Capítulo 23

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*Revisado*


📑Boa leitura😘

Não sei ao certo quanto tempo dormi, mas acabei de acordar e estou um pouco atordoada, sem saber exatamente onde estou, sentindo meu braço direito formigar e ter a certeza de que um pequeno braço está em cima da minha barriga. Foi aí que lembrei, abri meus olhos e encontrei o quarto um pouco mais escuro do que estava antes.

Isabel ainda estava deitada ao meu lado, mas não estava mais dormindo. Notei isso assim que olhei em sua direção e peguei seu olhar perdido na direção da janela, coberta pela cortina, mas que ainda assim deixava transpassar um pouco da claridade que ainda existia lá fora.

A posição que me encontrava não estava mais tão confortável como no momento em que deitamos, meu braço que o diga. Então, devagar, comecei a tentar mexê-lo. Foi aí que Isabel me olhou e abriu um lindo sorriso.

- Até que enfim você acordou! - diz se levantando.

- Nem eu imaginava que estava tão cansada, mesmo depois do tempo que dormi no hospital. - digo a ela enquanto movimento meu braço, com intuito de que a dormência e formigamento sumam.

- Estava pensando na minha tia, enquanto você dormia. - diz sorrindo.

- Sua tia?!

- Sim! Além do tio Lelliot, tenho uma tia. - noto em seu tom de voz que ela gosta muito dessa tia.

- Ela é irmã da sua mãe? - sei que é errado, mas não custa nada tentar saber mais um pouco sobre a garota, da qual tenho absoluta certeza, ser a mesma de anos atrás.

Por que tenho tanta certeza? Meu pai dizia uma frase que ele aprendeu com o seu pai: "Quem bate nunca lembra, e quem apanha nunca esquece." Posso garantir que isso é verdade, pois só eu sei o que passei nas mãos daquela garota. Papai sempre disse que minha memória era melhor do que a de uma tartaruga. Até hoje ainda não entendi isso, pois sempre imaginei que as tartarugas tinham a memória e o pensamento tão lentos quanto elas.

- Não, ela é irmã do meu papai, assim como o tio Lelliot! - Isabel me explica.

- Ela não estava aqui quando cheguei?

- Não, infelizmente. - sua voz sai triste, porém logo ela volta a ficar feliz - Mas já já ela estará de volta, e nós poderemos ser melhores amigas de sempre. - começo a rir do seu jeito de falar. Apesar de ser criança, Isabel não fala as palavras erradas, saem todas bem explicadas.

- Pelo jeito que você fala, ela deve ser muito legal mesmo. Estou ansiosa para conhecê-la! - no mesmo instante que termino de falar, a porta do quarto é aberta, e mais uma vez senhora Jones passa por ela com uma bandeja em mãos. Sorrio ao lembrar do momento que tivemos mais cedo.

- Então você está aqui! - diz assim que coloca a bandeja sobre a cama e as mãos na cintura, se dirigindo a Isabel - Sua mãe está te procurando. É hora de fazer o dever de casa.

- É que estava tão bom aqui... Acabei esquecendo. - responde a senhora Jones e volta sua atenção para mim - Papai disse que esta semana vou ficar em casa, ele vai organizar minha segurança. Depois disse que vou voltar para aula. Então ele falou com a diretora da escola e ela mandou as tarefas desta semana para fazer em casa. - fala tudo de uma vez e solta um longo.

- Isso mesmo, mas antes de ir aproveite para fazer um lanchinho com sua amiga. - sugere a senhora Jones, apontando para a bandeja em cima da cama, com muitas guloseimas.

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