente estava com falta de ar também.
Eu não queria nem imaginar a dor que ela estava sentindo, vê-la naquele estado era terrível para mim.
Um enfermeiro entrou com uma maca, onde Francine foi colocada de imediato.
- Preparem a sala de UTI agora - ao longe ouvi o médico dizer - Ela precisa de Urgência máxima.
Olhei para Jenna - enquanto a mãe era arrastada - que estava parada no mesmo lugar, como se estivesse perdida em seu mundo.
John tinha saído com os médicos.
Não perdi mais tempo e fui abraçar minha esposa, ela demorou a reagir, mas logo retribuiu soluçando.
Eu tinha vontade de chorar também, afinal a dor dela era a minha também, mas eu não podia. Eu tinha que ser forte por ela, eu sabia que tinha que estar lá quando ela precisasse, eu seria seu amigo antes de tudo.
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Arrependimento
Romance"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Aproveita - lá é essencial, por mais que doa, superar os obstáculos e derramar lágrimas faz parte dela." Jenna após passar por grandes momentos de dor, toma a decisão de acabar com tudo, porém na...