doze + i like you.

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A G O R A.
LOS ANGELES, CA.
S E T E M B R O.

"i like you"doze

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"i like you"
doze.

n/a: demorei... MAS DOZE MIL PALAVRAS E UM NOAH POV'S, HEIN!!!!!! só queria dizer que usei muito da literatura e psicologia nesse capítulo e se tiver alguém profissional aqui e se eu tiver falado alguma merda, podem corrigir, tá? eu sou burrinha assim mesmo.... também me perdoem por possíveis erros e tenham paciência ao decorrer da história... rsrs. NÃO DEIXEM DE LER AS NOTAS FINAIS e é isso. boa leitura! :)

EU NÃO FUI, exatamente, a personificação do aluno exemplar quando estava no Ensino Médio. Como na maioria das coisas em minha vida, eu sempre costumei fazer o mínimo, apesar de ter o conhecimento necessário para me sobressair. Talvez fosse o ar sufocante típico de colegial, já que hormônios de adolescentes e competitividade prematura nunca fizeram uma boa combinação. Talvez fosse a cobrança exacerbada e a falsa crença de que aquele era o único caminho para termos algo significante no futuro. Talvez fosse todas aquelas pessoas envoltas em uma bolha idêntica enquanto juravam ser diferentes de todo o resto. Ou talvez, afinal, eu só fosse um pouco arrogante e solitário, mesmo quando jovem.

Seja lá qual seja a resposta, aquela realidade nunca pareceu muito convidativa aos meus olhos. Os dias se passavam como um borrão e a maior parte deles eram tomados da minha memória. Permanecia calado em tempo integral e me permitir participar ativamente das aulas foi um crime que eu não tive a audácia de realizar. Gosto de acreditar que fui o característico aluno comum. Sempre mantive-me na média — não exatamente ruim, mas também nada de extraordinário. Um garoto padrão, e nunca me importei o bastante para tentar mudar tal fato, já que, de acordo com minha irmã, sempre costumei aceitar o percurso normal em que a vida corria sem muito alarde. E acreditei fortemente que esse ciclo, denominado de zona de conforto, perpetuaria-se por muito mais tempo, até as aulas de Literatura tornarem-se obrigatórias a partir do segundo ano.

Pode-se dizer que a ideia não havia sido muito agradável ao meu ver, já que pensar em permanecer horas preso em um cubículo programático ouvindo sobre a diversidade de escritores mortos não era exatamente o que um adolescente nos auges dos seus dezesseis anos desejava. Em minha ínfima e infrequente cabeça, aquilo deveria ser um sinônimo, ou até mesmo, a própria definição de tortura. E eu não estava equivocado; por muito tempo, todas as sextas-feiras com as aulas da sra. Kinsella eram, definitivamente, a pior parte do meu dia.

Não sei o que, de fato, acontecia. Mas diferente de todo o resto do meu horário curricular, eu me encontrava, por algum motivo, impedido de desligar minha mente para o que acontecia ao meu redor. Era como se meus olhos obrigassem-me a assistir a sra. Kinsella fazer parecer complicado a tentativa de decodificar o que os poetas falavam, onde na minha perspectiva era claro: alguém quebrou meu coração, agora estou deprimido e quero morrer. Era, no mínimo, excruciante assistir todos os meus colegas de classe esmiuçar cada linha e analisarem cada sinal de pontuação, procurando por significados inexistentes. E qualquer um que realmente esteve em uma dessas situações, vai concordar que não há nada de bonito, literário e misterioso na tristeza. Principalmente, se ela é causada por outra pessoa. Então, no fim, as aulas de literatura eram como observar um grupo de esquilos cegos tentando achar nozes.

wake up. ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora