Resposta

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Uma vez, fiz uma pergunta sem resposta. Não era a minha intenção, eu achava até o momento que todas as perguntas tinham respostas, naturalmente, não pensei que aquela não teria. Não, não tinha. Fiquei frustrada, desperdicei a chance que o universo me dera fazendo um pergunta sem resposta.

Eu poderia perguntar por que o céu era azul. Poderia perguntar quando e como surgiu a democracia. Poderia ter perguntado qualquer coisa com resposta, mas eu perguntei uma que não tinha. Poderia ter sabido algo, mas a única coisa que eu queria saber, nunca ninguém soube.

Conversei com sábios, especialistas, meros conhecedores, curiosos e charlatões. Cada um me falava uma coisa, às vezes uma coisa completamente diferente da outra, às vezes uma coisa ligeiramente parecida com a outra. Mas isso ainda não era resposta.

Quando? Ó, quando eu terei uma resposta? Eu perguntava aos sábios, aos especialistas, aos meros conhecedores, curiosos e charlatões. Quando? Se nem eu consigo responder a minha pergunta. Se eu ando sempre tão dividida. Se sou 50% um e 50% o oposto. Se sou o equilíbrio da pura confusão.

Tempo. Eles me disseram. Tempo. E todos estavam de acordo, para o meu espanto. Só o tempo responderia a pergunta que não tem resposta. E só a paciência me pouparia da ânsia pela falta de resposta. E só a paciência me pouparia da dor pela demora do tempo. E só o tempo me daria paciência. E só o tempo me daria resposta.

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Foto de capa: colagem de Rael Brian

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