Capítulo 32

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De volta aos cinco anos depois

De olhos fechados lembrava-se daquele dia, guardava o cheiro ainda na memória e por vezes refazia essa cena em sua cabeça, mesmo com o passar dos anos. Uma batida na porta a tirou de seus pensamentos.

- Brunna! Está na hora. – era Erick a chamando.

Haviam ficado sócios depois de alguns anos trabalhando juntos. Uma oportunidade apareceu para que Erick abrisse um novo centro cultural e Brunna entrou de sócia com ele. A parceria deu muito certo e o trabalho deles era considerado um dos melhores do país. Sempre que a mídia queria lançar uma banda ou cantor com ballet, procuravam o centro cultural. Os melhores cantores de bandas produziam seus shows e principais apresentações nos prêmios e na TV sob a criação e coordenação de Brunna e atualmente já arriscavam montar uma produtora para gravação de DVD. Ela sabia muito bem o quanto trabalhara para conquistar tudo que tinha. E com a ajuda de poucos, sua família, Vera e Bibiu. Renatinho também fez parte dessa trajetória, embora acompanhasse sempre de longe. 

Quando entrou na sala de observação ficou aguardando os músicos e bailarinos para iniciar a gravação de uma apresentação para TV, sua presença causava certo frisson. Brunna continuava linda, agora com o cabelo loiro, mais compridos na altura do ombro, num moderno. Malhava todos os dias e corria quando tinha tempo, hábito que fez seu corpo mudar radicalmente. Com um corpo escultural, pernas torneadas, barriga chapada, a bailarina possuía uma sensualidade única e chamava atenção por onde passava.

- Essa é a tal Brunna? – perguntou um dos músicos dentro da cabine.

- Sim. Aquela da revista que você viu. – respondeu o outro.

- Nossa que gata! É mais bonita ao vivo. Eu pegava ela. – falou com um sorriso sarcástico.

O que ele não sabia era que os microfones já estavam ligados e podia-se ouvir até a respiração deles de onde a negra estava.

Erick estava ao lado dela achando graça do comentário.

- E aí Bru, pega ele?

- Pego, só se for pra jogar fora. – Brunna apertou um botão chegando perto de um microfone e pigarreou.

– Gente, os microfones estão ligados, estão prontos pra começar? E... ah sim... eu não estou disponível para "pegação". – sorriu.

O rapaz não soube onde enfiar a cara de tanta vergonha. Brunna e Erick riam de onde estavam e deram sinal para que a banda começasse. Sua rotina era acompanhar as gravações e trabalhar na produção e coordenação de apresentação dos artistas nas principais premiações do país. Adorava o que fazia e por isso tinha tanto sucesso.

Rio de Janeiro

- Até que enfim lembrou que tem mãe.

- Desculpa mãe, tive um problema com o carro e não pude vir antes. – falou Ludmilla saindo do carro.

- Porque não veio no outro?

- Está com um problema no ar condicionado e não quis vir nele, vou mandá-lo também para a revisão e depois vender. Já está na hora de trocar.

- Você e sua trocação de carro. E aquele outro, porque não o vende também.

- Não! Aquele carro vai ficar guardado.

- Vai desvalorizar.

- Não interessa. Ele ficará exatamente onde está. – Ludmilla se referia ao carro que comprou para a Brunna.

Entraram em casa e depois de deixar suas coisas no quarto Silvana sentou na sala para conversar com ela; estava preocupada com a filha.

- Como estão as coisas?

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