23 - Cynthia.

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— Tem como me deixar em casa, por favor? — perguntei encostando a cabeça no vidro do carro, Alex concordou — Eu não acho que sua atitude foi errada, mas, infelizmente, essa é a minha realidade. — encarei ele

— Nunca vou ver um homem oprimindo uma mulher e vou ficar quieto! — ele falou sério — Aquela mulher deveria fazer no mínimo, expulsar ele de lá, mas não. — riu debochado, negando com a cabeça várias vezes — Ela prefere tratar vocês como bonecas ambulantes, que qualquer um chega e faz o que quiser. — suspirei

— É o meu trabalho, Alex! Eu não tenho muito o que se fazer. — ele concordou — Se eu for mandada embora amanhã, eu perco toda a minha renda. — passei a mão no rosto, e engoli a saliva com força — Você não pode mais agir assim! — ele me encarou de relance

— O que? — riu — Você queria que eu ficasse quieto então? — passei a mão no rosto mais uma vez

— Alex, presta atenção! Eu sei o que eu estou dizendo, eu dependo daquilo lá, não entra numa com a Ananda, por favor! — pedi me ajeitando no banco — Eu conheço ela o suficiente para saber que ela não é flor que se cheire, ainda mais quando se metem nos negócios dela — ele concordou

— Não tenho medo e agirei daquela forma quantas vezes for preciso! — falou sem me encarar — Mas se você prefere assim! Ok! — neguei com a cabeça

— Você não entende! — ele concordou quieto

— Dorme comigo hoje? — perguntou estacionando o  carro e se virando para mim — Bora esquecer esse assunto, fica comigo? — pediu me deixando surpresa

— Tudo bem! — falei fazendo carinho na mão dele

Entramos no elevador, ainda em silêncio, todo momento a voz da Ananda vem em minha mente, e se ela me demitir? A única fonte de renda que eu tenho ainda, é trabalhar lá.

Ele veio mais para o meu lado e abraçou minha cintura com carinho, beijando a minha testa — Desculpa — murmurou baixo — Não queria ter agido desse jeito, mas foi inevitável — me encarou

— Tá tudo bem ok? — dei um selinho nele — Só não sei como as coisas ficarão agora.— saímos do elevador e ele abriu a porta

— Você não consegue um estágio? Caso ela te demita, tem mesmo que continuar lá? — encarei ele sem entender — Vocês deveriam exigir um pouco mais de respeito, que é o mínimo que aquela mulher deve dar para as funcionárias dela, vocês não são objetos! — engoli a seco

— Alex, as coisas não funcionam assim, infelizmente — neguei com a cabeça sentada no sofá — É O MEU emprego, eu não tenho outro, eu preciso dele, não posso simplesmente largar tudo assim — suspirei

— Não entendo, como aquela sem noção não faz nada em relação à isso — ele falou sério andando pela sala — Ela tinha que ter uma segurança maior lá, pra esses caras fazerem alguma maldade com uma de vocês, é pouco — concordei

— Eu sei, eu também acho, mas você não pode mais agir assim, entendeu? — apoio os braços em minhas pernas passo a mão no rosto — Eu respeito a sua indignação, eu também fiquei surpresa, me sinto humilhada, mas eu ainda não tenho outras escolhas — ele abaixou na minha frente

— Ei, olha pra mim — segurou meu rosto —  Você é inteligente pra caralho, se ela querer te mandar embora, tu não vai ficar largada de mão não! — as lágrimas começaram a descer — Você já tá quase terminando a faculdade, consegue um estágio rápido, tu é batalhadora, esforçada, fica pensando nisso não — secou minhas lágrimas

Abracei ele pelo pescoço e nos beijamos, um beijo cheio de carinho, tomamaos um banho juntos e dormimos agarradinhos.

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