Meu Desejo

Capítulo 72

*Sem revisão*

📚 Boa leitura 😘

A adrenalina do momento fluía livremente em minhas veias. Encontrar com Elena naquele corredor foi uma verdadeira surpresa. Eu poderia imaginar que ela conhecesse o lugar, que sem dúvida já tinha o visitado inúmeras vezes quando trouxe outras meninas, mas jamais passaria pela minha mente este encontro.

Aproveitei o momento de distração que Suzana causou ao encontrar Leila desacordada na suite na qual eu estava trancafiada e segui meu plano. Eu precisava sair dali.

Segui por onde Elena chegou, passando por uma porta dupla e me deparando com um salão com algumas garotas. Assim que as portas se fecham atrás de mim, escutei o grito da Suzana que tentava chamar minha atenção e a de quem mais estivesse por perto. E conseguiu.

As meninas que estavam por ali fincaram o olhar em mim, mas nada fizeram, apenas observaram como se aquilo fosse algo normal de acontecer por ali e estavam prontas para acompanhar o espetáculo.

Sem esperar por mais, vasculhei o lugar rapidamente com o olhar e encontre uma porta, aparentemente de madeira, sem maçaneta, com uma pequena janela oval.

Não me importava em sabe se era a saída ou não, apenas precisava saber que ela me levaria a qualquer lugar que me deixasse mais longe ainda das pessoas que tentavam me manter presa.

Corri na direção ao escutar que os passos apressados antes das portas duplas se aproximavam.

Ao passar pela porta me deparei com algo semelhante a uma grande cozinha, porém continha apenas grandes freezers repletos de bebidas, armários e prateleiras com diversos tipos de copos, taças, garrafas e uma mesa com frutas no centro.

Me dirigi ao fundo do ambiente escutando os gritos de Suzana que perguntava por mim. Não sei se algumas das meninas indicou onde eu estava, mas não pretendia ficar ali esperando para comprovar.

Segui meu percurso para o fundo do local, encontrando alguns caixotes ao lado de uma grande porta de ferro, que tinha um tipo de corrimão em seu meio.

Ela parecia muito pesada, mas não me intimidei, a vontade de sair dali, fugir daquele lugar, falava mais alto que tudo. Empurrei a porta com mais força do que realmente precisava. Ela não era tão pesada quando imaginei, por isso abril de supetão, batendo conta a parede do lado de fora. Com certeza o barulho deve ter ecoando para o lado de dentro, entregando meu paradeiro para Suzana.

Cambaleei para fora, sentindo a briza fresca da noite contra meu rosto. Me virei de frente para a porta por onde sai, que estava se fechando, para constatar que ninguém me seguia.

Sem averiguar o local onde sai, dei alguns passos para trás, na espectativa de verificar se Suzana realmente viria atrás de mim, quando ouvi a voz grotesca atrás de mim.

- Olha só quem eu encontro aqui! - viro rapidamente, encontrando Roger não muito distante de mim. Eu deveria imaginar que se Elena estava aqui, ele deveria estar também.

- O que foi? O Gato comeu sua língua, ou a emoção de me ver vivo é tanta que não consegue falar? - ironiza.

Olho para o local onde o acertei da última vez que nos vimos, e sinto um dos canto dos meus lábios subir com um meio sorriso ao lembrar como o deixei.

- É querida, você quase conseguiu. - ele diz e percebo que, mesmo mancado um pouco, toma impulso para vir atrás de mim.

- Posso não ter conseguido, mas o pouco que fiz vai de ajudar a ter uma vantagem sobre você, agora. - sussurrei enquanto me virava para correr. Porém eu estava totalmente enganada, e o puxão nos cabelos.  que estavam soltos, foi a constatação disso. Meu corpo voltou e bateu contra o de Roger.

- Não me subestime. - esbaforou ao meu ouvido direito, enquanto passava o braço livre pela minha cintura. Esperneei, mas não adiantou muito, apesar de ser mais velho, ele ainda era mais forte que eu, e naquela posição estava em total desvantagem.

- Me solta! - gritei enquanto tentei mais uma vez me livrar dele em vão. Até as unhas, que não eram tão grandes, tentei cravar em seu braço em volta da minha cintura, mas não surtiu efeito algum.

- O que foi? Não está com seu canivete agora? - ironizou enquanto soltou meu cabelo e levou a mão para trás de si, quando voltou meu canivete estava em suas mãos - Reconhece?

Eu resetei. Mas como? Eu lembrava de tê-lo tirado e trazido comigo quando sai daquele orfanato.

- Como? - perguntei.

- Um amigo fez o favor de pega-lo pra mim. - respondeu como se não fosse nada de mais.

Mais uma vez tentei me soltar dele, aproveitar que estava me segurando apenas com uma mão, mas ele foi rápido em abrir o canivete e mirar sua ponta afiada contra minha cintura.

- É melhor ficar quietinha, para o seu próprio bem! - falou mais uma vez próximo ao meu ouvi, sua respiração pesada sobre meu ombro direito.

- É melhor você soltar ela! - a voz de Christian surgiu de um ponto escuro, próximo a boate. Logo em seguida ele surgiu junto com Elliot, atrás de Dylan, que empunhava uma arma. Um certo alívio se fez presente em meu peito.

Ele estava aqui! Ele veio atrás de mim.

- Bem que me falaram que fantasmas voltam para nos aterrorizar. - Roger ironizou assim que viu Dylan.

- Eu avisei! Você está sobre a minha mira. - Dylan alertou, mas isso não causou uma boa reação em Roger. O canivete que estava na altura da minha cintura foi deslocado para meu pescoço.

- É melhor você não tentar nada, moleque! - ele falou com Dylan da mesma forma quando estavamos no orfanato. Pensei que poderia ver ao menos uma fagulha de familiaridade em Dylan, mas não houve. E Roger também percebeu isso.

Nesse momento um som de derrapagem ao nosso lado chamou atenção de todos, ainda pude ver Suzana saindo pela mesma porta que eu e ficar estática aí ver Christian, que no momento ainda não estava prestando atenção nela.

- Nossa carona chegou! - Roger comemorou.

- Eu não vou a lugar nenhum com você. - respondi rispidamente. Estava prestes a mais uma tentativa de me soltar dele, iria tentar pisar em seu pé e me soltar, coisa que ainda não havia tentado, mas a porta traseira do carro abriu e lá dentro estava Isabel.

Como um filme, nosso primeiro encontro passou diante de mim. Seu olhar brilhante pelas lágrimas, assustado, mirou em mim como se visse mais uma vez sua tábua de salvação.

Até o próximo capítulo 😘
Ps.: Perdão pelos possíveis erros!