A N T E S.
LOS ANGELES, CA.
J U L H O."shit, you again?"
dois.FOCO. EU PRECISO DE FOCO. Não é o fim do mundo. Não está acontecendo um terremoto, ou uma explosão nuclear. O teto não está desabando, a madrinha não perdeu o anel, ninguém derramou suco de uva no vestido da noiva e o bolo está sã e salvo dentro do freezer. Na escala dos desastres, esse não é um dos maiores. Poderia ser pior, tento me convencer, poderia ser muito pior. Quer dizer, eu nem tenho a certeza se realmente é.. Não. Não ainda criar expectativas. É ele. Definitivamente, é ele. Eu reconheceria aquela cabeleira loira em qualquer lugar.
Ou talvez não. Talvez eu esteja alucinando. Talvez seja apenas minha mente caótica e depreciativa tentando me afetar da pior maneira possível no momento, provavelmente, mais inapropriado de toda minha vida. E afinal, aquilo não seria novidade, até porque, quantas vezes eu já havia entrado em pânico nos últimos meses nessa mesmíssima situação? Muitas mais que eu gostaria de admitir.
Eu sempre vi a Califórnia como um lugar gigantesco. 49,5 milhões de pessoas vivendo em uma mesma bolha, tão perto e ainda assim, tão longe um do outro. Isso costumava me assustar de certa forma; a ideia de estar completamente sozinha nesta pequena parcela do mundo me consumia de forma assombrosa. Mas, nem meus medos ilógicos me impediram de largar tudo em Pittsburg quando eu recebi a tão esperada carta de aceitação da Universidade de Los Angeles. Mamãe e Carolina fingiram ficar radiantes com a notícia e de hora em hora me perguntavam variações engraçadas de um "você tem certeza?", mas, de certa forma, eu sempre soube que era aqui que eu pertencia.
Na realidade, eu não moro exatamente em Los Angeles. Não mais, pelo menos. Consegui pagar meu alojamento no campus da faculdade nesses últimos três anos trabalhando de assistente para o Dr. Beauchamp — o que consistia basicamente em preparar café e procurar pastas —, mas assim que decidi trancá-la, eu precisei dar adeus a todo o conforto e aconchego do meu dormitório com uma visão para a costa e ir para o minúsculo apartamento de Sabina em uma área mais deserta de Orange County. Não que eu estivesse reclamando; apesar de ser um pouco longe da praia e do metrô, eu amo aquele lugar. E sejamos sinceras, quem nunca sonhou em morar com sua melhor amiga?
Parece até um pouco cliché, mas dividir apartamento com a Sab era como estar presa em uma infinita festa de pijama. O único problema é que temos apenas um único quarto. A mexicana afirmou não ter problema, visto que o espaço é grande o suficiente para as duas camas e eu acabei concordando. Com um pouco de criatividade, colocamos uma cortina fina de seda entre os dois móveis, que deixou o lugar com o ar bem mais divertido. Porém, diferente de mim, a morena nunca foi uma garota de namorar sério. Todo final de semana ela aparecia com um novo homem, alegando ter finalmente encontrado "o cara". O que não era estranho, já que eu nunca encontrei ninguém com uma beleza que se equiparasse com a da Sabina. E sinceramente, eu não me importava. Não mesmo. Mas, bem.. tínhamos uma cortina separando os quartos. E não uma parede.
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wake up. ⁿᵒᵃⁿʸ
Fanfiction[noany] + onde o Noah não quer acordar sem a Any ao seu lado. ou... Noah e Any se conhecem no pior dias de suas vidas: testemunham juntos a traição de seus respectivos namorados. E é assim que os dois acabam no corredor de um prédio trocando conf...