08 de abril - domingo

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08 de abril – domingo

Mesmo preocupado com Sam, consegui aproveitar a festa de ontem. Aquela resposta seca e prática que ele deu ao telefone não era normal, disso eu sabia. Algo passou por sua cabeça de tal maneira que ele não conseguiu pensar em nada além de fingir aceitar facilmente. O que me tranquilizou foi pensar que ele também estaria se divertindo no karaokê.

- Beto – Fe falou enquanto dirigia- você não pode ficar assim por causa dessa situação. Sam não é mais uma criança mimada que fica com raiva que não vai ganhar uma festa no aniversário. Se você ficar assim não vai aproveitar nada da festa.

- Você tem razão, Fe. Ele vai ficar bem... acho que eu deveria ter falado com ele mais cedo, não em cima da hora.

- Ele está bem. Agora para de pensar nisso... ah, você está muito lindo.

Sorri feliz para ele. Ele também não estava mal.

Chegamos ao endereço onde acontecia a festa. Era um elegante prédio no Jardins. Na entrada, holofotes discretos davam uma iluminação dourada ao local. Grades de segurança separavam os convidados dos fotógrafos e jornalistas da entrada. Céus, não sabia que existia tais festa aqui no Brasil. Eu estava bobo e de queixo caído, quando Felipe saiu do carro junto comigo. Fomos juntos para a área reservada a chegada dos convidados. Um chofer pegou as chaves do carro de Felipe e o tirou dali. Quando chegamos à entrada do prédio, um senhor muito elegante, de terno nos sorriu educado.

- Felipe Suliva e Gilberto Montenegro – Felipe falou, mesmo sem o senhor elegante ter perguntado nada. Ele então olhou em um papel com vários nomes de convidados.

- Ah, claro – o senhor falou. - Convidados da senhorita Serena.

Eu arregalei os olhos e Felipe sorriu. A passagem foi liberada para nós e entramos.

- Só o nome de Serena nos faz entrar nessa festa?

- Claro, querido. Está na hora de você acordar para sua nova realidade.

A entrada do local era muito chique. Com iluminação dourada em toda parte. Pessoas vestidas com alta costura; mulheres com seus deslumbrantes vestidos e jóias. Fiquei até impressionado com alguns artistas que eu via chegando. Nossa Beto, como você é lerdo, essa é uma festa de uma revista importante, óbvio que teria famosos. Modelos e mais modelos desfilavam por todo o lugar. Quando eu e Felipe chegamos ao saguão principal, um enorme lustre de cristal pendia do teto também dourado. Garçons passavam elegantes de terno branco com bandejas com taças de champanhe.

- Oi – falou Roberto atrás de nós, todo com a cabeça erguida. Estava muito elegante e a vontade. Acho que ele gosta desse clima de glamour.

- Meninos – eu falei bobo, olhando para todos os cantos – isso aqui é.. - fiquei sem adjetivo para o que seria aquilo.

- É a melhor coisa do mundo – completou Roberto.

- Bem, eu não ia ser tão exagerado assim, mas não é toda uma mentira, Ro.

Os meninos conheciam bastante pessoas. Provavelmente já tinha frequentado varias festas daquele tipo, com aquele mesmo público. Eu peguei uma taça de champanhe. A bebida era divina. Mesmo eu já tendo bebido outros champanhes, aquele era como se fosse tudo muito diferente do que eu já experimentei.

Pensei no Sam no karaokê. Dei uma bronca em mim mesmo para parar de ficar pensado nisso. Ele estava se divertindo, isso era certeza. Eu deveria fazer o mesmo.

Por mais que aquela fosse uma festa famosa, de uma mega revista, eu ainda não conseguia me acostumar quando uma celebridade passava por mim. Poucos fotógrafos credenciados circulavam ali dentro e parava personalidades para fotos. Eu quase caí pra trás quando um desses fotógrafos chegou até mim e os meninos e perguntou sobre nós.

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