Melodia

Capítulo 48

No quarto Ludmilla mexia no controle da TV zapeando os canais e Brunna passava um hidratante no corpo. Fazia de um jeito sensual que não passou despercebido pela negra.

- Está cansada? – Brunna perguntou.

- Não muito, por quê? – Ludmilla continuava olhando para a TV.

- Por nada... – subiu na cama e deitou ao lado dela, repousando a cabeça em seu colo.

- Brunna quando vai começar a me contar as coisas que acontecem no seu trabalho? Porque o que você me conta é superficial e o que quer que eu saiba.

- Se está falando sobre Pocah, eu não disse antes porque não estávamos conversando e depois porque as coisas foram acontecendo e eu me esqueci.

- Esqueceu? – olhou pra ela.

- Sim e não achei importante o suficiente e se quer saber mesmo, eu sabia que você iria implicar, por isso não falei.

- Que adianta você não contar se uma hora eu fico sabendo?

- Boca grande a de Emilly, depois eu vou falar com ela.

- Claro e dizer pra não abrir mais o bico e continuar me escondendo as coisas. Vai ser assim?

- Não. – Brunna se levantou e ficou de frente para Ludmilla.

– Se eu não falo é porque sei que se irrita, até acontece de alguém me dar uma cantada ou ser um pouco mais abusado, mas eu não deixo passar disso.

- Eu confio em você, mas se continuar me omitindo as coisas vou deixar de confiar. Promete que vai me contar tudo?

Brunna olhou nos olhos dela e sorriu.

- Ta bom amor, mas tem que me prometer que não vai ficar com raiva.

- Eu prometo.

Brunna olhou em volta e pareceu pensar um pouco. Mexeu no cordão de Ludmilla e beijou a boca dela.

- Aconteceu uma coisinha lá durante o ensaio.

- Como é que é? – Ludmilla recuou o corpo e cruzou os braços. – Ta vendo Brunna, você está me escondendo as coisas.

- Amor, escuta. Era o último dia de gravação, eu estava na varanda olhando o tempo quando Pocah se aproximou. Conversamos um pouco e depois ela veio com uma conversa mole de que gostava de mim e que pensava em mim.

Ludmilla estreitou os olhos, Brunna sentiu que ela estava quase bufando, colocou as mãos nos braços dela como se quisesse acalmá-la.

- Naquele exato momento eu estava mesmo era pensando em você, em voltar pro Rio e conversar sobre a gente, acertar tudo de uma vez. Ela me beijou de repente, mas eu me afastei dela e saí de perto sem dar explicações. Nunca mais a vi e quero que quando nos encontrarmos de novo você esteja do meu lado.

Ludmilla levantou da cama e andou de um lado para outro.

- Eu sabia que aquela mulher gostava de você, vi isso na cara dela. Que ódio! Tenho horror de gente dissimulada. Aconteceu mais alguma coisa que eu não esteja sabendo? – olhou para Brunna.

- Não. Eu fui embora no dia seguinte cedo e não a vi mais. – Brunna saiu da cama também e se aproximou de Ludmilla.

– Me desculpe, não falei porque sabia que ia ficar assim, nervosa.

- Nervosa? Eu estou tomada de ódio. – puxou Brunna pela cintura.

– Você é só minha. E ninguém vai tirar você de mim.