Capítulo 45 (Phoebe)

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*Revisado*



📑Boa leitura😘

Estar na escola deveria ser o momento mais legal do meu dia, aprender, brincar, me divertir e ter muitos amigos. Mas não é bem assim. Diferente das outras crianças eu não tenho amiguinhos, ou melhor tive apenas uma amiguinha este ano, mas ela precisou se mudar, então voltei a ficar sozinha.

Mas não é por falta de vontade de ter com quem passar a hora do recreio brincando, mas porque eles não gostam de estar comigo. Só chegam perto de mim para fazer piadinhas, todas voltadas para um único assunto.

Eles sempre dizem que eu não tenho uma mamãe.

Se for pensar por um lado, é como se nunca tenha tido mesmo. Não tenho muitas lembranças de chamar a Leila de mãe, até porque ela mesma dizia que eu não deveria a chamar assim. Uma das vezes que fiz isso na frente do papai e dos meus tios e avós, ela me repreendeu depois, quando estávamos fora das vistas deles.

Ali eu aprendi que de fato ela não era minha mamãe.

Ela jamais participou de uma atividade da escola, sempre quem vai é o papai ou a vovó. É até mais por isso que meus coleguinhas dizem que não tenho mamãe, pois jamais a viram. Quando ela dizia que iria me acompanhar, apenas me levava a entrada da escola e me deixava la, nem mesmo saia do carro.

Mas se for para ter que chamar de mãe alguém que te bate, as vezes até sem motivo, é melhor nem ter mesmo. Mas bem que gostaria de ter amiguinhos para brincar. No momento eu só tenho a Ana, que agora anda um pouco ocupada com a tia Mia.

Ela prometeu que me daria mais atenção, estou só aguardando para ver como ela vai fazer isso.

Como todos os outros dias, estou no pátio em frente a escola, esperando o tio Ryan vir me buscar. Ele continua sendo meu segurança, papai confia bastante nele e eu também. Como sempre fico de longe, apenas observando meus coleguinhas brincando uns com os outros.

Felizmente não demora muito para tio Ryan chegar, estou ansiosa para chegar em casa e saber se a Ana vai mesmo estar lá. Ela prometeu que hoje estaria. Vou o caminho todo observando os mesmos lugares por onde sempre passamos, tio Ryan sempre faz o mesmo caminho, então eu já tenho todo percurso gravado na memória.

Quando chegamos em frente de casa, saio do carro sem esperar por tio Ryan e vou correndo para dentro de casa. Ao chegar na sala tenho a certeza de que Ana não estava mentindo pra mim. Ela estava lá!

Não que eu não acreditasse nela completamente, mas as vezes os adultos prometem algumas coisas e acabam não cumprindo.

Eu fiquei tão feliz ao vê-la ali que corri em sua direção e me joguei em seus braços.

Ela se prontificou em me ajudar fazer o dever de casa, levei ela para o meu quarto e também tive sua ajuda para tomar banho. Eu só não imaginava que ela iria encontrar uma mancha em meu corpo. Uma última lembrança que Leila deixou para mim.

Antes de ir embora, ela me repreendeu por estar muito apegada a uma estranha, foi assim que ela se referiu a Ana. Disse que precisaria fazer uma viagem, mas antes iria me fazer entender que eu não deveria estar tão apega a uma estranha assim. E quando eu disse que ela era minha amiga, foi como se tivesse acordado o que mais de ruim existia naquela mulher. Eu chorava, mas sem fazer alarde, pois sempre que escutava meu choro ela dizia que a irritava, e que se alguém escutasse tudo seria pior para mim. Ela também sempre dizia que eu era uma mocinha, e por isso deveria ficar calada e não chorar como um bebê.

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