III- Jefferson

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Quando eu tinha seis anos, já era possível notar um comportamento um tanto quanto diferente e padronizado em mim

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Quando eu tinha seis anos, já era possível notar um comportamento um tanto quanto diferente e padronizado em mim.

Sempre que eu ficava aflito ou preocupado, puxava o cabelo rente à nuca, deixando algumas falhas visíveis. Ou quando irritado, beliscava o braço até que alguns hematomas aparecessem. Já algo constante, independente do humor, era pressionar meus dedos uns contra os outros. Sem contar que, para o acréscimo do meu desespero, quando alguma palavra específica me abalava, ela se repetia em loop na minha cabeça, era como um grito dentro de mim.

Marrom.

Era como se a ponta de meus dedos formigassem o dia inteiro.

Na escola, alguns amigos eram cruéis por não entenderem o meu jeito diferente, isso é claro, desencadeva crises constantes em público, o que só os fazia ter certeza de que eu tinha algum "problema".

Mamãe falava que os esquisitos eram eles, que não compreendiam que haviam pessoas diferentes do que estavam acostumados, isso nunca ajudou.

Aos sete eu comecei o tratamento psicológico. No início era difícil, eu não gostava de ouvir a Dr. Kim falar, então eu desenhava durante toda a sessão. Conforme fui crescendo, as sessões ficaram mais fáceis de suportar, a Dr. Kim ficara menos insuportável e os desenhos foram perdendo a graça.

Aos quinze me apaixonei por uma garota da minha classe, ela nunca foi cruel comigo, e foi no mesmo período em que dei meu primeiro beijo com a citada. Não vou dizer que não quis dar um passo à diante com ela, porque sim, eu queria. Mas antes que tivéssemos oportunidade para fazermos sexo, eu peguei ela beijando um dos garotos do ensino médio. Ele era bem maior que eu e provavelmente me partiria em dois, logo, deixei isso para lá.

Foi quando conheci Kim Taehyung, atualmente, meu melhor amigo.

Eu estava voltando para casa, e devido à decepção de ver a garota que eu gostava agarrada com outro cara, eu estava super-sensível. O barulho dos carros me machucavam, às pessoas pareciam maiores do que o normal, ou eu parecia menor. Todos esbarravam em mim, o toque repentino de seus ombros chocando-se contra os meus começou a me machucar tanto quanto o barulho dos carros. Encolhi-me contra o muro de uma construção aleatória e cobri o ouvido com as mãos, apertando bem os olhos e tentando repeti o exercício que a minha psicóloga havia me ensinado para contornar tais situações.

Eu repetia o nome de todos os presidentes americanos.

- W-Washington, Adams, Jefferson, Madison, Monroe, A-Adamns...- apertei os olhos com mais força, quando senti a presença de alguém, mais perto do que antes, e senti que também haviam parado de esbarrar em mim.

36 Motivos para 𝘈𝘮𝘢𝘳 Você - JIKOOK (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora