As aulas passavam e eu ficava mais ansiosa para ir embora logo, até que o sinal tocou, e todo mundo saiu rapidamente.
— Nossa, a aula demorou a passar, né? — concordei com a Luana que pegou a mochila dela e fomos andando até o Felipe que estava na porta esperando a gente.
— Tô muito feliz, juro! Sei nem o que é depressão! — falei toda animada, e eles dois riram.
Eu e o Felipe mandamos mensagem para as nossas mães, avisando que íamos pra casa da Luana, até porque se saíssemos sem avisar, uma hora depois elas estariam na delegacia relatando nosso desaparecimento.
Estávamos andando e conversando sobre o que íamos fazer, até a garota mais insuportável da escola aparecer bem na nossa frente.
— Sentiram a minha falta? — Vivian nos olhou, com um sorriso falso no rosto, e eu e a Luana reviramos os olhos.
— Nem um pouco.
— Poxa, que pena, não posso fazer nada! Vocês vão ter que me aturar, acabei de voltar do México! — ela deu um sorriso mais falso ainda, e eu queria tirar ele da cara dela na base do murro.
Pensa em uma garota amostrada! Ela parece até criança querendo atenção!
Ela ficou uns dias sem vir pra escola, porque "estava viajando". A idiota ainsa por cima é filha do diretor.
Pensa em uma garota chata e mimada, não gosto nem um pouco dela, pois tenho meus motivos.
— Poxa, que pena! — Luana imitou ela, com uma voz fina. — Mas ninguém perguntou.
Ela deu uma risadinha e fez uma cara de sonsa, logo saindo.
— Aiai, vou dar uns tabefes nela! — Luana revirou os olhos, e saímos da escola.
— Que tanto ódio no coração, Luana... — Felipe olhou pra ela.
— Concordo com a Luana, ela tá merecendo uns tabefes mesmo, pra aprender a ser mulher! — neguei com a cabeça, e o Felipe negou com a cabeça.
Desde criança nunca se gostamos!
Eu e a Luana temos uma raiva imensa dela. Sempre implicou com a gente, fazia brincadeiras sem graça, zoava a gente dizendo que éramos lésbicas porque nunca nos desgrudavámos. Óbvio que a gente não deixava, zoava ela também, porque o bagulho era doido! Mas teve um dia, quando tínhamos lá para os nove anos de idade, a Luana deu um soco no nariz dela que sangrou, e ela saiu correndo e chorando muito.
Esse dia foi épico! Mas foi ela quem começou, ela mereceu aquele soco.
Logo comecei a rir desesperadamente lembrando disso.
— I ala, a doida rindo sozinha! — Felipe e Luana começaram a rir junto, mesmo sem entenderem nada.
— Tava lembrando de uns negócio aqui — respondi, parando de rir aos poucos.
— Lembrando do que? — perguntaram juntos.
— De quando a Luana deu um soco no nariz da Vivian e sangrou muito — ri de novo, e eles riram mais ainda.
— Nossa, aquele dia foi doido, queria ter dado um murro mais forte... — Luana fingiu estar triste e rimos até quase nos engasgar.
Logo chegamos na casa dela, e a mãe dela estava na cozinha.
— Oi mãe! — Luana deu um beijo na bochecha dela.
— Oi tia Mari — eu e o Felipe demos um abraço nela.
— Oi amores!
— Mãe, você não sabe da maior!
— O Lucas e a Melissa voltaram, e eles vão vim aqui — respondeu rindo, e levantamos a sobrancelha.
— Como você sabe?
— Enquanto vocês estão na farinha, eu já estou com o bolo pronto! — piscou pra gente que rimos. — A mãe deles chamou eu, a Luíza e a Daniella pra ir tomar um café e colocar as fofoca em dia! Assim também ajudamos ela a arrumar as coisas.
— Tia, minha meta de amizade é essa aí! — sentei na cadeira, e a Luana concordou.
— Jesus Cristo, é hoje que nossas mães fofocam a cidade inteira! — Felipe colocou a mão na cabeça, e todas nós rimos.
Subimos e fomos trocar de roupa. O melhor de tudo, é que cada um de nós temos em sua casa uma gaveta especialmente com roupas de cada um.
Aliás, eu tive até que pegar outra gaveta da Luana pra colocar minhas roupas, porque elas não estavam cabendo mais em uma só!
Assim que descemos, a Mel e o Lucas já tinham chegado.
— Eai rapaziada! — Lucas fez um toquei com o Felipe, e deu um abraço em mim e na Luana.
Nem parece que tínhamos nos vistos há algumas horas atrás.
— Iai gente... — Mel veio toda felizinha abraçar a gente.
— Olha o que trouxemos! — eles levantaram umas sacolas cheias de doces, e meus olhos logo brilharam.
Fomos pra cozinha fazer pipoca e brigadeiro, enquanto os meninos estavam na sala arrumando as coisas.
— Sério gente, como eu senti a falta de vocês! — Mel nos olhou, e eu e a Luana sorrimos.
— A gente também sentiu a sua, tu fez muita falta! Sem você nosso trio não estava completo.
— Temos que marcar um dia só das meninas, sem os meninos, tipo de irmos para o shopping! — Luana deu a idéia.
— Boa! vai ser muito bom! Amanhã já é sexta, podemos ir sábado — Mel disse e concordamos.
Voltamos para a sala com as pipocas e o brigadeiro, até que a campainha toca.
— Vê quem é aí Lucas, cê tá mais perto da porta — Luana pediu, e ele fez careta, indo até lá.
— Fala aí! — ouvi a voz do Matheus, e me virei, vendo o mesmo adentrando a porta.
O quê esse menino tá fazendo aqui?
Eu sei que ele é primo da Luana, mas ele nunca vem aqui!
— O que você tá fazen... — antes da Luana terminar de falar, a mãe dela desce as escadas e interrompe ela.
— Ah, Luana, esqueci de te falar. O Matheus vai ficar aqui por um tempo, os pais dele foram viajar...
Agora vamos ter que aguentar esse garoto aqui também junto com a gente!
Estava bom demais pra ser verdade...
《《《》》》
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Um Quase, Nós (EM REVISÃO)
Teen Fiction"Percebi que te amava, da pior maneira." Será mesmo que o amor enfrenta todas as barreiras? Será que vai dar certo toda essa mentira? Será que um dia ela ainda vai descobrir e irá perdoar ele? "Amar você sempre foi um jogo perdido, o qual eu gostava...