Capítulo 35

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A manhã seguinte foi animada pela ida ao Jardim Botânico. Emilly achou o lugar maravilhoso, tirou muitas fotos de Sarah, que ficava fazendo pose o tempo todo.

- Essa idade é fogo viu? Ah lá, ta se achando a modelo. – Emilly arreliou a filha.

- Deixa ela, mulher.

- Depois pega as fotos e coloca no Instagram, Facebook, Twitter e por aí afora.

- Nossa, são tantas redes sociais que eu me perco, não tenho nada disso. To desatualizada virtualmente. – Brunna brincou.

- Eu também não, tinha um Instagram, mas acabei encerrando a conta. – Renatinho falou.

Emilly aproveitou a distração de Brunna e mandou uma mensagem para Ludmilla, que retornou em segundos dizendo que aguardava do lado de fora. Dali pra frente era Deus e o destino. Ludmilla entrou de carro e o estacionou num lugar mais reservado, mesmo tendo trocado de veículo ficou com medo de Brunna perceber. Começou a caminhar com os olhos atentos, ela não poderia vê-la primeiro. Avistou o pessoal perto do orquidário. Ficou escondida atrás dele e pensando em qual seria sua abordagem.

"Se eu for educada, ela sairá correndo. Se for mais estúpida, ela também sairá correndo."

Ludmilla resolveu da forma que achou melhor. Quando viu que Brunna saiu aproveitou que ela falava ao telefone e estava distraída ficando mais atrás do pessoal e a puxou para um canto.

- Peguei você! – Ludmilla falou.

Brunna deu um grito que foi logo abafado pela mão de Ludmilla.

- Não grita e fica calma que eu não vou fazer mal a você. Quero só conversar e te falar umas coisinhas. Isso será possível?

- Ahan. – Brunna falou ainda com a boca tampada.

Ludmilla então retirou a mão e ficou olhando para os olhos dela que não desgrudavam dos seus.

- Não vai falar? – a voz de Brunna saiu quase ofegante, estava um pouco assustada.

- Estou olhando para você e tentando entender seu olhar, pra depois dizer o que quero.

- E o que meu olhar quer dizer?

- Que você ainda me ama, mas não confia em mim.

- Muito pretensiosa você. – Brunna sorriu com deboche.

- Pretensão seria dizer que ainda me ama só. Escute o que vou lhe falar. Eu esperei muito tempo pra pensar no que fazer e decidi que não vou abrir mão de você nem desistir do nosso amor. O que fiz pode não ter perdão para os casos onde não exista um sentimento tão forte como o nosso. Eu vou te reconquistar e isso pode demorar anos, mas sei esperar, como venho esperando por você até hoje. Eu a amo e a quero de volta.

- As coisas não são como pensa, não sinto mais nada por você Ludmilla. O que sentia era forte, mas acabou no dia em que a vi na cama com aquela mulher escrota. E eu que desconfiava dela ouvi muitas vezes você me pedir para esquecê-la. Você não deu valor ao meu amor, agora não o tem mais e nunca vai ter. – falava com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu dei valor, mas me perdi em sentimentos distorcidos que me confundiram.

- Pois vá se orientar em outro lugar, não comigo.

- Me dê uma chance. Você querendo ou não, eu vou tentar. E sabe por que sei que ainda me ama?

- Não.

- Por isso.

Ludmilla beijou os lábios de Brunna e a apertou contra a árvore em que estavam encostadas. Puxou a morena pela cintura e a envolveu nos braços. Sentiu aquele abandono e a língua dela procurar a sua. Apertava o corpo de Brunna contra o seu e quase perdeu o juízo quando ouviu um gemido dela em seus braços. Ao contrário do que imaginou ela não a repudiara e isso lhe deu ânimo para tentar reconquistá-la, mas num momento de sensatez interrompeu o beijo e sentiu nos lábios dela que ainda queria mais. Quando seus olhos se abriram Ludmilla sorriu para ela.

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