17 de fevereiro - sexta-feira

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17 de fevereiro – sexta-feira

Tentei falar com Sam, mas ele não estava atendendo. Espero que seja porque está trabalhando. Mande um WhastApp para ele para avisar que não faria nada depois do trabalho e que queria vê-lo.

Serena parecia mais relaxada hoje. Acho que a viagem ao Rio a relaxou um pouco.

- Gostou da primeira semana de trabalho, Beto? - ela me perguntou.

Respondi que foi ótimo, que os meninos foram muito atenciosos e que gostei do trabalho.

Só no fim da tarde que Sam me respondeu com uma mensagem no celular e falou que me esperaria no barzinho de sempre, no centro. Ainda bem, é ao lado de casa.

Noite: Parecia que Sam não estava chateado. Pelo menos é o que falou e se estiver sabe esconder muito bem. Eu falei da Serena, dos meninos, do trabalho e das roupas, claro.

- Falei para você que lá era tudo de bom – ele comentou. Quando eu faço algum trabalho pra eles saio de lá bem feliz.

- Você bem que poderia trabalhar lá e íamos trabalhar juntos.

- Não, Beto. Já estou muito tempo na minha empresa e gosto de lá. Deixo os freelas para a Serena.

Sinto meu celular vibrar quando uma mensagem chegou.

Levei um susto quando vi no display o nome de Pedro. Nossa, tinha esquecido que eu havia passado meu número para ela no dia em que conversamos online. Na mensagem, ele falava que ainda estava em pé o encontro amanhã, falando o horário e o lugar que íamos. Notei o olhar curioso de Sam e falei para ele que amanhã eu tinha um encontro.

- Como assim? - ele se alterou na cadeira, quase gritando. - Passa uma semana em um novo trabalho, conhece gente nova, ganha roupas e arruma um namorado?

- Não é namorado, Sam. Eu nem a conheço. Vou vê-lo a primeira vez amanhã.

- Me fala tudo: quantos anos, com ele é, onde a conheceu?

Só o fato de falar onde o conheci que não me agradou muito falar. Eu me sinto tão bobo falando que vou conhecer uma pessoa de internet.

- Beto, querido – ele disse – hoje em dia o ponto de ligação de quase todo o mundo é a internet. Você pode ver que, atrás de um computador, as pessoas são bem mais sinceras, falam mais, falam mais o que querem, o que gostam, e sem escrúpulos.

- Ou seja – eu falei – as pessoas são hipócritas, é isso?

Ele riu e eu também. Aquela não era hora de filosofar nem tentar entender a humanidade.

P.S. Nossa, não saía da minha mente o encontro com Pedro amanhã. Beto, você não precisa ficar nervoso com encontros, afinal, você é um garota inteligente e gostoso e sexy.

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