onze + telling the truth.

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1 3 D E S E T E M B R O, D O M I N G O.
V E N I C E, L A.
Ú L T I M O D I A.

"telling the truth"onze

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"telling the truth"
onze.

n/a: depois de dois dias de atraso, aqui está. DEZESSEIS MIL PALAVRAS, então, me deem um desconto, por favorzinho. eu só queria dizer que revisei isso muitas vezes, mas tenho certeza que minha dislexia deixou algo passar. assim, por favor, me avisem se tiver algum erro muito escroto. E GENTE? 16K PALAVRAS, isso é TRÊS CAPÍTULOS DE UMA SÓ VEZ, eu não aceito nada menos que MUITO BISCOITO!!!! brinks, amo vocês. boa leitura! e bom... usem o colete.

DESPERTA. É assim que me encontro. Totalmente desperta. Não consigo fechar os olhos, nem por um minuto. Não posso arriscar que isso não seja verdade. Não posso arriscar que tudo não tenha passado de um sonho projetado por minha mente cruel. Não posso arriscar perder a memória que passa em replay na minha cabeça, como cenas do meu filme favorito. Então, é assim que eu permaneço; desperta.

A noite passada está fresca em meu subconsciente. Ainda consigo sentir cada toque de seus dedos em minha pele. Cada fricção dos seus lábios rosados nos meus. Consigo sentir minhas mãos traçando um caminho entre seus fios castanhos. Consigo sentir nossos corpos grudados. O cheiro sinestésico que as ventanias traziam das correntes marítimas. A sensação singular em minha barriga, como se meu estômago estivesse envolvendo a si próprio em um nó apertado. Cada carícia, cada segundo nos braços do moreno. Tudo está gravado permanentemente em mim, e mesmo se eu quisesse, não iria conseguir deixar esse sentimento ir embora.

E isso, de certa forma, me assusta. Aos poucos, eu já estava me convencendo que havia algo no Urrea que despertava meu interesse de uma maneira surreal. Talvez fosse pelo fato de tudo ao seu redor exalar um pouco de mistério, ou talvez porque nossos pés sempre pareciam arranjar algum jeito de se reencontrarem. E eu estava quase me convencendo que toda aquela tempestade de sensações que aconteciam em meu interior com a mínima menção de seu toque era apenas um efeito da curiosidade habitual do ser humano. Até aquela pequena junção de peles acontecer.

Agora, eu já não consigo mais entender o que se passa comigo. Não consigo procurar motivos racionais para estar deitada em minha cama, encarando as dobraduras impecáveis feitas no teto, me sentindo em total estado de êxtase. Não consigo entender, já que meu quebra-cabeça ainda não está montado. Algumas peças estão espalhadas, outras se conectam e umas parecem estar em falta. Meu coração se recusa a desacelerar e por mais que eu tenha dormido, no máximo, duas horas nesta noite, me sinto mais acordada que nunca, e não consigo deixar de me perguntar se o rapaz, do outro lado do corredor, está se sentindo da mesma forma.

Algumas noites, ao fechar meus olhos, eu ponderava o porquê do moreno não conseguir fechar os seus. Mas, agora, eu o entendo. Afinal, como poderia? Com o Sam. Com o aniversário de morte da sua mãe. Com seu pai. A conferência. O Bailey. O fato de eu estar aqui como sua namorada falsa. Tudo isso parece ser demais para ser lidado apenas por uma pessoa, apenas por uma mente. E soa até patético imaginar que nosso beijo, que se iguala a uma borboleta em meio a um tornado, possa estar tirando alguma casquinha de seus pensamentos também.

wake up. ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora