Capítulo 28

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Sua respiração ficou acelerada, sabia que não era certo o que estava fazendo, mas não conseguiu se conter. Abriu a porta para Rebeca e a recebeu. A juíza usava uma calça leg preta com sandálias de salto, uma blusa de cor creme bem solta e um cinto transpassando, realçando a cintura. Os cabelos estavam na altura dos ombros num corte moderno e muito cheirosa.

- Entre Rebeca, algum problema?

- Não, estava passando por aqui perto e quis visitá-la. Achei que nem fosse me receber. Está sozinha em casa?

- Por hora sim.

- Que faz sozinha uma hora dessas, mulher?

- Descansando. Tive uma semana cheia.

- Imagino, tenho acompanhado seus casos, você tem se dado bem.

- Graças a Deus. Você está me vigiando? As duas caminharam até a sala de estar.

- Não, apenas admirando seu trabalho.

As duas se olharam como que tentando entender o que faziam ali.

- Quer beber alguma coisa? - A negra perguntou.

- Água somente, estou com sede.

Ludmilla foi buscar e voltou com uma jarra nas mãos e um copo, a serviu e deixou em cima da mesa. Não tinham muito que dizer e o assunto não conseguiu se estender.

- Bom eu só passei para saber se está bem e dizer que estou gostando de ver como tem se destacado nos tribunais. Está ficando temida por todos.

Ludmilla sorriu pelo elogio.

- Que isso, nem é tanto. Agradeço o elogio.

Rebeca se levantou e foi andando até a porta. Virou-se de repente e ficou cara a cara com Ludmilla que vinha logo atrás.

- Eu... – afastou-se um pouco. – Desculpe, era só para dizer que ainda penso em você e no tempo que passamos juntas, às vezes tenho saudades e...

- Rebeca... – Ludmilla falou próxima demais da boca dela e não resistiu.

Puxou-a para um beijo ardente, colando sua boca na dela e procurando sua língua. Sentiu o perfume de Rebeca e aquilo assanhou seus instintos mais selvagens. Ouviu no fundo de seus pensamentos o sorriso de Brunna e parou de repente.

- Não posso! Não posso! Desculpe... não posso! – se afastou colocando as mãos na boca e depois passando nos cabelos.

- Tudo bem Ludmilla. Eu que peço desculpa, me deixei levar.

Ludmilla abriu a porta deixando Rebeca sair e a fechou em seguida encostando-se nela. Depois correu para o banheiro e tomou um banho, como que querendo tirar o gosto e o cheiro de Rebeca de seu corpo. Deitou na cama e abraçou o travesseiro de Brunna, sentindo seu cheirinho. Chorou de remorso. Adormeceu com os pensamentos confusos. Brunna pensou em ir para sua casa, mas talvez conseguisse encontrar Ludmilla mais calma e conversar com ela. Rômulo a deixou na porta do prédio e ela subiu. Abriu a porta e tudo estava escuro, julgou que Ludmilla estivesse dormindo e acertou. A encontrou deitada encolhida e abraçada a seu travesseiro, achou bonitinho. Tomou um banho rápido e deitou-se ao lado dela. Acariciou seus cabelos, beijou sua testa e passou as costas da mão em seu rosto, depois beijou-lhe os lábios.

- Te amo. – sussurrou.

Ludmilla se mexeu e soltou o travesseiro, Brunna então aproveitou e a abraçou. Instintivamente a negra se aconchegou em seu colo, parecendo uma criança.

- Não! Eu juro que não queria! – Ludmilla falava baixinho. – Volta aqui! Eu tentei, mas não consegui. Me perdoa!

Brunna viu que sonhava e falou carinhosamente.

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