Luke Fritze

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Erika e Verônica andavam pela imensa rua sem fim. Tinha perdido tudo: abrigo, dinheiro, documentos, esperança... Não lhes restava nada, a não ser uma a outra. Caminharam até encontrarem um banco, onde se sentaram, praguejando em silêncio.

-Erika... Me desculpe pelo cara do exército. Acabei com nossas chances de entrarmos! –disse Verônica.

-Ah qual é... Estamos na merda, como seria diferente se estivéssemos no exército?! –caçoou Erika.

-Eu sei. Mas agora o que faremos? Não temos nada!

-Acho que teremos que ir até onde nossas pernas nos levarem.

-Provavelmente.

-Ei... Vamos apostar uma corrida? Quem chegar até aquele poste de luz lá na frente primeiro... –mas Erika se calou.

-Ganha! E isso é o suficiente! Vamos lá. –disse Verônica.

As duas começaram a correr. Nenhuma das duas aguentava mais andar, quanto mais correr. Mas elas estavam sendo movidas por esperança. Alguma coisa iria mudar, e elas sabiam disso.

No final, Erika chegou primeiro, para o desgosto de Verônica.

-Faz parte perder. Sabe que eu sou a melhor mesmo! –disse Erika.

Verônica socou seu braço de leve. As duas estavam ofegantes e cansadas. Erika avistou algo que parecia interessante.

-Ei... Olhe aquilo! –apontou Erika.

Na vitrine de um pequeno estabelecimento estava escrito: PRECISA-SE DE FUNCIONÁRIO.

-Erika... Podemos arrumar um emprego! –alegrou-se Verônica.

-Mas não temos nenhum documento...

-Mas vamos ver no que dá.

As duas entraram no lugar. Era pequeno, mas aconchegante. Havia várias mesinhas pequenas, com lindas toalhas em tom lilás sobre elas. O lugar tinha um balcão com vários doces em cima. Um homem de bigode mexia no celular, quando avistou as garotas.

Ele cumprimentou-as com educação. As duas sorriram e explicaram a situação. O homem se apresentou como Luke Fritze. Ele era dono do lugar, que ele gostava de chamar de Lar dos Sonhos.

-Vocês querem um emprego aqui? –indagou Luke.

-Na verdade precisamos de um. Não temos nada. –explicou Erika.

O homem acariciou o bigode. Ele era alto e meio calvo, aparentava uns 40 anos.

-Mas vocês não tem documento nenhum?

-Na verdade não. –disse Verônica.

-Olha... Vou deixar vocês trabalharem aqui por uma semana. Se se saírem bem, estão contratadas e iremos até Golden para tirarem seus documentos novamente. –disse Luke.

Elas estavam ao sul de uma cidade de interior chamada Neville.

As duas se abraçaram. A esperança acabara de abrir as portas.

*

A tarefa de Erika era simples: limpar o balcão, as mesas e servir os clientes. Luke cuidava das comidas e da cozinha e Verônica cuidava do caixa. Durante três dias, tudo era perfeito. Luke havia lhes cedido o quarto que tinha na pequena padaria. Ele chegava cedo e as duas já estavam prontas para começar o dia.

Durante a noite, Erika contava estrelas, que eram visíveis na janela. Verônica analisava os buracos na parede, sem se importar.

-Erika... Essa é nossa vida agora?

Guerra das NaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora