Capítulo 31 (Leila)

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*Revisado*


📑Boa leitura😘

Eu sabia desde de o início, desde o momento que vi aquela garota insuportável entrar naquela casa, que tudo ficaria mais difícil. Ela me reconheceu, apesar de todas as mudanças que Elena me obrigou a fazer, ela me reconheceu. E pior, conhece parte do meu passado, não iria demorar muito para abrir a boca e contar tudo que sabe. Mas o que eu não esperava era que ela fosse me acusar de estar usando o nome de seus pais para algo.

Eu nem sabia que seu sobrenome era Steele, muito menos sabia que tinha pais. Pra mim ela não passava de mais uma rejeitada como eu, sem mais ninguém na vida e que teve a infelicidade de conhecer, ou melhor foi obrigada a conviver com aqueles dois aproveitadores.

Não aguentei quando ela me fez lembrar de como aquele asqueroso se aproveitou de mim, tirando minha virgindade sem a minha autorização, sem que eu pudesse ter escolha. Aquela noite foi apenas o início do meu martírio. No dia seguinte fui para aquela boate, o lugar lindo a princípio. Imaginei que minha vida mudaria, que poderia fazer amizade com alguém, sairia dali, teria minha liberdade e uma nova vida. Mas meus planos foram por água abaixo quando descobri que era impossível tudo isso acontecer.

Todas que estavam ali eram obrigadas a trabalhar, e esse trabalho não era um qualquer. Usavam seu corpo para atrair e conquistar clientes. Uma delas, Lídia, foi quem me trouxe a realidade informando que todos os cantos daquele lugar eram vigiados vinte e quatro horas por dia, que muitas já haviam tentado sair e quando não desistiram, eram pegas e levavam um belo castigo por tentar fugir. Passar por um castigo não seria nenhuma novidade para mim, mas também não gostaria de reviver os momentos de tortura.

Lídia me contou, e mostrou, como todo lugar era muito bem cercado e monitorado, tanto por câmera de vigilância como por seguranças, até mesmo no dormitório. O único lugar que não tinha vigilância era o banheiro, onde se encontrava uma janela pela qual eu passaria facilmente, se não fosse pelas grades que impediam.

Antes mesmo de ser apresentada ao meu trabalho, passei por uma bateria de exames. Felizmente estava tudo bem com a minha saúde física, mas a mental e sentimental havia sido destruída muito antes de chegar aqui.

Minha primeira semana naquele lugar foi horrível, minha experiência com homens era zero, não sabia como agir ou o que fazer. Isso me rendeu muitas reclamações e humilhações, tanto dos clientes quanto do dono da boate. Por isso, passei um bom tempo sem precisar atender ninguém, nem preciso dizer que adorei receber essa notícia.

- Leila, o senhor Barone mandou te chamar. - me informa Lídia.

Nós nos tornamos amigas nesse pouco tempo que estamos aqui. Me aproximei dela com intuito de conseguir ajuda para sair desse lugar, mas logo ela acabou com minhas expectativas.

- Já estou indo. - afirmei deixando de lado o que estava fazendo.

Era dia de faxina, todas ajudamos com a arrumação e limpeza da boate, as mais antigas auxiliam e ajudam na organização e contabilização das bebidas e comidas.

Segui para o escritório do senhor Barone. A porta estava entreaberta, mesmo tendo a visão de que ele estava sentado atrás da mesa, verificando alguma coisa no computador, bati na porta para avisar que estava chegando.

- Com licença... O senhor me chamou?! - peço abrindo a porta, mas não entro, fico esperando por sua resposta.

- Sim, eu mandei lhe chamar, ragazza. Entre e feche a porta! - ordena sem tirar os olhos do que está fazendo.

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