Capítulo 06 - Bônus Elena

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*Revisado*


📑Boa leitura😘

Herdei o orfanato Raio de Luz dos meus pais. Eles sempre foram benfeitores, mas eu sempre achei isso tudo muito patético. Meus pais iniciaram essa obra social a anos atrás, eu ainda era uma criança. Pior era ter que conviver com aquelas crianças nojentas. Eu não gostava de me misturar, ainda mais quando estávamos na escola, pois as outras crianças pensavam que eu era apenas mais uma órfã.

Somente mais uma que foi jogada no mundo.

Eu tentava dizer, explicar, mas as outras crianças sempre tiravam sarro da minha cara, afirmando que eu era apenas mais uma enjeitada. O tempo passou, eu me formei em pedagogia, por insistência dos meus pais e hoje tomo conta do orfanato. Depois que assumi passei a gostar, não pelas crianças, elas são uma praga, mas pelo que ganho do governo para mantê-las.

Nesse meio tempo conheci Roger, ele precisava de um lugar para deixar uma criança que caiu na sua vida de paraquedas. Segundo ele, a mãe da criança afirmava que Roger era o pai, ele não acreditava, por isso decidiu deixá- lo em um orfanato.

Mas logo de cara percebi que Roger era perfeito para me ajudar nos meus planos, nossa sintonia foi à primeira vista, tanto para os negócios obscuros quanto na cama. Não demorou muito para saber que ele era o parceiro perfeito para dar continuidade ao meu plano de conseguir ganhar cada vez mais com essas crianças.

Ele conseguiu um casarão, não sei como nem com quem, mas logo já estávamos com o dobro de crianças. As mais novas ficaram no orfanato real, as outras mais velhas, que são mais difíceis de serem adotadas, ou as com as quais vamos ganhar mais, vão para o casarão.

Tenho uma amiga no serviço social que sempre me informava quando havia visitas para determinada criança. Claro que se ela estivesse no casarão, eu ou Roger tínhamos uma bela conversa com a criança, fazíamos algumas ameaças para ter certeza de que ela não abriria a boca, a arrumávamos e eu a levava para o orfanato.

E assim seguimos por alguns anos, sempre tendo êxito em nossos planos.

Mas surgiu um problema, as crianças cresceram, não queríamos perder os ganhos, então Roger entrou em uma sociedade com um clube noturno, o Lobby Club, que servia para "diversão", tanto para homens quanto para mulheres. Ele me apresentou ao dono do local, Henrico. Um italiano legítimo, alto, moreno, com um corpo muito bem trabalhado para tornar- se o pecado de qualquer mulher. Mãos grandes, lábios carnudos, olhar cafajeste e um sotaque que me deixa excitada só de lembrar.

Logo nos tornamos amigos e sócios, fornecendo a ele mercadoria de primeira, quase todos os anos. Quando tínhamos meninos e meninas na idade para sair do orfanato, sem ter para onde ir, oferecíamos uma vaga. Claro que não falávamos para eles do que se tratava exatamente, eles só descobriram ao chegar lá, e nessas alturas eles já não tinham mais o que fazer a não ser aceitar sua nova vida. Depois nos foram relatados casos de alguns que fugiram ou tentaram fugir.

Agora estou aqui no casarão, no quarto do Roger, com mais um plano perfeito em andamento que nos garantirá uma bolada.

- Tem certeza que isso vai dar certo? - ele pergunta ainda sem acreditar.

- Claro que vai! Henrico me garantiu que seus homens vão fazer o serviço sem nenhuma falha. - garanto.

Passo algumas noites aqui, mesmo não gostando deste lugar.

- Você ouviu? - Roger pergunta, olhando fixamente para a porta do quarto que está fechada.

- Não escutei nada. - realmente não escutei, estou tão preocupada esperando uma ligação importante que não estou prestando atenção em mais nada.

Mas Roger cismou que escutou um barulho no corredor e foi verificar. Assim que ele sai a tela do meu celular acende.

- Até que enfim! - bufo ao ver meu celular tocando.

- Que demora! - digo ao atender.

- Desculpe, estava esperando o melhor momento para ligar. - responde - A que horas meus homens podem agir?

- Amanhã de manhã. Vão sair para deixá- la na escola. Vamos seguir o plano como planejado. - afirmo.

- Ninguém pode desconfiar do meu envolvimento. - exige.

- Não se preocupe, ninguém vai desconfiar de você. - garanto.

- Certo! Amanhã, assim que sair, meus homens já estarão atrás de vocês. Siga o caminho indicado e tudo sairá bem.

- Ok. Confio em você.

- Sabe que sempre pode confiar, criança. Nos vemos em breve. - desligo após nos despedirmos, e começo a imaginar tudo que vou poder fazer com a grana que vou ganhar em poucas horas.

Acho que a primeira coisa será uma viagem bem longa. Um sorriso se forma em meu rosto com o pensamento de ficar longe de tudo e todos por um bom tempo.

Sou despertada dos meus sonhos ao ouvir uns gritos. Mas não é um grito qualquer. São pedidos de socorro, que logo ficam abafados. Não acredito que Roger voltou a atacar alguma das meninas. Já havíamos conversado sobre isso, eu deixei bem claro que ele só poderia usufruir das que já estivessem prontas para a casa noturna.

Mas como sempre ele tem que se deixar levar pelo que tem dentro das calças. Bufo ao pensar que tenho que levantar para verificar e impedir Roger de estragar mais uma mercadoria. É quando surge um grito horrível vindo do andar de baixo seguido pela movimentação nos quartos.

Dou um pulo da cama e corro para barrar qualquer um que tente passar para procurar por quem está sofrendo. As crianças estranham me ver, pois elas não sabem que passo algumas noites aqui. Pelo menos não sabiam até hoje.

- Está tudo bem! Voltem todos para seus quartos, eu vou ver o que está acontecendo. - mando todos voltarem para seus quartos e sigo para o andar de baixo a procura de onde Roger está. Olho rapidamente a sala e a cozinha, mas não encontro nada. Então me dirijo até o escrito.

- O que está acontecendo aqui? - pergunto ao abrir a porta. Ao entrar no escritório sou surpreendida com a cena que jamais pensei presenciar.

- O que você fez? - pergunto entre dentes.





Até o próximo capítulo 😘
Ps.: Perdão pelos possíveis erros!

: Perdão pelos possíveis erros!

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