Eles estão de volta

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-Vamos suja calças... Está muito devagar. Eu disse sessenta flexões. ANDA. –esbravejava Verônica.

Rick já não aguentava mais. Depois de apenas dois dias desde que tinha levado um tiro, Verônica achava que ele tinha que treinar em dobro.

-Vamos... Foram apenas vinte. Faltam mais quarenta, vamos lá.

Mas Rick não aguentou, caindo de lado no chão.

-Ah qual é... –reclamou Verônica.

Ela ajudou Rick a se levantar, o garoto estava vermelho de tanto suor.

-Parece que você se esforçou muito... MAS NÃO É O SUFICIENTE! –gritou Verônica.

Rick se desvencilhou da General malvada. Erika tinha sido convocada na colmeia para reportar o relatório de treinamento, o que deixava sua irmã, Verônica, no comando.

-Desculpe, mas eu ainda estou com dor. Eu levei um tiro! –retrucou Rick.

Rick era o único recruta que tinha coragem de contestar a General. E era o único que sempre se ferrava.

-Cowley, você sabe quantas vezes eu levei um tiro?! Então cale a sua boca de garotinha e faça as quarenta flexões que faltam. AGORA! –ordenou Verônica.

Mas Rick permaneceu parado. Verônica se aproximou do rapaz, fuzilando-o com os olhos.

-Está me desrespeitando? –indagou Verônica.

-Provavelmente. –retrucou Cowley.

Todos os outros recrutas estavam fazendo alguma coisa. Correndo, fazendo flexões, fazendo abdominais, atirando em alvos... Mas nesse momento, ouve um silêncio geral, apenas para observar a discussão.

-Ótimo! Mas ouça bem o que eu vou te dizer: Se você não fizer as quarenta flexões que estão faltando, eu vou pegar a minha faca e fazer um rasgo na sua barriga, que vai fazer o tiro ser dorzinha de criança. O que vai ser? –disse Verônica, a ponto de explodir.

Rick praguejou em silêncio, voltando a fazer suas flexões.

-Bom garoto, suja calças. –debochou Verônica. –O resto de vocês, por que pararam? Continuem o que estavam fazendo! –ordenou.

Todos voltaram a suas atividades. Verônica era o tipo de pessoa que você não iria querer provocar. Mas isso não duraria para sempre!

*

-Ouvi dizer que teve um desentendimento com Cowley hoje de manhã! –disse Erika.

Verônica estava sentada, com os pés na mesa, lendo.

-Sabe o que é bom nesse livro?! Respeito. Todo mundo nesse livro é respeitado, mas Cowley... Ele é o único que insiste em me desrespeitar. –retrucou Verônica, tirando os olhos do livro.

Erika suspirou, montando de novo a arma, agora limpa.

-Verônica, você é uma General também, quando quiser que ele faça algo, ordene, mas o faça ter medo.

-Isso não funciona muito bem com ele. Acho que ele só tem medo de você. –disse Verônica.

A General se levantou, arrumando o uniforme e fitando a irmã.

-Venha cá, preciso te mostrar algo.

Verônica se aproximou de Erika, que ligou a mesa. Aquele era uma mesa de informações.

-Preste atenção. Quando fomos pegar os recrutas, aquela menina, Alyss disse que eles ficaram em um acampamento... Acontece que eu analisei a área várias vezes e...

Guerra das NaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora