Guilherme Maldonado é um dos maiores empresários do país! Sempre teve tudo, dinheiro, mulheres, carros, luxo, festas, viagens e curtições. Mas o que sempre faltou foi o amor verdadeiro. Com a perda prematura dos seus pais, Guilherme se transformou n...
— Amor, nós precisamos de férias urgente — Lívia me olhou manhosa, limitei-me a revirar os olhos. Para quê uma mulher que não trabalha precisa de férias? Ela passa a vida em lojas, spa's e restaurantes, e é o que ela pretende fazer nessas "férias".
— Onde você está pensando em passar essas "férias"? — olhei para ela que já estava empolgada, mas era só conversa, não pretendo deixar a empresa tão já, o ano está só começando e precisamos começar com o pé direito.
— Dubai, meu amor, da última vez foi incrível, precisamos repetir — ahh sim, foi incrível, quase me deixou pobre, e olha que eu não tenho pouco dinheiro.
— Ok Lívia, ok, agora chega, eu preciso comer — estamos jantando, e mesmo nessas horas o assunto é um: Dinheiro!
Lívia finalmente me deixou em paz, e comemos em silêncio, a comida como sempre estava maravilhosa, apesar de tudo, tenho bons funcionários, em casa, porque na empresa não estou tão certo.
Após mais de 50 anos, é a minha vez de tomar responsabilidade frente aos negócios da minha família. Perdi meus pais cedo demais, e logo aos 18 anos várias responsabilidades caíram nas minhas costas! De certa forma isso limitou minha adolescência, eram tarefas demais para um garoto daquela idade, não sabia o que fazer, mas me foquei nos meus objectivos, talvez tenha falhado em algumas áreas, mas tive sucesso noutras.
— Senhor — sou despertado dos meus pensamentos com a voz da Madalena, a governanta.
— Ahh, Oi Madalena, algum problema? — perguntei de forma simpática, o que não é muito comum, mas Madalena me conhece desde que nasci, ela ganhou meu respeito.
— O senhor lembra que eu falei da minha filha, eu queria certificar que está tudo bem mesmo ela vir amanhã — não me lembrava mais disso, mas qual problema teria numa garota vir morar aqui para fazer a faculdade? Não sou o rei da simpatia, mas não sou um homem mau, ou pelo menos não tão mau.
— Não há problema Madalena, ela pode vir, é só ela obedecer as regras da casa que por mim está tudo bem — recebi como resposta um olhar agradecido, e sorri de lado sem mostrar os dentes
— Obrigada senhor, estou me retirando — assenti me levantando, Lívia não estava mais na mesa, e eu agradeci mentalmente por isso, não sei onde eu estava com a cabeça quando me casei, foi o pior erro da minha vida, mas eu senti tanto medo de não conseguir comandar tudo sozinho, queria poder ter filhos para garantir que teria alguém para continuar com os negócios da família e acabei me precipitando, Lívia parecia outra mulher antes do casamento, talvez isso tenha baralhado mais a minha cabeça. Hoje sou um homem focado, destemido e certo das minhas decisões e intenções, mas nem sempre foi assim.
Olhei para a porta do quarto pensando se entrava ou não, Lívia está insuportável hoje, e eu preciso de paz. Respirei fundo, se eu não entrar nesse quarto ela virá atrás de mim e será pior, melhor eu entrar mesmo, não tenho outra escolha.
— Amor, olha essa pulseira, eu preciso tan... — não a permiti terminar.
— Lívia, me deixa em paz, eu preciso trabalhar amanhã cedo, você tem sua mesada, compra a merda da pulseira — esbravejei entrando no banheiro, escovei os dentes e voltei para o quarto onde me joguei na cama sem paciência, graças a Deus Lívia não falou mais nada.
Acordei escutando o som do meu despertador, desliguei e levantei bem disposto, é um novo dia e espero que seja melhor que ontem.
Entrei no banheiro, escovei os dentes e tomei um banho rápido, vesti uma roupa para malhar e saí do quarto sem acordar minha esposa, ela odeia acordar cedo e fica mais insuportável que o normal.
Hoje decidi correr pelo condomínio mesmo, não vou para a academia, na verdade tem uma mulher que me faz não querer ir, fiquei com ela uma vez e a menina está se achando minha mulher, é pior que a Lívia.
Nunca fui um homem perfeito, depois do primeiro ano de casamento eu comecei a trair a Lívia, não é nada programado, mas Lívia e eu não temos mais aquela chama do namoro, não a amava, mas havia paixão, depois do casamento mal nos tocamos. Não me sinto orgulhoso ou mais homem por trair minha mulher, mas não me sinto culpado, não tenho tanta certeza que ela não faça o mesmo.
Corri por trinta minutos e voltei para casa, tenho uma reunião com futuros clientes às nove horas e não posso me atrasar.
Já no meu quarto notei que Lívia não estava mais na cama, um milagre. Tomei banho e me arrumei, escolhi um terno preto e sapato da mesma cor. Passei mais uma vez meu perfume e estava pronto.
Saí para sala mas me deparei com a mesa vazia, o café ainda não estava servido, respirei fundo e me dirigi para cozinha furioso.
— MADALENA PORQUÊ O CAFÉ AINDA NÃO.... — parei de falar quando vi uma garota na cozinha, ela estava sozinha e de costas, virou-se para mim assustada quando ouviu minha voz, meus gritos na verdade. Ela é linda, perfeita, está vestindo uma saia rosa e blusa branca, seus cabelos loiros estão soltos, estaria melhor com um sorriso no rosto, mas está com uma cara de assustada, e incrivelmente ela é linda mesmo assim.
Quem é ela? Minha mente não conseguia imaginar, mas aí lembrei da tal filha da Madalena, será que é ela? Eu não sabia nem a idade da menina.
— Senhor, me perdoe, eu, eu ... — ela gaguejava olhando para seus pés.
— Calma, não há problema — falei com um sorriso que não sei como estava aqui, eu estou quase me atrasando e na minha mesa não tem nada para comer.
— Você é a ... — os passos fortes me fizeram parar de falar, olhei e era Lívia e Madalena.
— Madalena e o café? — as caras das duas mulheres não eram simpáticas, Lívia deve ter dado um de seus shows, às vezes tenho vontade de trancar essa mulher numa mala, botar fogo e jogar no mar.
— Eu coloquei o café, mas a dona Lívia mandou tirar — minha fúria regressou e olhei para Lívia com raiva, se comecei o dia bem disposto a boa disposição acaba de ir embora.
— SENHORA LÍVIA, eu já disse, dona me faz parecer velha — revirei os olhos.
— Lívia, porque você mandou a Madalena tirar o café? — perguntei tentando manter a calma que eu já não tinha.
— Não estava bom meu amor — falou manhosa e eu me segurei para não dar um tapa na cara da minha mulher, já me chega a fama de cafajeste, agressor só pioraria minha vida. Me virei e saí daquele lugar antes de fazer alguma besteira. Ouvi Lívia me chamar e vir atrás mas continuei andando sem me importar.
Desci para garagem, peguei um dos meus carros e dirigi rápido. Odeio ter a primeira refeição fora, mas teria que comer algo antes da reunião, já estou irritado, a fome só pioraria meu dia.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.