Capítulo 17

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- Vamos comer, esse chocolate ta uma delícia, eu experimentei um pouco lá embaixo, sua mãe me deu a receita.

- Trocando receitas com a sogra.

- Claro, sabendo do que você gosta vou te fisgar pela boca. Não é assim que se pegam os peixes? – brincou.

- Achei que eu tinha fisgado você. – mordeu uma torrada.

- Você me seduziu.

- Ah é?

- Uma pobre menina do interior. – a morena riu.

- Inocente né?

- Ahan.

- Sei bem dessa inocência aí. – Ludmilla a olhava com um sorriso de canto que era sua marca registrada.

- Ainda bem que você me quis. – Brunna beijou os lábios dela.

– Antes do chocolate prova esse iogurte.

– Ela havia picado os morangos e colocado dentro junto com os cereais.

- Estou adorando esse tratamento. Pena que é só esse final de semana.

- No Rio também te dou tratamento VIP, o ruim é que Larissa já desconfia muito de mim, aliás, da gente.

- Ela não te faz perguntas indiscretas?

- Não, mas ela fica de olho na gente. Quando disse que viria pra cá ela não falou nada, somente que eu aproveitasse. Ela não é boba. Sua mãe mesmo já disse que ela sabe, acho que só não quer falar, quer que eu fale.

- E você vai falar?

- Não é o momento pra isso, nem sei se existirá esse momento, mas agora não. Estamos no início dos estudos, moramos juntas. Já pensou se dá algum problema? E precisamos nos separar? Ficaria ruim pra ela e pra mim.

- Aí você vem morar comigo. – Ludmilla falou mais no ímpeto que raciocinando.

- É bem verdade o que as pessoas dizem sobre casais de mulheres, elas se conhecem num dia, namoram no outro e casam no terceiro. – achou graça.

- Não ta me levando a sério? – Ludmilla permaneceu séria.

- Estou amor, só que isso ainda é cedo. Cada coisa no seu tempo devido, não é?

- Isso. - Se Larissa viesse falar comigo sobre nós, teria alguma problema pra você?

- Nenhum. Nunca escondi meus relacionamentos, no meu escritório todos sabem que sou gay e quem eu mais precisava que soubesse e me aceitasse já sabe e aceita, que é minha mãe. Então não vejo problema algum.

- Meu pai morreria se soubesse que sou gay.

- Ele é preconceituoso?

- Não sei se a palavra certa é essa, mas ele foi criado numa família muito religiosa e tradicional, já pode imaginar os princípios dele né.

- É. – respondeu pensativa.

- Vamos terminar o café? Quero te levar em Penedo e se der em Itatiaia.

- Amor, está chovendo.

- Não tem problema, agora eu tenho um gorro ultra super mega potente que não deixa meus cabelos arrepiados.

– Brincou.

– E foi minha namorada linda que me deu. – puxou a morena e beijou seus lábios.

Terminaram o café e tomaram um banho para sair. Ludmilla se arrumou primeiro e deixou Brunna terminando de se arrumar no quarto. Foi atrás de Silvana.

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