Capítulo 29

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*Revisado*


📑Boa leitura😘

Mexo meu corpo, acordando depois de uma noite tranquila de sono. Mas sabe quando você está acordada mas continua de olhos fechados, tentando voltar a dormir mais pouco? É assim que estou neste momento, mas tem algo me incomodando.

Mexo meu corpo mais uma vez só para ter certeza de que o que estou sentindo é realmente real. O colchão macio e perfumado, no qual adormeci ontem, desapareceu. O ambiente está mais gelado que ontem também, e o cheiro do lugar é muito familiar.

Não pode ter sido um sonho. Tudo não pode ter sido ilusão.

Penso, sentindo o cheiro ruim daquele lugar tomando conta do meu olfato. Estou com medo, mesmo assim abro os olhos devagar e vejo que estou dentro do mesmo quarto, o qual passei todas as noites nesses últimos anos. Olho em volta e está tudo como havia deixado, a única diferença é que estou sozinha, todas as outras meninas não estão aqui, devem estar cumprindo seus deveres diários. Nenhuma me chamou, e se o velho rabugento descobrir que ainda estou dormindo... Melhor nem imaginar!

Me sento sobre o fino colchonete e tiro de cima das minhas pernas o leve cobertor, que nem ao menos para esquentar serve, neste mesmo momento a porta é aberta e meu maior medo se torna realidade. O velho nojento passa por ela, a princípio bufando de raiva, mas quando me vê seu olhar muda completamente.

- Aí está você! - diz com um sorriso maior que o do desenho do gato de Alice no País das Maravilhas. Me levantei de imediato, ficando de pé sobre o colchonete, sem deixar de observá-lo, o mesmo entrou no quarto e fechou a porta.

- Pensei que tinha tentado fugir novamente. - apenas balancei a cabeça rapidamente, negando sua suposição, e envolvi meus braços em meu corpo ao notar seu olhar estranho sobre ele. - Acho bom mesmo não tentar, ainda deve lembrar do que aconteceu quando tentou?! - pergunta sorrindo ironicamente.

Como esquecer? Ainda posso sentir as finas mini lâminas daquele sinto passando pelas minhas costas. Um calafrio sobre meu corpo só de recordar.

- Mas isso não significa que não terá um castigo por ainda estar aqui, dormindo como se fosse dona do lugar e não precisasse fazer nada. - diz se aproximando, passando ao meu lado e se posicionando atrás de mim. Sinto uma se suas mãos tirar as mechas do meu cabelo sobre o ombro direito, levando-as para trás, o deixando livre.

- Mas pode ser assim, é só você cooperar! - sinto seu bafo quente bem próximo ao meu rosto, seu mau hálito tomando o lugar do odor do lugar em minhas narinas, e uma mão apertando o lado direito da minha cintura.

Sem mexer a cabeça olho em volta para tentar encontrar um lugar para me esconder ou por onde consiga fugir, mas só tenho uma opção... A porta do quarto. Só resta torcer para que ele não a tenha trancado sem que eu tenha percebido.

Antes que ele possa fazer qualquer outra coisa, saio correndo na direção da porta, forço a maçaneta só para constatar que ela realmente está trancada. Meu corpo é pressionado contra a porta, suas mão estão novamente em mim. A bile sobe até minha garganta, o medo toma conta do meu corpo, meu coração bate descompassado, a respiração fica pesada e acelerada.

- Agora o seu castigo vai ser pior! - puxa meu corpo, jogando- me na mesma direção colchonete do qual havia levantado a pouco.

- Ahhhhh... - um grito escapa da minha garganta com a violência do seu ato.

Me levanto imediatamente com o susto, olhando em volta e me deparando com o mesmo quarto no qual fui dormir ontem a noite. Suspiro aliviadamente por tudo não ter passado de um sonho, ou melhor de um pesadelo.

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