The Way I Loved You [CONCLUÍDA]

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• Camila •
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Shawn parece ter ficado triste, mas não se permite ser transparente por muito tempo, segundos depois está sorrindo, mas vejo a falta de brilho em seus olhos. Por isso o puxo para um abraço.
Por fim saio de cima dele e decidimos voltar para a festa, ele está mais calado e eu não o forço a dizer nada. Gostei do momento que tivemos e compartilhamos, ele de fato é do tipo de homem que não se encontra facilmente, só que ele não parece enxergar isso.

Encontramos nosso amigos perto da.piscina e nos aproximamos. Então ele diz que precisa ir ao banheiro e some.

— Deram uns amassos, uh lá lá. - Lara brinca.

— Quietinha.

— Porque ele tá com aquela cara de bunda? - Brian indaga.

Faço um resumo do que aconteceu depois que nos beijamos e ele franze a testa.

— Camila, tudo o que posso te dizer é que o Shawn é um cara incrível. Ele foi usado demais desde que começou a fazer sucesso e tem dificuldade de ver ele próprio com bons olhos. Fora a ansiedade e uma dezena de coisas que constantemente o deixa pilhado. Ele está louco por você e quando ele fica assim, é pra valer, então se você não quiser nada com ele, fale agora. - pede - Não quero vê-lo sofrendo por mulher de novo não. - diz.

Suas palavras explicam algumas coisas e eu fico chateada por saber que ele é assim. Shawn conseguiu o que ninguém mais foi capaz. Me fez sorri, rir, criar intimidade e querer ser feliz em pouquíssimo tempo. Fora o quanto foi respeitoso comigo quando o beijei. Ele sequer me tocou de modo sensual, por já saber que eu havia passado por alguma coisa ruim.

Ele é um anjo.

Quando ele volta, Lara e Brian engata uma conversa e Shawn volta a sorri, mas agora sei que é tudo uma grande farsa pra esconder o que está sentindo.

A noite quando Lara e eu estamos pra ir embora, me despeço dele com um abraço apertado e trocamos o número de telefone. Marcamos de nos encontrar amanhã. De alguma forma quero ajudá-lo, especialmente depois do grande passo que dei hoje graças a ele.

— Boa noite, miúda. - sorri.

— Boa noite, grandão.

[...]

• Shawn •
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Envio uma mensagem a minha mãe avisando que passarei a noite na casa de Brian quando me sento na cama do quarto de hóspedes. Olho para um ponto fixo e tento canalizar a tristeza repentina. Odeio essa merda e o jeito que se instala dentro de mim quando penso que tudo está ótimo.

Não deveria me sentir indigno das coisas que conquistei, mas não da pra evitar, me sinto assim. O tempo todo se eu não filtrar o que pensar e não me dopar pra dormir. Agora que os remédios acabaram e preciso ir ao médico novamente só me resta encarar o nada e tentar pensar nas coisas boas.

Então o rosto dela se materializa na minha cabeça. Seu sorriso, o modo que parecia assustada quando nos cumprimentamos e a maneira que tudo mudou naquele quarto, quando nos beijamos e ela me revelou seu maior segredo.

Naquele momento quis compartilhar meu maior segredo também, mas então percebi que sequer sei como explicar o que sinto. Sou um acumulador de problemas e estou cada dia mais perto de um surto. E também não faço nada pra mudar porque nunca tenho tempo, e nem alguém que poderia me entender.

Abaixo a cabeça, apoiando-a sobre minhas mãos. Permito que toda aquela angústia se apondere de mim, porque faz meses que não despejo tudo em lágrimas e não sei porque isso resolveu acontecer agora.

Na verdade nem sei porque estou chorando.

É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que se torna tentador ir até o armário de remédios de Brian e ingerir tudo de uma vez, só pra calar essa coisa que vem me destruindo aos poucos. Parece que estou enfraquecendo e não sei como parar.

Me deitei sobre o colchão e encaro o teto dessa vez. Minha respiração está pesada pesada e por alguns segundos sinto o ar esvaindo dos pulmões.

Aos poucos vou me acalmando, mas a cabeça continua a mil, um milhão de pensamentos rondando e nenhuma delas muito boa. A culpa por toda a merda que aconteceu na minha vida decide me pegar, e porra... Só queria não pensar em nada por algumas horas.

Levanto e decido sair. Dirigir me fará me concentrar na estrada e meu foco não será esses devaneios inoportunos. Preciso respirar direito.

[...]

• Camila •
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Estava sentada na cama lendo mais um capítulo de um romance quando meu telefone começou a tocar. Me estico pra alcançar o aparelho na mesinha e atendo sem olhar quem é.

— Alô.

— Miúda? Você tava dormindo? Te acordei? - a voz de Shawn soa desesperada.

— Não. Estava só lendo. Aconteceu alguma coisa? - pergunto, preocupada.

Escuto-o fungando do outro lado da linha.

— Pode me passar seu endereço. Preciso te ver. - murmura.

— Claro, vou enviar a localização pra você. - digo.

— Tudo bem, obrigado.

Assim que a chamada é encerrada envio a minha localização. Nem consigo ler mais o livro depois que escutei sua voz manhosa.

Levanto da cama e visto meu hobby, cobrindo totalmente a camisola que estou usando e vou pra sala.

Os minutos que sucedem a ligação parecem uma eternidade, e a preocupação aumenta. É estranho como mal conheci Shawn e é como se ele fizesse parte da minha vida desde sempre.
Levanto do sofá com urgência quando escuto um carro parando perto de casa. Fico aliviada quando vejo caminhando na minha direção. Abro caminho pra ele que entre e assim que fecho a porta ele segura meu rosto e me beija.

Como mais cedo, ele mantém um pouco de distância quando sua língua invade minha boca e eu não reclamo. Sinto seu corpo tenso, o que diz que aconteceu alguma coisa. Ainda com meu rosto em suas mãos ele se aproxima um pouco mais. Ele se afasta por poucos segundos e volta a me beijar com intensidade até o ar nos faltar.

Seguro seu rosto e vejo algumas lágrimas escorrendo e seus olhos avermelhados.
— Vem comigo. - peço e seguro sua mão, quando ele assente o levo até meu quarto.

Peço que me espere e vou ao banheiro preparar a banheira com água quente e sais.

— Preparei um banho quente pra você. Vai ajudar a relaxar. - digo.

— Não vai perguntar nada?

— Prefiro que você me conte por vontade própria. Agora tome um banho relaxante. - sugiro e ele assente.

Meu coração está disparado por causa do beijo, mas meu peito está apertado, pensando no que esse menino está passando pra está desse jeito e ter recorrido a mim. Alguns minutos depois bato na porta pra saber se ele tá bem, e ele pede que eu entre.
Por precaução fecho meus olhos e ele ri.