Capítulo 15

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Sentia-me a desfalecer lentamente. Andava demasiado sobrecarregada com tudo. Era a escola, eram problemas em casa e era toda a situação em que me tinhas colocado, Alma.

Sempre tive problemas com a ansiedade e com o stress. Num ano, costumo ter à volta de uns 2 ataques de ansiedade. Normalmente, não são muito agressivos nem muitos intensos e eu consigo sempre controlá-los bem. Com o passar dos anos, fui aprendendo a lidar com a situação e a evitar os ataques. Conseguia ter o controlo sobre o meu corpo e tentava arranjar formas de me distrair e de deixar fluir os sentimentos e os pensamentos.

Mas o ano de 2019 levou-me a um abismo demasiado profundo a nível mental. Eu não conseguia ter tempo para nada. Mal comia, mal dormia e passava o tempo todo a estudar. Estava no ano académico que iria definir o meu futuro. E a toda a situação entre nós, Alma, não me ajudava em nada.

Fui-me perdendo e fui-te perdendo. Tinha ataques cada vez mais frequentes e mais violentos e intensos. Já não os conseguia controlar, já não me conseguia controlar.

Levaste-me ao extremo, Alma.

Eu precisava de alguém que estivesse ao meu lado, que me apoiasse, que acreditasse em mim e nas minhas capacidades. E tu apontavas-me os meus erros, as minhas falhas. Mentias-me e fazias-me acreditar que não era merecedora do amor de ninguém.

Com o passar do tempo, percebi que já não valia a pena continuar a tentar manter um relacionamento que só me estava a prejudicar. Que só me causava dor e sofrimento.

E segui todos os conselhos dos meus dois anjos. Eles sim deram-me o suporte que eu precisava naquela altura. E o meu terceiro anjo, que nem sabe metade do que aconteceu entre nós e tudo o que aconteceu em 2019, ajudou-me mesmo sem saber. Resgatou a minha alma do fundo do poço. Ajudou-me quando eu estava mais em baixo. Fez-me rir quando o que eu mais queria era chorar. Esteve em todos os momentos cruciais da minha recuperação mental, mesmo sem saber. Ele não permitiu que eu voltasse para o abismo onde tinha caído. E, hoje, continua a acompanhar-me. Ele sabe que eu ainda não estou totalmente bem. Mas não faz perguntas, deixa-me seguir o meu caminho e acompanha-me nele. Aos meus anjos, serei eternamente grata.

Sei que posso contar com os meus anjos para qualquer coisa. Eles continuam a acompanhar-me e a preocuparem-se comigo. E eu sou extremamente feliz por os ter encontrado.

E a nossa relação continuava a caminhar para o seu fim. Apesar de todo o afastamento que já existia entre nós, ainda nenhum tinha dito adeus. Desta vez, de forma definitiva. Já não existiriam novas oportunidades.

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