Capítulo: 15

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Eu e as meninas estávamos finalmente conversando a sós, colocando os papos em dia, e falando de várias coisas aleatórias, principalmente das que aconteceram nesses últimos anos.

— Nossa, gente, lá em baixo está o maior silêncio... — Mel disse do nada, mas pior que era verdade.

— Os meninos já devem estar dormindo — dei de ombros — Já é que horas?

— 03:27h — Luana respondeu, olhando a hora no relógio que ficava na estante dela.

— Caraca, já está tardão, daqui há pouca a gente tem aula... — fiz cara de choro e ódio ao mesmo tempo.

— Verd... — Mel foi interrompida pela luz que apagou. — Que porra foi isso?

— Deve ter faltado luz — Luana se levantou, e tentou acender o interruptor — faltou mesmo, e o pior é que a gente esqueceu nosso celular lá em baixo, e não tem nenhuma lanterna aqui.

— Ai não, gente, eu morro de medo de escuro... — Mel choramingou.

— Eu também! E agora? — perguntei, entrando em desespero. — Mano, agora eu tô lembrando do filme...

— Isso não é hora não Rebeca! — Luana me repreendeu.

— Vamos descer e ficar lá com os meninos? — Melissa sugeriu.

— Vamos, é melhor...

Saímos do quarto com cuidado para não esbarrarmos em nada, e quando estávamos no corredor, um barulho de alguma coisa quebrando soa, o quê fez nós três gritarmos.

— Os meninos já estão pegando pesado demais com a brincadeira! — coloquei as mãos no rosto.

— Acho que eles não fariam isso... — Luana disse baixo. — Bom, eu espero... Desligar a luz da minha casa e quebrar alguma coisa já é demais!

— E o quê a gente faz agora? — Mel perguntou com a voz falhando, e logo o silêncio toma conta do lugar.

Sinto uma mão no meu ombro, e não era da Melissa e nem da Luana, porque a mão era grande.

— MISERICORDIASENHORCRISTO — comecei a gritar e falar tudo embolado por conta do desespero.

E como eu não sou burra igual esse povo de filme, eu peguei uma mesinha que estava ao meu lado, fazendo o vaso que estava em cima cair, quebrar e as meninas se assustarem. Logo joguei no monstro.

— CARALHO, MINHA CABEÇA, VOCÊ TÁ MALUCA? — eu conhecia essa voz.

— QUEM É VOCÊ? — Luana gritou.

— O QUÊ TÁ ACONTECENDO AQUI? — outra voz grita, e uma luz clareou nosso rosto, que se formou em caretas por conta da claridade forte.

Era o Lucas com a lanterna do celular na mão, o Matheus com a mão na cabeça e o Felipe atrás deles nos olhando com cara de apavorado.

— Por que vocês estavam gritando? — Felipe perguntou, olhando pra gente e depois olhou pra Mel — E por que você tá chorando? — ele fez careta.

— E por que você tacou uma mesinha na minha cabeça? — Matheus olhou pra mim com cara de dor.

— Foi mal! MAS A CULPA FOI DE VOCÊS, ninguém mandou assustar a gente!

— A gente não fez nada! Só faltou luz, escutamos um barulho e vocês gritando igual retardadas! — Lucas disse, ainda com a lanterna do celular na nossa cara.

— Dúvido, óbvio que foram vocês que fizeram aquele barulho! — Luana rebateu, olhando pra cada um deles.

— Não foi a gente não, pô, tão doidas? — Matheus negou com a cabeça, ainda com a mão lá.

— E além de tudo, já estávamos até dormindo — Felipe completou.

— Foram sim! A gente não esqueceu que vocês assustaram a gente naquela hora! — Mel disse com ódio, e eu concordei.

— Porra, já falamos que não foi a gente! — Lucas se estressou, e a lanterna dele desligou. — Putz.

Ficou o maior breu, estava tudo escuro, parecia até mais que antes.

— Essas coisas só acontece em filme de terror... — Mel disse baixinho.

— Meu celular descarregou! — Lucas bufou, e acho que ele estava tentando ligar de novo.

— O celular de todo mundo ficou lá em baixo, e agora?

— Vamo lá pegar! — Luana respondeu como se fosse óbvio, e logo outro barulho soou de alguma coisa quebrando, e geral se assustou. — Esquece vamos mais não!

Segurei fortemente no braço de alguém que estava do meu lado.

— Tu joga uma mesinha na minha cabeça e depois me abraça, sério isso? — Matheus riu, de forma irônica.

Bufei e soltei o braço dele. Engraçado, hoje tudo estava me levando diretamente pra ele. Eu devo ter absorvido as energias negativas desses filmes que assistimos hoje, só pode!

— Achei que era outra pessoa! — revirei os olhos, e ele riu, pegando no meu braço e entrelaçando com o dele novamente.

— Melhor a gente descer, pegar os celulares e ver o que é — Felipe disse, e os meninos concordaram.

— Melhor não! Vamo ficar todo mundo aqui em cima, parados, sem se mover, que daqui há pouco já vai amanhecer e a gente pega! — Luana deu a idéia, e pior que ela estava falando sério.

— Acho melhor a gente ligar pra polícia, ou para um padre, que tal? — Mel sugeriu, também falando sério.

— Parem de drama e bora logo! — os meninos puxaram a gente, que reclamamos.

Eu estava agarrada no braço do Matheus, Mel em Lucas e Luana no Felipe.

Estávamos descendo a escada devagar, e adivinha? Outro barulho, só que dessa vez bem mais alto que os outros dois, e todo mundo gritou, até os meninos.

— CALMA, gente, vamos manter a CALMA! — Lucas gritou.

— A gente vai morrer, caralho! COMO VAMOS MATER A CALMA? — gritei nervosa, e as imagens do filme que a gente assistiu não saiam da minha cabeça.

— RELAXA, gente, vai dar tudo certo! — Felipe disse, tentando acalmar a gente, só que não deu muito.

Quando chegamos no último degrau da escada, corremos até a mesinha e pegamos nosso celular, logo todo mundo ligou a lanterna rapidamente, menos o Lucas porque o celular dele tinha descarregado.

— O que será que estava fazendo aqueles barulhos? — perguntei, me tremendo inteira, com as lanternas iluminando a sala inteira, e mostrando absolutamente nada.

— Ah não, tá de brincadeira, pô! — Matheus riu, e olhamos pra ele. — Olha só o que assustou a gente.

Apontamos a lanterna para a direção que ele estava olhando, e adivinha só o quê era!

— Ah, fala sério...

《《《》》》

Um Quase, Nós (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora