Capítulo 11 (Elena)

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*Revisado*

📚Boa leitura😘

Não esperava encontrar aquela cena em minha frente, Roger ferido e aquela garota apenas o observando. Ela se assustou largando a arma do crime, ensanguentada, que caiu próximo a seus pés. Depois de uma breve discussão, onde Roger afirmou que havia sido atacado pela infeliz, perco minha paciência completamente deixando- a presa no primeiro local que me veio à mente.

Voltei para o escritório, verificando que a situação de Roger não era das melhores. Peguei meu celular e rapidamente pedi uma ambulância. Felizmente o socorro não tardou a chegar.

Algum tempo depois, estava na recepção do hospital aguardando por notícias, depois de preencher a ficha de Roger informando que ele foi vítima de um assalto, mas sem deixar de pensar no que fazer com a insolente órfã. Temos planos para ela que seriam postos em prática daqui a alguns meses, depois que chegasse à idade, mas diante do ocorrido vamos ter que antecipar tudo.

Amanhã mesmo ela será transferida à Lobby Club. Sei que Henrico vai adorar ensiná- la boas maneiras. Porém ainda me pergunto onde essa menina estava, não me recordava de vê-la pelo orfanato. Se bem que se for analisar, ela sempre estava lá, mas com roupas estranhas. Sim, eu lembro perfeitamente do seu olhar de desespero, idêntico ao de quando a levei para seu novo lar. Idêntico ao dia em que ela tentou fugir e eu a pune por isso.

Anastasia... Como pude esquecer da minha galinha dos ovos de ouro?! O pensamento me faz sorrir.

Essa menina parece ser mais esperta do que parece, com certeza deve ter presenciado tudo o que Roger apronta naquele lugar e arrumou uma forma de se manter invisível. Mas não creio que tenha feito isso sozinha, as meninas herdam tudo umas das outras, até as roupas, e as que ela trajava nos poucos momentos que me recordo não eram de acordo com as que eu comprava.

Com certeza ela teve ajuda, mas de quem? Preciso saber e dar um fim nisso. Meus pensamentos são interrompidos por uma voz grave, que procura os parentes de Roger. Me aproximo do enfermeiro, que por sinal é o mesmo que nos acompanhou no trajeto do casarão até o hospital, me apresento como amiga do Roger e ele me informa seu estado.

- Como meu amigo está? - peço procurada.

- Nesse exato momento ele está na sala de cirurgia. Constatamos, após uma breve averiguação do seu quadro, que a lesão em sua coxa não causou danos. Porém a na região da virilha atingiu a veia femural. O encaminhamos para emergência e agora temos que aguardar. Geralmente esses casos, quando socorridos imediatamente, não há perigo de morte... - um calafrio percorre minha espinha só de imaginar perder Roger.

- Assim eu espero, não posso perder Roger agora. - falo mais para mim que para o enfermeiro a minha frente - Sabe me dizer se essa cirurgia demora muito?

- Isso vai depender do que o cirurgião irá encontrar. - apenas assinto em compreensão e agradeço por suas informações. Ele se afasta retornando para ambulância que ainda estava estacionada na porta de entrada do hospital.

Como preciso ficar aqui até ter mais notícias do estado de Roger, decidi dar início aos preparativos para a nova vida que aguarda a miserável que me fez vir parar em um hospital a noite. Retiro meu celular da bolsa, desbloqueio a tela e faço uma busca rápida nos meus últimos contatos, até encontrar o nome de Heitor.

Clico no símbolo do telefone ao lado do seu nome e levo o aparelho até meu ouvido, escutando o som da chamada. Henrico atende no terceiro toque.

- Espero não estar incomodando. - digo ao escutar sua respiração pesada.

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