Capítulo: 8

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Chegamos em frente ao quarto dele, e ele logo abre a porta, dando passagem para eu entrar.

A sala dele já era grande, o quarto parecia três vezes maior! Exagerei um pouco, mas era bem grande.

Tinha uma estante cheia de jogos, uma televisão enorme, a cama dele era de casal, as cores do quarto em tom de azul escuro, e uma parede branca, um guarda-roupa grande, uma mesa com notebook, vários outras coisas interessantes, e uma porta que deve ser para o banheiro.

O quarto dele era bem gelado também, por conta do ar-condicionado. Fiquei até arrepiada.

— Minha irmã gostou de você! — ouvi sua voz, e me virei para encará-lo, que estava encostado na parede. — Tu é a primeira garota que eu trago aqui e ela gosta.

— Sério? — perguntei, achando que ele estava brincando, e o mesmo assentiu. — Normal, todo mundo me ama! — sorri convencida, e ele soltou uma risada de pura irônia.

— Você comprou ela com um casaco de Stranger Things! — fez careta, e eu ri. — Teve um dia que eu trouxe uma garota aqui, e minha irmã jogou suco nela, dizendo que foi sem querer, que o vento ou alguma força maligna havia empurrado ela, mas óbvio que não foi! — revirou os olhos, e eu comecei a rir mais ainda, quase me engasgando, enquanto ele observava e ria também. 

— Eu nem sabia que você tinha irmã — sentei no chão, depois de me recompor. 

— Você não sabe nada sobre mim! — ele respondeu, e eu concordei.

— Não mesmo, e nem quero saber! — acabei soltando sem querer, o que fez ele revirar os olhos. — Então, vamo estudar?

Ele balançou a cabeça, pegando sua mochila e se sentando de frente para mim, e foi aí que eu lembrei que não avisei minha mãe que vinha aqui.

— É... Me fala a senha do Wi-fi? — perguntei sem graça, e ele me olhou. — É porque eu esqueci de falar pra minha mãe que vinha aqui, e tô sem crédito no celular. 

— Tá bom, anota aí! — deu de ombros, e eu peguei meu celular. — 70, 70 — parou, e eu olhei pra ele, incentivando para continuar a falar. — E se não der, 70 de novo. — E ele caiu na risada.

— Haha, muito engraçado essa piada bosta! — forcei uma risada, mas no fundo eu fiquei com vontade de rir, por causa da risada esquisita dele. 

— Foi mal, foi mal — foi parando de rir, e logo me passou a senha certa.

Mandei mensagem pra minha mãe, dizendo que eu estava aqui, e ela de imediato estranhou, mas que quando eu chegasse em casa, explicaria melhor.

— Pronto, agora vamos! — guardei o celular, e ele balançou a cabeça. 

Ficamos estudando por um tempão, e além de estudar física, ajudei ele a estudar matemática, e um pouquinho de Biologia. Até que ele aprendeu rápido, parecia até que já sabia de algumas coisas, ainda mais sobre física, a matéria que ele disse que estava com dificuldades!

Tinha hora também que o Matheus ficava me encarando sem ser nada discreto, e isso me deixava com muita vergonha, e com vontade de jogar o caderno na cara dele!

Depois uma moça veio trazer uns lanches pra gente, e comemos, mas logo voltamos a estudar. Quando olhei a hora, já eram 20:56h da noite.

— Eita, está ficando tarde, tenho que ir pra casa! — guardei minhas coisas na mochila, e me levantei, colocando ela em meu ombro.

— Tá bom! — ele levantou também e descemos. Me despedi da mãe dele, e da Lorena.

— Tch... — antes que eu pudesse me despedir do Matheus, um homem chega e me interrompe.

— Olá, Rebeca! Quanto tempo. Você cresceu bastante! — sorriu de forma gentil. É tão bom ouvir que você cresceu. 

— Oi, tio! Obrigada! — retribui, e ele apertou minha mão.

Eu e essa mania de chamar os outros de tio ou tia!

E também porque eu tinha esquecido o nome deles...

— Então, já tenho que ir! Tenham uma boa noite! — eu já ia saindo pela porta, quando ele me interrompe mais uma vez.

— Vai levar ela pra casa não, Matheus? — prguntou o pai dele, arqueando uma sombrancelha.

— Precisa não! — interrompi o Matheus, antes que ele respondesse. Que constrangimento.

— Precisa sim! Leva ela Matheus, já está tarde, não deixe uma dama ir para casa sozinha, ainda mais uma hora dessas. Mostre que você é cavaleiro!

Tio, de cavaleiro seu filho tem é nada!

Matheus segurou a risada, e pegou as chaves do carro. Ele mesmo sabe que não é!

— Vamos! — olhou para mim, e assenti, desistindo de insistir.

— Tchau! — acenei para o pai dele. 

— Até mais! Aparece um dia desses para jantar com a gente! — ele sorriu, e a mãe do Matheus entrou na sala novamente.

— Verdade, Rebeca! Vou fazer um jantar pra você vir aqui um dia desses! — ela sorriu, e balancei a cabeça com um sorriso tímido. 

Saímos de lá, e entrei no carro junto com o Matheus.

— Primeira vez que vem aqui, e já conquistou meus pais e minha irmã — soltou um sorrisinho, enquanto ligava o carro.

— Sem querer me gabar, mas seus pais sempre me amaram! — pisquei pra ele, que riu e ficou prestando atenção nas ruas. — Aliás, qual o nome deles mesmo?

— Do meu pai é Rogério, e minha mãe é Millena, mas, no futuro você pode chamar de sogro e sogra — me olhou de lado, com um sorriso cínico nos lábios, o que fez eu arregalar os olhos e negar rapidamente.

— Para de graça, Matheus! — cruzei os braços, e encostei a cabeça no banco, olhando pela janela, enquanto escutava a risada dele. — Sem querer ofender os seus pais, claro, mas sim a você! Então não, nunca, jamais!

— Aí já é uma ofensa pra mim namorar contigo! — respondeu, concentrado no volante, e mandei o dedo do meio pra ele. Então foi ali que o assunto morreu. Graças a Deus!

Chegamos na porta da minha casa, e quando eu ia saindo do carro, ele segura o meu braço. 

— Valeu por me ajudar a estudar! — desviou o olhar para fora da janela, e logo voltou para mim.

— De nada! — dei de ombros, e ele se aproximou de mim, mas eu me afastei no mesmo instante. — Agora tenho que ir! — abri a porta do carro, e saí, batendo ela logo atrás de mim, e fui caminhando para a porta da minha casa.

Assim que entrei, já fui falar com minha mãe. Falei que tinha ido lá para ajudar ele a estudar em uma matéria que ele estava com dificuldades, e ela estranhou, mas deu de ombros.

Subi para o meu quarto, tomei um banho e depois desci para jantar. Quando acabei, subi, escovei os dentes e deitei para dormir, eu estava extremamente cansada!

De verdade, espero que ele nunca mais me peça ajuda para estudar, ou fale comigo na escola. Porra, é estressante e cansativo demais ficar perto do Matheus!

《《《》》》

Um Quase, Nós (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora