A Odisseia Solitária 🏳🌈

12 de fevereiro - domingo

12 de fevereiro – domingo

De fato eu fiquei bêbado. Uma imagem perturbadora atormenta minha mente hoje, nessa pós-embriagues: eu não sei que horas dormi, tão pouco como dormi. Mas acontece que acordei no tapete da sala, jogado como um louco desabrigado ao lado de um copo que supostamente era de mais vodka com energético. Mas isso não foi nada em comparação ao que vi logo em seguida: como eu estava no tapete, na parte da frente do sofá, ouvi um barulho que vinha da parte de trás dele. Logo em seguida, o cara que faz o casal com a amiga de Sam saiu de trás do sofá, completamente pelado e sem qualquer sentimento de timidez ao notar minha presença jogado no tapete, ao contrário, ele passou por mim e eu pude ver aquelas pernas e bunda peludas e seu saco caído balançando de acordo com seus lentos passos até o banheiro.

O diabo é ardiloso e brincalhão. Maldito diabo! Era ele quem me jogava essa tentação logo cedo, com aquela ressaca. Eu, com todo meu egocentrismos, logo achei que o cara fez aquilo justamente para me provocar, ele queria que eu ficasse ali, admirando suas bolas balançando de um lado para outro com aquele enorme pênis mole.

Tudo que eu desejava naquele momento era ir para minha casa, deitar na minha cama e tentar deletar essa cena da mente. Não podia ficar passando vontade.

Como não queria deparar com essa mesma cena, porém dessa vez com a mulher do casal, fui correndo para o banheiro do quarto de Sam. Precisava lavar meu rosto e ir para casa. Quando eu entrei no quarto dele, o encontro deitado em sua cama no meio dos outros dois garotos que conheci na noite anterior. Senti um pouco de inveja dele por estar deitadinho com duas pessoas.

Quando, enfim, entrei em seu banheiro, me olhei no espelho e senti pena da imagem que via. Cadê o cara inteligente e gostoso e sexy em mim? Eu estava me descuidando, e isso não podia acontecer. Tenho que dar mais atenção à minha aparência se não quiser me tornar o inteligente, acabado e monstruoso.

Lavei meu rosto, peguei um pouco da pasta de dentes e passei com o dedo, arrumei meu cabelo com o creme de pentear de Sam, pelo visto, ele tinha mais produtos de beleza e cuidados com a pele do que uma perfumaria. Deixei um recadinho em um pedaço de papel para Sam, agradecendo a noite e que gostei de tudo. Zeca deveria estar no outro quarto com o outro menino e eu não quis ir vê-lo. Saí de seu apartamento e fui para casa.

Noite: Sam sequer me ligou para perguntar se eu cheguei bem em casa, ou saber que horas eu cheguei. Nem Zeca entrou em contato. Acho que os dois devem estar bem ocupados com suas novas conquistas.

Vou ver se durmo bem para acordar disposto amanhã para trabalhar. Nos papeis que Serena me deu para eu ler, diz que eu começo a trabalhar as dez da manhã, o que é um ótimo horário; nem muito cedo para acordar, nem sairei tarde para poder curtir um pouco a noite em outras atividades. Porém, como Serena falou, devo chegar uma hora mais cedo amanhã. Estou ansioso e ao mesmo tempo nervoso em saber qual surpresa que ela tem para mim amanhã.

13 de fevereiro – segunda-feira

Acordei às seis horas da manhã. Ai, que raiva. Na precisava acordar tão cedo, mas eu não conseguia mais ficar na cama, estava muito ansioso pelo primeiro dia de trabalho. Há muito não sabia o que era essa sensação. Um comichão inquieto no meu estômago não permitia que eu ficasse mais um segundo sequer na cama. Precisava fazer alguma coisa para que as horas passassem um pouco mais depressa. Decidi dá uma última conferida na roupa que ia usar e no que ia levar ao trabalho novo.

Bem, eu não tinha outra opção se não usar a mesma roupa recém-comprada para meu primeiro dia de volta ao trabalho na agência, quem sabe funcionaria melhor no novo emprego, já que na agência ninguém me notou.

Não tirava da cabeça o que Sam falou havia dito: que lá era um lugar cheio de glamour e classe. Fiz uma pequena pesquisa na internet sobre a empresa que eu ia começar a trabalhar. Fiquei surpreso com a quantidade de referências que o Google ofereceu. Só então que eu pude saber um pouco mais onde eu ía entrar. Um pouco espantado, vi que era uma espécie de agência também. Porém, era uma empresa fotográfica e estúdio para filmes e revistas de moda do mundo inteiro.