Capítulo 16

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Pensei muito sobre o que te poderia dizer, Alma. Já não falávamos a demasiado tempo. Eu nem sabia se havia de falar contigo pessoalmente ou mandar-te mensagem. Nem sabia se me irias responder, caso te mandasse mensagem. Se me ignorasses, eu esqueceria o assunto e seguiria a minha vida. Pelo menos, tentaria. Conhecendo-me minimamente bem, sei que continuaria a tentar até que me respondesses. Eu consigo ser bastante incisiva às vezes.

Eu precisava de ter uma conversa completamente sincera contigo. Como se costuma dizer, colocar os pontos nos is. Acabar de vez com toda a indefinição que ainda existia entre nós.

Então, no dia 3 de junho de 2019, ganhei coragem e mandei-te mensagem. Não tinha coragem para te abordar pessoalmente. E, por incrível que pareça, é a única conversa de que eu ainda tenho registo. Todas as outras conversas foram apagadas e esquecidas. Sinceramente, achava que até esta tinha perdido, mas um dia, quando estava a ver umas fotos no meu computador, encontrei uns screenshots de uma conversa. Surpresa a minha quando vi que era a nossa última conversa. Por isso, desta tenho total certeza do que foi dito.

Eu: "Oi! Espero que estejas bem! Ultimamente tenho tido algum tempo para pensar em muitas coisas que me aconteceram ao longo deste ano e passei a relativizar algumas coisas, principalmente a relação que tinha contigo. Não vou mentir, gostei de ti durante bastante tempo, mas agora compreendo que nos últimos tempos só me trazes dores de cabeça. Não sei o que vai acontecer daqui para a frente, mas, por enquanto, isto é um adeus. Vou guardar as memórias no meu coração porque é tudo o que me resta. Adeus, Alma, fica bem!"

Tentei ser o mais direta e sincera possível. Já estava farta de todas as mentiras e de todos os problemas que a nossa relação estava a causar. Estava a ser levada ao extremo tanto física como mentalmente. A minha ansiedade, que até então estava minimamente controlada, começou a dar-me sérios problemas. Comecei a ter cada vez mais ataques de ansiedade e andava cada vez mais cansada. Sentia o meu corpo a ceder lentamente. Desde tremores nas mãos, a tremores nas sobrancelhas e a dores nas costas e no pescoço, o meu corpo começava a dar sinais da pressão e do stress ao qual me estava a sujeitar.

Alma: " E eu a pensar que já tinha sido um adeus há muito tempo, mas ok boa sorte na tua vida."

Eu: "Ok, Alma, boa sorte na tua vida também."

Alma: "Já agora já que estamos na onda de dizer verdades eu nunca namorei, só tinha dito aquilo porque já não me sentia bem com a nossa amizade."

AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora