Capítulo 35

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O que acharam da  capa nova?
Posso manter esta ou voltar para a anterior?
Boa leitura ❤️

Cecília

— Rosa? — foi o único que consegui dizer.

Não sabia se me sentia envergonhada.
Culpada.
Ou aliviada, por não ser minha mãe.

Guilherme foi rápido a nos cobrir. A mulher ainda na porta estava imóvel. Com a surpresa nítida no seu olhar.

(Nota da autora: Rosa é a outra empregada que trabalha na casa com Madalena.)

— Me perdoem, eu... — parou — Eu ouvi ruídos  e pensei que você não estivesse bem — disse olhando para mim. — Desculpa.

Fechou a porta e saiu. Apressada.
Guilherme e eu nos olhamos por muito tempo, sem dizer nada.

— Eu vou falar com ela. — ele disse.

[...]

Acordei muito mais cedo do que devia. Me arrumei, mas não poderia sair antes de falar com Rosa.

Eu andava de um lado para o outro, com a respiração acelerada. As mãos coçando e minha cabeça a mil.

— Você está bem? — ouvi a voz da minha mãe me tirar do transe em que me encontrava.

Assenti.
Mesmo tendo certeza de que não está nada bem, mamãe não iria me forçar a falar. Ela sempre preferiu esperar o meu tempo.

Para minha sorte, quando mamãe saiu da cozinha, Rosa apareceu. Ela me olhava da mesma forma que eu a olhava, com vergonha e insegurança.

— Rosa, por favor — falei baixo me aproximando dela — Não conta nada para minha mãe.

— Claro que não, eu não vou fazer isso — agradeci a Deus. — Mas menina... — chamou a minha atenção — Você não acha que deve contar isso para a sua mãe!

— Sim — disse olhando para baixo — Eu sei que devo... e vou... só que... — gaguejei — Eu... eu... — não encontrei palavras para continuar. Simplesmente porque não há motivos para o que estou fazendo. Mas eu sinto tanto medo.

— Se a dona Lívia descobre — ela disse baixo, como se pensasse alto. Seu tom era de preocupação. Minha vontade era de dizer "ela já sabe" mas preferi ficar em silêncio.

— Obrigada — agradeci mais uma vez. Agora mais calma e pronta para ir para a faculdade.

Suspirei.
E antes de sair disse:

— Eu vou falar com a mamãe.

Meu tom era decidido. Ou talvez nem tanto.
E minhas palavras, bom, minhas palavras não se dirigiam a mulher na minha frente. Mas sim a mim.

[...]

O dia correu rápido. Minha mente estava longe durante todas as aulas. Se minha vida dependesse desse dia eu estaria na merda, literalmente.

— Você está bem? — Manuela perguntou do meu lado.

— Sim — forcei um sorriso.

A Filha Da EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora