Floresta negra

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A floresta não era nem um pouco legal. Nem de longe. Segundo Erika, o objetivo era sobreviver aos "inimigos" que os atacariam... Mas, o que eles deveriam fazer se encontrassem um "inimigo"? Matar? Mesmo sendo da equipe? O que eles tinham feito para levantar tanto ódio da General? Era a ordem. Matar ou fugir.

Rick andou por uns minutos, mas não via nada. Ele teve que colocar os óculos de visão noturna que lhe foi dado. Tropeçou em pedras e raízes de arvores, até cair em um riacho. A água estava fria.

Ele se levantou, pegando a mochila que tinha caído, quando ouviu passos e virou subitamente.

-Quem é você? –indagou Rick.

Uma recruta. Ela parecia assustada e estava machucada. Segurava a perna esquerda, que estava ensanguentada.

-Oh céus... O que houve com você? –Rick se assustou.

-Eles... Atiraram na minha... Perna... –dizia a garota com dificuldade.

Ela tentou se aproximar de Rick, mas acabou caindo no chão, cedendo à dor. O jovem correu até a garota para ajuda-la.

-Eles... Eles quem?

-Os homens... Eu não sei... Eu estava andando... Ai! –a jovem reclamou, quando Rick puxou sua perna para examinar o ferimento. –E então eles me acertaram e eu corri até não ver mais ninguém, dai eu te achei...

-Tudo bem... Shhh... Tudo bem. Eu vou estancar seu ferimento com um pedaço da minha camisa, toma, morda esse pano. –disse Rick, entregando a menina um pano pequeno que achara na mala.

A garota mordeu o pano e Rick rasgou um pedaço de sua blusa e apertou em cima do machucado da menina. Ela mordeu o pano com tanta força que seus dentes começaram a doer. A ferida era muito grande.

-Eles atiraram o que em você?

-Flecha. Um deles tinha uma besta... –tossiu a jovem. -Acha que eu... Acha que eu vou morrer?

Rick suspirou. Ele não achava, tinha certeza.

-É difícil dizer. –mentiu. –Acho que podemos cauterizar, mas...

-Não... Isso não. –disse a jovem, agoniada. -Eu me chamo Laís.

-Rick, Rick Cowley. Sem cauterização então...

-Cowley... Erika... Quer dizer, General Erika tem um problema com você!

-Ela tem vários. Vem, eu vou carregar você até um lugar seguro. É melhor não andar por enquanto.

-Mas eu vou te atrapalhar!

-Coloque suas mãos nos meus ombros e não diga nada... Agora temos que ir, é melhor acharmos um lugar para ficar.

Rick carregou a jovem no colo, ofegante. Apesar de pequena ela era pesada. Os dois seguiram o riacho até encontrarem uma espécie de caverna. Ele verificou se estava vazia e colocou Laís no chão. A garota estava quase desmaiando.

-Você está quente... Esta fervendo, na verdade.

-Tudo bem... Eu sei que vou morrer, sou fraca demais para lutar.

Rick se sentou ao lado da jovem.

-O que houve com a flecha?

-Eu... Tirei... Estava doendo muito!

-Você arrancou a flecha da própria perna e ainda esta viva... Deve ter sido horrível.

-Sim! Apenas alguns minutos e eu fui atingida... Eu nunca matei ninguém e nem sei se devo matar esses homens... Afinal, eles são dos nossos, não?! Mesmo que tenham feito algo... Matar é... Horrível!

Guerra das NaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora