Eu e as meninas estávamos finalmente conversando a sós, colocando os papos em dia, e falando de várias coisas aleatórias, principalmente das que aconteceram nesses últimos anos.
— Nossa, gente, lá em baixo está o maior silêncio... — Mel disse do nada, mas pior que era verdade.
— Os meninos já devem estar dormindo — dei de ombros — Já é que horas?
— 03:27h — Luana respondeu, olhando a hora no relógio que ficava na estante dela.
— Caraca, já está tardão, daqui há pouca a gente tem aula... — fiz cara de choro e ódio ao mesmo tempo.
— Verd... — Mel foi interrompida pela luz que apagou. — Que porra foi isso?
— Deve ter faltado luz — Luana se levantou, e tentou acender o interruptor — faltou mesmo, e o pior é que a gente esqueceu nosso celular lá em baixo, e não tem nenhuma lanterna aqui.
— Ai não, gente, eu morro de medo de escuro... — Mel choramingou.
— Eu também! E agora? — perguntei, entrando em desespero. — Mano, agora eu tô lembrando do filme...
— Isso não é hora não Rebeca! — Luana me repreendeu.
— Vamos descer e ficar lá com os meninos? — Melissa sugeriu.
— Vamos, é melhor...
Saímos do quarto com cuidado para não esbarrarmos em nada, e quando estávamos no corredor, um barulho de alguma coisa quebrando soa, o quê fez nós três gritarmos.
— Os meninos já estão pegando pesado demais com a brincadeira! — coloquei as mãos no rosto.
— Acho que eles não fariam isso... — Luana disse baixo. — Bom, eu espero... Desligar a luz da minha casa e quebrar alguma coisa já é demais!
— E o quê a gente faz agora? — Mel perguntou com a voz falhando, e logo o silêncio toma conta do lugar.
Sinto uma mão no meu ombro, e não era da Melissa e nem da Luana, porque a mão era grande.
— MISERICORDIASENHORCRISTO — comecei a gritar e falar tudo embolado por conta do desespero.
E como eu não sou burra igual esse povo de filme, eu peguei uma mesinha que estava ao meu lado, fazendo o vaso que estava em cima cair, quebrar e as meninas se assustarem. Logo joguei no monstro.
— CARALHO, MINHA CABEÇA, VOCÊ TÁ MALUCA? — eu conhecia essa voz.
— QUEM É VOCÊ? — Luana gritou.
— O QUÊ TÁ ACONTECENDO AQUI? — outra voz grita, e uma luz clareou nosso rosto, que se formou em caretas por conta da claridade forte.
Era o Lucas com a lanterna do celular na mão, o Matheus com a mão na cabeça e o Felipe atrás deles nos olhando com cara de apavorado.
— Por que vocês estavam gritando? — Felipe perguntou, olhando pra gente e depois olhou pra Mel — E por que você tá chorando? — ele fez careta.
— E por que você tacou uma mesinha na minha cabeça? — Matheus olhou pra mim com cara de dor.
— Foi mal! MAS A CULPA FOI DE VOCÊS, ninguém mandou assustar a gente!
— A gente não fez nada! Só faltou luz, escutamos um barulho e vocês gritando igual retardadas! — Lucas disse, ainda com a lanterna do celular na nossa cara.
— Dúvido, óbvio que foram vocês que fizeram aquele barulho! — Luana rebateu, olhando pra cada um deles.
— Não foi a gente não, pô, tão doidas? — Matheus negou com a cabeça, ainda com a mão lá.
— E além de tudo, já estávamos até dormindo — Felipe completou.
— Foram sim! A gente não esqueceu que vocês assustaram a gente naquela hora! — Mel disse com ódio, e eu concordei.
— Porra, já falamos que não foi a gente! — Lucas se estressou, e a lanterna dele desligou. — Putz.
Ficou o maior breu, estava tudo escuro, parecia até mais que antes.
— Essas coisas só acontece em filme de terror... — Mel disse baixinho.
— Meu celular descarregou! — Lucas bufou, e acho que ele estava tentando ligar de novo.
— O celular de todo mundo ficou lá em baixo, e agora?
— Vamo lá pegar! — Luana respondeu como se fosse óbvio, e logo outro barulho soou de alguma coisa quebrando, e geral se assustou. — Esquece vamos mais não!
Segurei fortemente no braço de alguém que estava do meu lado.
— Tu joga uma mesinha na minha cabeça e depois me abraça, sério isso? — Matheus riu, de forma irônica.
Bufei e soltei o braço dele. Engraçado, hoje tudo estava me levando diretamente pra ele. Eu devo ter absorvido as energias negativas desses filmes que assistimos hoje, só pode!
— Achei que era outra pessoa! — revirei os olhos, e ele riu, pegando no meu braço e entrelaçando com o dele novamente.
— Melhor a gente descer, pegar os celulares e ver o que é — Felipe disse, e os meninos concordaram.
— Melhor não! Vamo ficar todo mundo aqui em cima, parados, sem se mover, que daqui há pouco já vai amanhecer e a gente pega! — Luana deu a idéia, e pior que ela estava falando sério.
— Acho melhor a gente ligar pra polícia, ou para um padre, que tal? — Mel sugeriu, também falando sério.
— Parem de drama e bora logo! — os meninos puxaram a gente, que reclamamos.
Eu estava agarrada no braço do Matheus, Mel em Lucas e Luana no Felipe.
Estávamos descendo a escada devagar, e adivinha? Outro barulho, só que dessa vez bem mais alto que os outros dois, e todo mundo gritou, até os meninos.
— CALMA, gente, vamos manter a CALMA! — Lucas gritou.
— A gente vai morrer, caralho! COMO VAMOS MATER A CALMA? — gritei nervosa, e as imagens do filme que a gente assistiu não saiam da minha cabeça.
— RELAXA, gente, vai dar tudo certo! — Felipe disse, tentando acalmar a gente, só que não deu muito.
Quando chegamos no último degrau da escada, corremos até a mesinha e pegamos nosso celular, logo todo mundo ligou a lanterna rapidamente, menos o Lucas porque o celular dele tinha descarregado.
— O que será que estava fazendo aqueles barulhos? — perguntei, me tremendo inteira, com as lanternas iluminando a sala inteira, e mostrando absolutamente nada.
— Ah não, tá de brincadeira, pô! — Matheus riu, e olhamos pra ele. — Olha só o que assustou a gente.
Apontamos a lanterna para a direção que ele estava olhando, e adivinha só o quê era!
— Ah, fala sério...
《《《》》》
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Um Quase, Nós (EM REVISÃO)
Fiksi Remaja"Percebi que te amava, da pior maneira." Será mesmo que o amor enfrenta todas as barreiras? Será que vai dar certo toda essa mentira? Será que um dia ela ainda vai descobrir e irá perdoar ele? "Amar você sempre foi um jogo perdido, o qual eu gostava...