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Eu não o vejo quando volto para a recepção e já me sinto mal por ter cortado o assunto. As palavras de seu pai e o medo de ser responsável por suas crises me deixa agoniada. Não gosto nada de lidar com a montanha russa de emoções dele, porque não posso controlar minha raiva sempre e sei que cada coisa que digo irá afetá-lo mais do que deveria.
Estou literalmente lidando com um campo minado ambulante. Quando o expediente chega ao fim, me despeço de Molly e saio do restaurante, encontrando Shawn do lado de fora atendendo alguns fãs. Assim que me nota, se despede das meninas e se aproxima.
— Vamos? - pergunta e eu assinto.
Shawn dirige em silêncio, mas vejo seu maxilar trincado de novo, como na noite na delegacia. Também lembro do jeito que ele ficou quando falei que na época não tínhamos compromisso. Respiro fundo, tentando encontrar palavras pra mostrar a ele que Travis não é uma ameaça, porque se continuar desse jeito terei que esconder minhas amizades dele. Duvido que ele não seja amigo de alguma mulher, que não converse com uma nem que seja por whatsapp. Eu tenho consciência de que ele é gostoso e muitas gostariam de está com ele, mas ele me ama e eu confio nisso.
Mas parece que ele não confia em mim.
— Pra onde estamos indo? - pergunto quando vejo ele desviando para fora da rodovia.
— Pegando um atalho. - diz, sem me olhar e segue adiante. Chegamos em sua casa bem mais rápido do que pela rodovia. Assim que ele estaciona na garagem e tira o cinto, me olha, afastando o banco do volante.
— Vem aqui. - pede.
— Não vamos resolver isto com sexo. - falo, embora esteja tentada.
— Ah, vamos sim. - declara, como se fosse uma ordem.
Eu não digo nada, porque se eu for dizer o que está entalado, tenho medo que ele acabe sofrendo. Odeio demais essa pressão, de não poder conversar com ele abertamente. Então opto pela opção que o deixará satisfeito. Destravo o cinto e sento sobre ele.
Seus olhos estão mais escuros e eu ainda quero berrar sobre sua atitude idiota, mas não posso. E também não sei até quando vou aguentar essa merda de medir o que penso.
Ele se inclina e me beija enquanto suas mãos levantam meu vestido.

No segundo que sinto seus dedos tocando minha pele, esqueço razão de ter sentido raiva de seu comportamento, simplesmente me entrego aquela aventura. Ele levanta o vestido até meu quadril enquanto desço meus dedos até sua calça, levanto e ele me ajuda a puxa a calça junto com a cueca. Suas mãos estão firmes em minha cintura e a maneira que ele está me olhando, como se dependesse disso pra viver torna tudo ainda mais excitante.
Sei que em algum momento teremos que conversar, mas que se dane tudo agora. Não dá pra raciocinar com aquela mão grande puxando a minha calcinha antes de seu pênis me preencher.
Céus...
Nem precisamos das preliminares. Como esse homem pode duvidar de mim se basta um toque pra me deixar assim? Louca.
Assim que sento sobre ele, sentindo-o me preencher, esqueço até meu nome, pois estou concentrada em fazer aquele homem se acalma, e mandar a porra da insegurança embora.
— Eu. Sou. Só. Sua. - digo ao me levantar e desço novamente. Suas mãos me apertam e eu começo a me mover com mais rapidez.
Seguro em seus ombros, seus olhos ainda estão cravados aos meus.
— Eu te amo. - murmuro - Só você me deixa assim. - completo e continuo me movendo.
Isso é tão bom.
Escuto um gemido escapando de seus lábios e sorrio, sem parar, indo cada vez mais rápido.
— Eu vou gozar. - ele diz e eu balanço a cabeça quando sinto meu corpo chegando lá.
Nossos corpos amolecem quando no mesmo instante e eu me debruço sobre aquele homem, ofegante.
— Você é minha. - declara.
— Só sua. - respondo.
Beijo seu pescoço e me levanto, então ele me encara.
— Puta merda. - resmunga quando saio de cima dele.
— Esquecemos da camisinha. - observo. - Por favor, me diz que você não tem uma DST? - indago e ele balança a cabeça.
— Eu gozei dentro. Vamos na farmácia comprar aquela pilula pra você tomar. Porra. - resmunga.
Ele pega uma caixinha de lenços pra se limpar e eu faço o mesmo antes de irmos até a farmácia.

Shawn parece atordoado enquanto dirige até a farmácia. Por isso tento manter a calma por nós dois.
— Já volto. - digo antes de sair do carro.
Falei com o farmacêutico e ele me deu um pacotinho e falou sobre a eficácia ser maior se eu tomar 72 horas após o ato. Beleza, só preciso lembrar disso. Volto para o carro, e Shawn dar a partida depois que conto a ele sobre a recomendação.
— Pelo amor, coloque um lembrete no telefone. Vou colocar no meu também assim que chegar em casa. - declara nervosos e eu assinto.
— Shawn, tenho que ir pra casa. - digo e ele desvia o caminho, voltando pra onde moro.
Seu nervosismo está me deixando pilhada, o que não é nada bom.
— Vai dar tudo certo, ok? - digo quando ele estaciona.
— Espero que sim. Já pensou o desastre que seria se... - respirou fundo - Não quero pensar nisso. - diz e pega o telefone.
Faço a mesma coisa, programamos nossos celulares pra nos lembrar da pilular daqui a três dias.
Lhe dou um beijo rápido antes de sair e peço que me mande uma mensagem quando chegar em casa.
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[...]
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O passeio com a minha mãe ao shopping me fez esquecer da lambança que Shawn e eu fizemos a tarde, e como estou relativamente despreocupada, decido não falar nada. Só se der errado, o que acho bem improvável se seguir a recomendação do farmacêutico. Quais são as chances deu ser premiado nos dez por cento de erro?
Bem, com a sorte que venho tendo ultimamente, creio que não há essa possibilidade. Até porque não consigo me imaginar sendo mãe agora. Já me sinto mãe do Shawn as vezes, imagina com outro bebê?
Que desastre.

The Way I Loved You [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora