Guilherme
Paro o carro e desço sem metê-lo na garagem. Ando em passos lentos. Aceno para o jardineiro do outro lado da casa em resposta ao seu "Bom dia menino Guilherme". Tal como Madalena, o Sr. João trabalha aqui há anos, muito antes que eu nascesse na verdade. Ele é mais velho do que meus pais seriam se estivessem vivos.
Atravesso a porta que me põe no interior da casa. Olho para todos os cantos.
Nem Lívia e nem Davi estão por aqui. Mas o que os olhos não conseguiram detectar os ouvidos conseguem.
Ouço as vozes vindo da sala de lazer. Jogo minha pasta no sofá, mas antes, retiro dela o envelope da Manuela, onde estão as "provas" da infidelidade da minha querida esposa, meu passe para a liberdade mas também meu certificado de pior corno da história.
Merda. Primo?! Como eu fui....Aff. Prefiro não pensar. Preciso agir com cautela e não me deixar baralhar.
— Amor, você chegou — Lívia aparece, e logo depois Davi. Me poupando de ir até eles.
Ambos estão com taças de vinho na mão. E Davi está com os lábios levemente manchados por um batom rosa. Adivinhem? Lívia está usando um batom rosa.
Como eu não prestei atenção nisso antes?
Deve ser porque nunca me interessei verdadeiramente por Lívia, nunca prestei atenção suficiente, porque não a amo.O clima de risadas, de ambos, se rompe quando desvio meu rosto quando Lívia tenta depositar um beijo nos meus lábios. E eles olham para meu rosto sério mandando para longe seus sorrisos.
— Alguma coisa amor? Aconteceu alguma coisa? Eu pensei que... — Não a deixo terminar.
— Seu lábio está sujo de batom Davi — digo calmo.
Ele engole em seco. Mas é rápido, consegue fazer o que tem feito durante esses anos. Mentir.
— Ah, estava com umas "amiga" antes de vir aqui. — ele sorri fraco — Lívia, porque não me falou? — eles riem. Mas sabem que tem algo estranho no ar.
— Hum. — digo. Me viro dando as costas para eles — A quanto tempo? — pergunto.
— O que? Não estou entendendo Guilherme?
— A quanto tempo vocês são amantes? — me viro exactamente na hora certa para ver suas reacções.
Eles riem. Nervosos.
— Você bebeu? — continuam rindo.
— Sabe. Nunca acreditei em fidelidade da sua parte. Não posso te julgar. Também não fui um santo. Mas O Davi? Ele não era seu primo? — olho no rosto dele — Eu praticamente tenho te sustentando esse tempo todo.
— Você deve estar com enganado... —Davi mal se meche. É Lívia quem fala, mas a interrompo, mais uma vez.
— PARRA DE MENTIR MERDA — jogo as fotos na cara dela e quando elas as vê, sem precisar tirá-las do chão. Seu rosto fica vermelho.
— Isso é montagem — ela insiste.
Suspiro e vou até Davi. Paro na sua frente, com poucos centímetros de distância. Olho no seu rosto.
— Parabéns. Esperava isso dela, mas confesso que você me surpreendeu — ele olha para baixo.
— Sinto muito — sussurra.
— Seu frouxo — Lívia murmura.
— Bom, agora vocês podem casar se quiserem. Eu quero o divórcio Lívia, e eu tenho provas da sua infidelidade. Então, você vai assinar o divórcio, hoje mesmo falo com os advogados e estaremos divorciados o mais breve possível — olho para os seus olhos — E Você não vai ter direito a nenhum tostão meu.
— Isso não vai acontecer....
Rio, com frieza.
— Tem certeza? Além de pai alcoólatra, carreira fracassada, família falida, agora quer ser conhecida como adúltera? Lívia Tavares?
Digo seu nome de solteira, que em breve voltará a usar.
Lívia respira pesado. Seu rosto é de ódio raiva. Como se não acreditasse que finalmente essa farsa vai acabar, esse "casamento" que não sei com o que eu tenha na cabeça quando aconteceu, chega ao fim.
— Você vai fazer isso mesmo? — sua voz está fraca — Por causa de uma garotinha?
— Não querida — digo com deboche — Estou fazendo isso porque você me traiu. Com seu "primo".
— Você nunca se importou, bem se importa. Está fazendo isso por causa de uma pirralha. Está arruinando a minha vida, a sua vida e a droga da sua empresa.
— Você não pode fazer nada. Eu posso jogar seu jogo também. Posso acabar com sua vida Lívia. Não ouse me testar.
— EU NÃO VOU SAIR DESSA DROGA DE CASAMENTO SEM NADA — ela grita com os olhos vermelhos — EU NÃO VOU. E VOCÊ E SUA VADIAZINHA VÃO PAGAR.
— NÃO METE ELA NISSO — grito de volta e nesse momento vejo Madalena e Cecília, ambas olham a cena, mas quando nossos olhos se cruzam voltam para a cozinha.
—Eu juro Guilherme, você vai se arrepender.
— SAI DA MINHA CASA — grito. Merda, ela ainda tem a cara de pau de me ameaçar. — Pega suas coisas e sai da minha casa pra sempre, SOME DAQUI — grito — Você também — digo olhando para Davi que não move nenhum dedo.
— NÃO ESTÁ ME OUVINDO? VÁ PEGAR SUAS COISAS E VÁ EMBORA — digo puxando Lívia pelo braço a forçando a subir as escadas.
Não continuo, paro no primeiro degrau e a vejo subir. Ela me olha uma última vez e sobe pisando fundo.
Davi não diz nada, mas com certeza vai esperar a outra lá em cima.
Ela demora uma eternidade, mas desce. Pelo menos não vai passar fome, tem um monte de joias e roupas caras, se vender consegue se virar.
Vou até a porta e abro-a. Eles vêm em minha direcção. Me olham por longos segundos antes de sair, mas logo vão embora.
Bato a porta com força. Pego minha pasta no sofá e subo para o quarto.
Sento na cama e suspiro.
É, obrigado Manuela.________
Mais um...
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A Filha Da Empregada
Teen FictionGuilherme Maldonado é um dos maiores empresários do país! Sempre teve tudo, dinheiro, mulheres, carros, luxo, festas, viagens e curtições. Mas o que sempre faltou foi o amor verdadeiro. Com a perda prematura dos seus pais, Guilherme se transformou n...