Capítulo 2

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Guilherme

Você sabia disso quando se casou meu amigo — olhei para o lado vendo Davi falar e isso já estava me irritando, contei sobre os surtos de loucura da minha esposa e ele está do lado dela, mas eu já devia esperar isso.

Conheci Davi quando ainda namorava a Lívia, na verdade ela me apresentou ele, eles são amigos de infância. Depois de um tempo Davi e eu nos tornamos amigos.
Mas claro que não somos melhores amigos ou algo do gênero. Ele é amigo da minha mulher e não posso sair com ele sempre ou contar sobre minhas "aventuras", eu estaria abrindo minha própria cova.
Davi teve problemas financeiros e Lívia me pediu que arranjasse algo para ele na empresa. Nunca fui de dar emprego por solidariedade ou amizade, mas minha querida esposa tem a capacidade de me deixar com os cabelos em pé e o único jeito de me livrar é fazendo o que ela quer.

— Poupe-me Davi, aliás, estou indo embora — Me levantei decidido a ir embora, o dia foi tranquilo, tirando a parte de não ter meu café na minha casa como eu sempre gosto, mas graças a Deus a reunião foi perfeita e o resto do dia acabou sendo uma maravilha, na verdade qualquer tempo longe da Lívia e seus surtos acaba sendo um presente de Deus.

— O que é isso Guilherme? Nós combinamos de sair hoje — olhei admirado, não me lembro de nada disso!

— Nós? — perguntei com uma sobrancelha arqueada.

— Sim, eu e você, ou já se esqueceu? — pensei por escassos segundos e cheguei à conclusão de que seria bom sair um pouco, uns copos de uísque não me fariam nenhum mal, na verdade, é tudo que estou precisando.

— Confesso que esqueci, mas podemos ir sim — Não precisei falar mais nada e saímos da minha sala, me despedi da secretária e informei que amanhã não viria, não gosto de trabalhar aos sábados, só quando é necessário, e também porque sei que se estou saindo para beber com Davi amanhã não estarei bem para trabalhar.

— O que acha do NiceDrink? — já estamos no meu carro e Davi como sempre está empolgado...

— Peter ainda é sócio? — perguntei olhando para ele por poucos segundos e voltei a prestar atenção na estrada que está movimentada, mas não era incomum, é noite de sexta-feira.

— Acho que sim — revirei os olhos, odeio Peter Jones, fizemos faculdade juntos, ele é inglês mas acabou decidindo ficar permanentemente no país.

— Espero que ele não esteja lá — falei sem dar muita importância, foquei-me na estrada a minha frente! Poderia ir para outro lugar, mas teria que explicar ao homem do meu lado porquê a presença de Peter me incomoda tanto.

Continuamos em silêncio, depois que me casei aprendi a apreciar essa dádiva, o silêncio.

— NiceDrink é o melhor, sem contar que é frequentando por 90% das mulheres mais bonitas da cidade — como tudo que é bom, o silêncio não dura por muito tempo.

— Que bom pra você — estou indo pela bebida, por agora tenho mulheres suficientes na minha vida, tenho vários casos inacabados e uma louca como esposa, é demais para um humano!

— Não me diga que é santinho — sorri, apesar de considerá-lo um amigo, não confio nele até ao ponto de contar sobre minhas relações extraconjugais, sem querer ser machista, acho que isso é mais pacífico quando são as mulheres, o homem é capaz de usar isso para ficar com sua mulher.

— Não sou santo, sou casado — Foi o bastante para colocar fim a conversa inconveniente.

Em menos de cinco minutos chegamos finalmente ao nosso destino, NiceDrink, não é um dos meus favoritos, mas sei que sempre está lotado, e hoje não era diferente.

Nunca fui um homem de sorte, e hoje não estava sendo diferente, Peter veio em nossa direcção assim que nos viu.

— Boa noite, Guilherme — seu tom era falso como sempre, eu apenas assenti.

— Também estou aqui — Davi se pronunciou de forma divertida, Peter se desculpou e o cumprimentou, aproveitei e saí, ou melhor, tentei sair dali, fui impedido por Peter que segurou meu braço.

— Guilherme, nada disso, vocês vão sentar na minha mesa, e tudo que consumirem será por conta da casa — olhei para ele pronto para negar, mas Davi foi mais rápido.

— Obaaa, que bom — não me surpreendi, Davi sempre gostou de ter uma vida mais do que confortável e esbanjar até o que não tem, e sempre garantiu isso com as amizades certas .

— Peter, eu não posso aceitar, não vou me sentir bem bebendo sem pagar — é algo estranho para mim.

— Ok, então você paga, mas senta comigo na minha mesa — assenti e caminhamos até a mesa que está num local mais afastado e digamos que muito bem recheado, o local é bonito e convidativo, não posso negar! Foi um bom investimento.

Nos sentamos e cumprimentamos quem já estava aqui, dois homens, dos quais um eu  desconheço e o outro é Leandro Garcês, filho do meu maior concorrente no mundo empresarial, no entanto, Leandro e eu temos uma relação saudável.

Não demorou muito e já estava pouco sóbrio, estava bebendo demais, mas o estresse me causa esse tipo de reacção.
Todos continuam aqui, bebendo e conversando, duas morenas se juntaram a nós, mas eu não queria nenhum contacto com nenhuma das duas, então foquei-me apenas no meu copo, nada de conversa ou mulheres.

— Então, Guilherme, como vão os negócios? — ouvi Peter perguntar e bufei em pensamento.

— Prefiro não falar de negócios agora — não prestei mais atenção no que foi dito.

Após algumas horas já precisava ir embora, estava cansado e agora parcialmente bêbado.

— Gente, eu estou indo embora — informei já me colocando em pé.

— Tão cedo? — Não estava afim de ficar aqui ou beber mais.

— É, tão cedo — falei com Davi que disse que ficaria mais um pouco e saí do local, sem demora peguei meu carro e dirigi sem nenhuma pressa!

Após quase uma hora cheguei ao meu destino, pedi para que um segurança colocasse o carro na garagem e fui direto para o interior da casa.

Como esperado estava tudo escuro e vazio, ou talvez não, fui surpreendido por uma luz na cozinha, parece ser uma lanterna ou algo do gênero.

Caminhei até lá para ver de que se tratava, quando cheguei não vi ninguém, a lanterna estava lá, mas ninguém estava no local, achei estranho, porém preferi dormir e me preocupar com isso amanhã.
Para evitar uma briga fui até um dos quartos de hóspedes e me joguei na cama, tirei apenas os sapatos e dormi, com roupa e sem ao menos tomar um banho.

 Para evitar uma briga fui até um dos quartos de hóspedes e me joguei na cama, tirei apenas os sapatos e dormi, com roupa e sem ao menos tomar um banho

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A Filha Da EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora