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"Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele. "

Jenna narrando

- Eu acredito que tudo nesta vida vem por um propósito, mas também vai com uma razão. -Diz Paulo fazendo cafuné em meus cabelos.

A calma dele muitas vezes é surpreendente, de um modo bom, pois ele me passa uma segurança inexplicável, sinto que nada pode me derrubar, contudo ele é meu porto seguro e eu agradeço imenso por o ter em minha.

-Eu sei .-digo e me viro para ele agachada, com isso eu o abraço e o beijo - Me desculpe, eu prometo tentar ser forte -encosto nossas testas - eu preciso ser forte e sei que você sempre estará ao meu lado.

- Estamos juntos nessa -ele diz e logo seu celular toca.

Eu me afasto e ele me olha receoso, mas logo atende a chamada.

-Ela está bem John -ele sorri, mas logo franze a testa fazendo uma expressão preocupada. -Aconteceu alguma coisa com a Senhora Francine?

Assim que oiço isso franzo a testa preocupada e com o coração palpitando a mil.

-Tudo bem a gente está indo aí -ele finaliza a ligação e me olha. - A sua mãe está no Hospital, Jenna.

Mal que ele disse isso eu me levantei e ele fez o mesmo.

-Vamos para lá -digo apreensiva -ela precisa de mim.

Ele assentiu e logo fomos ao hospital.

Assim que chegamos me dirigi a recepcionista e falei rápido.

-Francine Turner deu entrada no hospital, pode me dizer onde ela está? -falo e a moça digita no computador e logo me diz onde a minha mãe se encontra.

Eu e Paul caminhamos rapidamente a ponto de ver meu pai saindo de uma sala.

-Papai - o chamo e ele me envolve num abraço - o senhor está bem? E a mamãe?

-Eu estou bem filha e sua mãe -ele suspira visivelmente exausto - o médico disse que ela está bem, o tratamento vai ser bem rigoroso. Ela descobriu tarde e o tumor cresceu demais.

-Eu sinto muito papai mas posso vê-la? -questiono piscando rapidamente evitando as lágrimas.

-Claro que sim, ali -ele apontou para a mesma porta pela qual saiu.

O abraço mais uma vez e deixo os dois conversando mais.

Abri a porta devagar e adentrei no quarto totalmente branco, estar aqui me causa arrepios e trás más lembranças, mas tento ser forte.

Me aproximo da cama lentamente e olho minha mãe deitada nela, sua pele está mais pálida do que o normal e aparenta estar fraca demais.

Me sento na cadeira que ali tem, ao lado da cama.

Pego sua mão frágil entre as minhas e respiro fundo.

-Me desculpe mamãe -quebro o silêncio que apazigua o quarto - Eu não quereria que isso acontecesse.

Digo e limpo uma lágrima que escapou de meus olhos.

-Eu, eu acho que fui egoísta - Engulo em seco - Pensei só em mim, no que eu estava sentindo e em nenhum momento me pus no seu lugar, para entender a dor que você estava sentindo.

Soluço.

-Quando eu devia estar lá cuidando de você, fiquei apenas com raiva. - acaricio sua mão -Mas eu já estou aqui, com você, então mamãe não se atreva a me deixar.

Fiquei calada por longos minutos que mais pareciam anos.

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