— Fala logo, Melissa! — Luana estava sem paciência já com ela que ficou rindo sem parar.
— Tá... tá, vou falar... — respirou fundo, e quando ia falar, começou a rir de novo.
— Ah, quero saber de mais nada não... — Luana bufou e fingiu não querer saber. Óbvio que era mentira.
— Não é nada não, Melissa é maluca, ela não viu nada demais na cozinha! — revirei os olhos.
— Vi sim, quando cheguei na cozinha, a Rebeca e o Matheus estavam se beijando! — ela disse rindo, e eu olhei para ela com indignação.
Que garota mentirosa!
Luana logo arregalou os olhos e olhou pra mim na mesma hora.
— É mentira dela, muito caôzeira, a gente não se beijou nada! — neguei com a cabeça, e ela me olhou com deboche. — Quase, mas a gente não se beijou!
— É, eu tô brincando, mas tinha que ver a cara de vocês quando eu cheguei na cozinha — riu de novo.
— Vocês tão ficando? — Luana perguntou surpresa, e foi minha vez de olhar pra ela com os olhos arregalados.
— Óbvio que não, eu nunca fiquei e nunca vou ficar com ele! — comecei a balançar a cabeça negativamente. — Luana, eu sei que ele é seu primo, mas esse garoto é um galinha!
— Mas na hora que eu cheguei, nem parecia que você pensava essas coisas dele, hein... — Mel murmurou, e olhei pra ela com os olhos cerrados.
— Foi o calor do momento, pô!
— Aí, gente, queria ter visto... — Luana riu. — Eu não consigo imaginar vocês dois se beijando, ou quase.
Revirei os olhos e fiquei só olhando elas falando um monte de palhaçadas, até o sinal tocar.
— Melhor a gente ir pra sala, né? — cortei o assunto, dando um sorriso forçado.
Levantamos e fomos em direção a sala, e quando estávamos chegando, alguém esbarrou de propósito na gente e derrubou água em nós três.
— Olha por onde anda!
— Ops, foi sem querer... — Vivian nos olhou cinicamente, enquanto as amigas dela riam.
— Sem querer vai ser um soco que eu vou dar nessa tua cara! — Luana ia pra cima dela, mas eu e a Mel a seguramos.
— Não vale a pena, amiga... — Mel olhou pra Vivian com nojo e as amigas dela continuaram rindo, e isso já estava me dando os nervos.
— E vocês estão achando graça do que, suas mal amadas? — perguntei, olhando pra fuça de cada uma.
— Ih, vai se fuder! — Vitória, uma das amiga dela disse, me deixando com mais ódio ainda.
— E você vai pra puta que pariu, parece até cachorrinha dessa daí! — me referi a Vivian. — Vai, Vitória, late.
— Olha aqui... — apontou o dedo na minha cara.
— OLHA AQUI É O CARALHO, NINGUÉM APONTA O DEDO NA MINHA CARA! — dei um tapão na mão dela, que já ia vim pra cima de mim, mas uma das amigas dela segurou seu braço.
— O que tá acontecendo aqui? — Felipe perguntou, chegando junto com o Lucas.
— Eu vou socar cada uma delas, tô avisando... — Luana já estava com os punhos fechados, enquanto o Lucas segurava ela.
— Vamos pra sala, gente, é melhor... — Mel disse, tentando amenizar a situação. Mal sabem que no fundo ela é tão barraqueira quanto a gente. —- Antes que alguém chegue.
— Vamos, meninas... — Vivian sorriu, e saiu com as pragas indo atrás.
— Me solta! — Luana puxou o braço dela, muito puta.
— Ih nervosinha! —Lucas revirou os olhos, soltando ela.
— Vamos passar no banheiro antes, eu tô toda molhada! — olhei pra minha blusa, encharcada de água.
— Vamos indo pra sala, não arrumem briga no meio do caminho, pelo amor de Deus! — Felipe olhou pra gente de um jeito sério, e foi pra sala com o Lucas.
Reviramos os olhos e fomos em direção ao banheiro, e quando chegamos lá, não tinha ninguém.
— Juro, qualquer dia desses eu esfrego a cara daquela garota no asfalto quente! — Luana bufou, enquanto se secava com o papel.
— Ela é insuportável... — revirei os olhos, me secando.
— É mesmo, mas não vamos ficar arrumando brigas por aí com ela, ela é filha do diretor — Mel disse, também se secando. — Ia dar problema pra gente... Temos que fazer isso fora da escola! — deu a idéia, e então rimos concordando.
— Eu nem ligo em fazer isso na escola, se eu der uma surra nela e for expulsa da escola, vou ir feliz! — Luana sorriu, e rimos mais ainda.
Acabamos de nos secar, mesmo não conseguindo totalmente, e então fomos para a sala. Demos uma desculpa qualquer pra professora, e então entramos.
Depois de várias aulas chatas, com professores chatos, o sinal finalmente tocou e fomos embora.
— Gaças a Deus, não aguentava mais! — levantei as mãos para o alto, enquanto saíamos da escola.
— E olha que ainda é a primeira semana de aula... — Felipe fez careta, e começamos a resmungar só de lembrar.
— É mesmo... Quero que chegue logo às férias! — Luana choramingou.
— Concordo!
— Ae, nem me esperaram! — Matheus veio correndo até a gente. — Vai rolar o fut mais tarde, né?
— Claro, o craque do futebol tem que ir! — Lucas se gabou, e rimos.
— Também vou, pô! — Felipe respondeu, e o Matheus balançou a cabeça.
— Jae então!
— Vão ir jogar futebol hoje, é? — Luana perguntou como quem não quer nada.
— Aham, lá na praça. Vai ir uns muleques aqui da escola também — Matheus olhou pra ela.
— Ah, posso ir também? Quero ver vocês jogarem — pediu.
— Pode, uai! — ele deu de ombros.
— Vamos, meninas? Ver eles perdendo e passando vergonha — Luana perguntou, enquanto ria.
— Bora! — eu e a Mel concordamos, e todos nós ficamos conversando até chegar na minha casa.
— Então umas sete horas a gente passa aqui na tua casa, jae? — Felipe me abraçou de lado, e eu assenti.
— Jae. Tchau, gente! — mandei beijo no ar pra eles.
— Tchau, bebê — Luana e Mel mandaram beijo de volta e os meninos fizeram coraçãozinho com a mão.
Ri, entrando dentro de casa e eles seguiram o caminho da casa deles.
《《《》》》
Vitória Freitas, 18 anos
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Um Quase, Nós (EM REVISÃO)
Teen Fiction"Percebi que te amava, da pior maneira." Será mesmo que o amor enfrenta todas as barreiras? Será que vai dar certo toda essa mentira? Será que um dia ela ainda vai descobrir e irá perdoar ele? "Amar você sempre foi um jogo perdido, o qual eu gostava...