56 - Cynthia.

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Sai do consultório com a primeira ultra do meu bebê, nem preciso falar que chorei igual uma bobona né? E o Alex, chorou de soluçar, noticias boas que amenizam os problemas que a vida traz.

Agora que a verdade veio toda a tona, parece que um peso foi tirado de minhas costas, o jogo de mãe Dalia batendo certinho, tudo se ligando, como pode, ter pessoas tão infelizes no mundo.

Ananda ainda vai pagar muito pelas maldades que ela faz pelos outros, eu deixo pra vida cobrar, ela não merece nem uma palavra minha, só deixo estar!

Quero pegar ela com a mão na massa, no flagra, pra amanhã depois não falarem que NÃO teve provas, eu quero que ela venha fazer algo contra mim, para que a justiça seja feita.

Tô com isso na cabeça desde ontem, nem dormi direito, as pessoas são ruins demais, ninguém gosta de ver ninguém bem, aonde vamos parar? Que mundo é esse?

— Vamos almoçar lá na minha mãe, ela quer me ver — Alex falou abrindo a porta do carro para mim, revirei os olhos discretamente e sentei no banco

— Pode ser! — falei abrindo a janela do carro

Ele foi dirigindo até a Barra da Tijuca distraído, cantando e vez ou outra alisava minha coxa por cima do vestido.

Minha cabeça foi longe, a mãe dele não vai gostar nadinha dessa gravidez, já me sinto mal antes mesmo de chegar lá e contar para ela, é foda isso tudo.

Alex entrelaçou a mão na minha enquanto me puxava para dentro, a sala estava vazia, diga-se de passagem, era uma mansão, mas vozes de vinham da cozinha.

— Cheguei, família! — ele falou alto, entrando em um ambiente, a sala de jantar, uma senhora, a mãe dele e o pai encontravam-se no ambiente

— Filho! Que demora, já estava quase te ligando — a mãe dele falou vindo em nossa direção, ele soltou nossas mãos para abraça-lá — Olá querida, tudo bem? — ela me cumprimentou secamente, sem ao menos me olhar direito, travei em um sorriso

— Amor, essa é minha avó! — ele falou me apresentando a senhora — Vó , essa é minha futura esposa, Cynthia! — ela me abracou forte

Fiquei um pouco sem graça, por ter sido pega completamente desprevenida, ela me abraçava calorosamente e sorria.

— Que moça linda, meu filho! Olha esse sorriso, esse cabelo! Que linda — eu sorri sem graça, ainda abraçada na mulher

— Obrigada, senhora — falei quando ela me soltou — A senhora é linda também — ela sorriu

— Venham, venham! Sente-se, eu fiz uma lasanha para minha netinha, já que finalmente estou conhecendo-a — falou animada, gargalhei

— Pai! — Alex falou do meu lado, apertando a mão do senhor Alfredo que estava em nossa frente

— Como está, moça? — ele perguntou apertando minha mão

— Bem! — falei balançando a cabeça

— É notável em seus olhos! — sorri

Sentamos na mesa e Alex mantinha uma conversa com os pais dele, sobre o Corinthians, contratos e coisas que eu não prestei atenção.

A vó dele, dona Alice, me mimava de todas as maneiras, já me encontrava no segundo prato de lasanha, comendo horroroses e de olho no pudim e no brigadeirão que ela havia feito especialmente para mim.

— Então, temos uma surpresa para contar pra vocês — Alex falou segurando minha mão e chamando minha atenção

— Vá em frente! — senhor Alfredo falou sentado de frente para nós

— A Cynthia está grávida! — Alex falou de uma vez só, um silêncio se instalou na mesa

Todo mundo ficou quieto, um olhando para o outro, o desgosto estampado na cara da mãe dele, o pai completamente surpresos, a avó....

— AI QUE FELICIDADE — Dona Alice levantou animada — Eu sabia, eu sabia, eu já estava sentindo que viria um bisnetinho para mim! — eu sorri sem graça — Venham, me abraçem! — mandou — Olhe só, Alfredo, meu menino já vai ser papai...— uma voz interrompeu-a

— Que brincadeira é essa, Alex? — A mãe dele perguntou levantando da mesa rápido, ela bufavava

— Brincadeira? Amostra a ultra para ela, amor — mordi meu lábio inferior com força, pegando a ultra na bolsa e botando em cima da mesa

— Como...como que vocês deixaram isso acontecer assim? Você não tá nem 1 ano com essa menina....— o desgosto na voz dela, ecoava pela cozinha, o olhar dela me cortando por inteira

— Mãe, essas coisas acontecem...— Alex falou baixo com os ombros caídos

— Bom, gravidez significa felicidade né? E é isso que essa gravidez trará para nós, vamos brindar! — O pai dele falou levantando com a taça na mão — O Alex também não foi planejado e nos trouxe muitas alegrias, não será diferente dessa vez. — concordei, quieta, era como se eu fosse ser atacada a qualquer momento, ele também não havia gostado da notícia, mas diferente dela, a preocupação dele não era comigo.

Abracei a dona Alice e ela me puxou de sala a fora, me levando para um jardim lindo, que havia atrás da casa, composto por uma piscina enorme e um campo de futebol.

— Eu vou pegar um pedaço de pudim para você! Você precisa se alimentar bem agora — ela falou tudo rápido, entrando de volta na casa, me deixando ali sozinha

— Amor? — escutei o Alex me chamar, me virei rápido, olhando ele entrar pela porta, acompanhado do pai, que estava com um girassol lindo na mão

— Oi vida — ele me abraçou pela cintura e me deu um beijo na testa

— Para você. — O pai dele estendeu o girassol para mim — Girassol significa felicidade, e é isso que você traz desde que chegou na vida do meu filho. — peguei a flor do sol completamente sem graça, minha cara indo no chão e voltando várias vezes

— Obrigada! De verdade mesmo! — falei levando a flor até o nariz e sentido o cheiro docinho que ela emanava

— Cynthia, eu já me questionei muito em como seria o futuro dele, mas, o tempo foi passando e eu parei de me questionar, sabe por que? — neguei com a cabeça — Meu filho é adulto e a vida dele não me interessa mais! Ele toma as próprias atitudes, ele quem escolhe como fará o futuro dele. — concordei — Seja lá como será daqui pra frente, saiba que vocês podem contar comigo para tudo. — concordei surpresa

— Te amo pai — Alex falou atrás de mim — Seremos muito mais felizes ainda. — ele beijou minha bochecha

Comi tudo que tinha direito, a vó me mimando e toda hora me perguntando sobre o bebê, muito confortável a presença dela, a mãe do Alex, não se limitou em me dizer nem um parabéns, nada, ela sumiu, não apareceu mais na sala e incrivelmente isso passou despercebido pelo Alex.

Deitei do lado do Alex na espreguiçadeira de frente para o jardim, ele abraçou minha cintura, descansando a mão em minha barriga e suspirou ,provavelmente quase dormindo, meus olhos vagaram pelo grande jardim e eu pude ver com nitidez, em minha imaginação, um pinguinho de gente correndo por ali, com os olhos do Alex, os cabelos iguais aos meus, a minha cor, o fruto do nosso amor.

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