Subo a escada do comodo proibido da casa e o som de uma melodia calma e atraente chama a minha atenção. Sigo o som da melodia e podia sentir meu corpo relaxar. Fechos os olhos quando paro de frente a uma porta preta e fico ali ouvindo aquela música.
Era um piano, quem estava tocando, tocava com tanta paixão, tanto sentimento. Dava pra saber através das notas e do peso daquela música.
Seguro a maçaneta e abro a porta com cuidado, olho por entre a fresta e vejo Noah de costas pra mim, ele estava sentando de frente ao piano e suas costas nua moviam conforme ele dedilhava as teclas do piano.
Entro por completo e fecho a porta me escorando nela. Uma cama de casal redonda estava a minha direita e estava iluminada pela luz da lua que entrava pela janela aberta. As cortinas finas voavam com o vento e quase pareciam transparente. O quarto estava meio escuro, mas eu conseguia ver uma estante cheia de livros por trás do piano, a minha esquerda tinha uma mesinha e muitas folhas e lápis espalhados.
O quarto era todo branco e a iluminação amarela o tornava um pouco escuro.
Mordo o lábio inferior quando Noah nota minha presença e me olha por cima do ombro. Ele levanta rápido do banco e não consigo evitar meu olhar curioso sobre o peito nu dele. Ele usava apenas uma calça de moletom cinza.
-você não me obedece mesmo, não é?Sorrio de lado e me afasto da porta- você não manda em mim- repito a resposta de dois meses atrás e ele sorri.
-o que faz aqui?
-eu só segui a melodia do piano, você toca com tanta emoção- dou mais um passo e sinto o vento frio que entra pela janela tocar minha pele- por que não deixa que as pessoas vejam esse lado seu?
-porque eu tenho que ser do jeito que sou Any, se não eles não terão medo de mim...
-mas os seus amigos são sua família!
-não estou falando deles, os meninos não tem medo de mim, eles me respeitam e isso diferente.
Noah já estava próximo o suficiente de mim. Em que momento chegamos tão perto um do outro?
Nossos olhares estavam presos e pela primeira vez eu conseguia ver um brilho no olhar dele. Ergo minha mão e toco seu rosto. Noah fecha os olhos e a respiração dele se torna calma.
-você perdeu o medo- ele sussurra abrindo os olhos e sorrio- por que está aqui Any, por que está sendo legal?
-eu não sei...Na verdade eu sabia. Noah e eu nos beijamos duas vezes e aquilo só confirmou o que eu mais temia, estou apaixonada por ele.
-eu machuquei você, te tratei como um lixo, te fiz perder o sono... esses dias eu tenho notado a sua aproximação, por quê?
Isso é estranho, ele também tem se aproximado de mim, tanto que me beijou.
Mordo o lábio inferior e fito a cama para evitar o olhar dele sobre mim. Urrea sempre sabe quando uma pessoa mente, e eu não quero mentir.
-eu acho melhor eu voltar pro meu quarto.
Giro no calcanhar pra sair, mas Noah segura meu pulso e me puxa de encontro ao corpo dele. Espalmo seu peito, a pele dele é quente.
Noah me olha com tanta intensidade, os dedos dele acariciam a pele do meu rosto e ele tomba um pouco a cabeça pro lado ainda me olhando. Seus dedos descem pela pele do meu pescoço e faziam uma trilha por meu ombro e desce pelo o meu braço. Minha pele arrepia e com a outra mão Noah segura meu pescoço e une nossos lábios.
Isso é tão errado, mas ao mesmo tempo é tão bom. Os lábios dele tem o encaixe perfeito pro meus. Meu corpo corresponde perfeitamente ao seu. Passo meus braços pela cintura dele e o aperto contra mim.
Noah me beijava com carinho, desejo e delicadeza, eu não sabia que ele poderia ser assim.Subo minhas mãos pelas costas dele e parece que o corpo dele esquenta ainda mais. Minhas pernas estavam bambas e eu temia não conseguir ficar em pé.
Diferente dos outros beijos, esse parecia conter desejos reprimidos, paixão e muito fervor.
Urrea agacha um pouco e me pega em seus braços, como um noivo pega uma noiva. Ainda nos beijando ele me leva até a cama e me deita sobre a superfície macia.
A luz da lua refletia em nossas peles e tornava tudo ainda mais bonito. Noah deita sobre mim e fica me olhando com bastante atenção. Ele alisa meu rosto e sorri.
-você podia ser sempre assim- digo erguendo a mão para tocar o rosto dele.
-eu não posso ser duas pessoas, não posso, vocês tem que me aceitar do jeito que eu sou, e eu sou falho, um miserável, isso aqui Elly, faz parte de mim, essa parte minha não me torna uma pessoa melhor, meus erros e escolhas ainda fazem parte de quem sou.
Concordo pois ele em partes tinha razão. Não é só porquê ele mantém isso tudo escondido que ele é outro Noah, aquilo era só uma forma dele por pra fora o que sentia, por pra fora seus demônios.
-Noah, eu sou...-eu sei, sempre soube, e não acho que eu mereço ser o cara que vai te amar pela primeira vez, eu não sou digno disso.
Ele me beija uma ultima vez e afasta uma mecha do meu cabelo.
-mas eu ficaria feliz se você ficasse aqui comigo essa noite.
-você usou mesmo a palavra feliz?- gracejo arrancando uma risada dele e poxa, ele devia rir mais vezes.
-eu fico.
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10 mil visualizações e mil ⭐, digo e repito; vocês são incríveissss!!!!
Fico feliz que estejam gostando da fic, fico bobinha vendo os comentários de vocês.E de novo, obrigada LemosCarolinee por me deixar fazer adaptação da fic e levar alegria pro noany stan :)) ❤
9 capítulos pra fic acabar
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Dívida Criminal - adaptação noany
FanfictionNoah Urrea, 25 anos, herdeiro da máfia italiana. Jovem, bonito, arrogante e tudo de ruim que um rapaz envolvido na máfia pode ser. Seu coração nunca pertenceu a uma mulher, até porque ele mesmo diz que não sabe amar e se recusa a aprender essa "fars...