Química.

12 - Alex.

- Alex, o que você tem a dizer sobre a foto do Wendel usando maconha? - um dos repórteres gritou na sala

- Absolutamente nada! Eu respondo por mim, não por ele! - falei ignorante

- E quanto ao seu envolvimento com a blogueira Iris, ainda estão juntos? - alguém perguntou chamando minha atenção

- É uma coletiva de futebol ou fofoca? - falei ignorante - Não estou aqui pra falar da minha vida pessoal! Se as perguntas não forem profissionais estarei me retirando - afastei o microfone

- Você acha correto está concorrendo na categoria de um dos melhores jogadores do Brasil? - o outro perguntou

- Acho que se eu estou, é por mérito meu, não tem essa de achar certo ou errado, é algo que eu simplesmnete conquistei com meu esforço! - respondi sério

- O Corinthians não tem jogadores melhores que você? - perguntaram

- Tem, e eu concordo, mas o escolhido fui eu, não foi o time que me escolheu para concorrer, foi a mídia! - falei rindo e negando com a cabeça - Não é algo que deva ser discutido!

- Quais são as expectativas para o próximo campeonato? - bebi um pouco de água

- Boas, o time tá bastante focado e vamos fazer um bom jogo! - falei me levantando - Agradeço a presença de todos, por hoje é só!

Me retirei da sala e o Marcos já vinha na minha direção, bufando - Alex, que atitudes são essas? Isso são maneiras de responder a coletiva? - perguntou sério

- Tô cansado e estressado! - falei sério, tentando passar por ele

- Alex, isso aqui não é vídeo game, é vida real! - concordei

- De dez perguntas, nove eram fofocas, seria mais fácil me convidar para um programa de televisão - falei rindo, ele negou com a cabeça

- Você precisa aprender a lidar com a fama, a mídia é isso - suspirou

- A mídia que precisa aprender a lidar comigo, Marcos! - falei entrando no carro

O motorista me deixou no hotel, já eram falado nos quatro cantos sobre minha postura na coletiva, eu não gosto, não sei por que insistem em me chamar, um bando de gente querendo me questionar a minha vida, o meu futuro.

Tomei um banho e pedi uma janta, meu celular começou a tocar e o nome da minha mãe apareceu na tela.

- Oi mãe - falei botando o celular no ouvido
- Alex, o que está acontecendo? Você já viu os canais de esporte? Que arrogância é aquela? - falou rápido
- Não tô entendendo - me fiz de desentendido
- Deixa eu falar com ele - escutei meu pai falar - Filho?
- Oi pai
- Filho, está tudo bem tá? Eles estavam sendo bem inconvenientes pelo que eu percebi
- Uhum, estavam sim, minha postura foi conforme as perguntas
- Você vem amanhã que horas? - perguntou
- Pela manhã, ainda não sei
- Então você venha direto para cá, precisamos ter uma conversa - minha mãe falou
- Ok, boa noite, tchau! - falei desligando

Joguei o celular na cama e o boné longe, se eu pudesse voltar no tempo, teria escolhido outra profissão, bem longe desse estresse todo.

Jantei e deitei na cama, vendo uma nova notificação da Cynthia, como eu queria tá com essa mulher agora, nem que fosse só pra ficar admirando aquele olhar, porra.

Enfrentei um chuva de repórteres no aeroporto, Marcos tava surtando, parecia explodir a qualquer momento, minha agente de mídia, Luciana, não deixou eu parar pra dar entrevista, me arrastando de aeroporto a fora.

- Alex, eu entendo o seu estresse, que toda essa pressão é sufocante! Mas você não pode resolver seus problemas assim! - ela falou séria, sentada em uma das cadeiras de espera

- Eu sei, eu sei - falei concordando

- Vou marcar uma coletiva pra você, essa semana ainda, você vai se redimir - revirei os olhos

- Vamos ver se você ele escuta, se manchando, eu não sei o que se passa na cabeça desses meninos, não sei - Marcos se meteu na conversa

Na fila de espera do voou, tirei fotos com alguns fãs e aproveitei pra me justificar um pouco, cheguei no Rio, só querendo cama, tomei um banho e me arrumei, minha mãe me ligando e eu só rejeitando a chamada, já era por volta das 15h da tarde, estacionei próximo ao Vidigal e liguei para Cynthia.

‐ Alô? - ela falou baixo
- Desce aí, tô aqui embaixo, vim te ver - falei rindo
- QUE? - ela deu um grito do outro lado da chamada - Tá maluco Alex? Tu tá em sp, que doidera é essa? - perguntou
- Não tô mais, agora tô aqui no pé do morro te esperando, vem logo!
- Tá falando sério?
- Tô cara
- Meu Deus...não acredito - falou em tom de desconfiança
- Beleza, Cynthia! Tô subindo aí então - falei impaciente
‐ Calma calma, tô indo, vou só tomar um banho e tô indo!
- Jae - ela desligou a chamada

Encostei minha cabeça no vidro e botei o ar-condicionado no máximo admirando um pouco da praia, tô doido ou não tô?

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