O início.

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Um dia.

Apenas um dia me separava de 1 de setembro de 1989. O dia da minha ida para Hogwarts.

Vários dias da minha vida eu esperei por esse momento. Há pouco mais de um mês eu recebi a minha carta. Vindo de uma família totalmente bruxa, não foi uma surpresa, é claro. Mas sempre gera um certo impacto. É como se um sonho se tornasse, finalmente, real.

Minha mãe, quando viu, deu gritinhos finos de felicidade. Meu pai, frio como sempre, olhou e me parabenizou, mas pude vê um pequenos, um mero sorriso de lado de felicidade. Meu irmão me abraçou e falou que estava muito feliz, além de comentar que daqui há dois anos seria sua vez, e que, desse modo, eu poderia contar os segredos de hogwarts para ele quando o mesmo fosse.

- Temos que comemorar! - disse Narcisa, minha mãe, quando a parda coruja da própria escola de magia e bruxaria de hogwarts me entregou a famosa e esperada carta.

- Iremos chamar as pessoas mais próximas, a elite que poderá, num futuro próximo, lhe conceder um trabalho no Ministério da Magia.  - Completou meu pai, Lúcio. Típico dos dois, se preocupar com o meu futuro antes do meu presente, com os bens que poderei conquistar através de sua influência, não apenas no Ministério, mas em toda sociedade bruxa britânica.

- Não se esqueça de chamar Severo Snape - disse Narcisa, se virando para mim no momento que finalizava a frase - ele será seu professor responsável na escola. Acho que será uma boa ideia ele já ir se adaptando a você.

Ela se referia ao fato dele ser o coordenador da Sonserina, casa onde toda a minha família, menos pessoas renegadas, como o assassino Siruis Black e a filha da irmã renegada da minha mãe, Andrômeda - outrora Black, agora Tonks- foram.

Sempre me perguntei se eu iria para Sonserina. Não me considerava uma pessoa ambiciosa, mas sim determinada. Tinha uma certa noção do que eu queria, todavia também sabia do esforço que seria necessário para alcançar meus objetivos. Minha própria astúcia, na minha visão, não estava ligada ao pensamento sonserino, mas sim a inteligência da Corvinal, a sabedoria deles.

Nunca havia compartilhado esses pensamentos com ninguém, nem com meu irmão, Draco, uma pessoa que eu sabia que poderia confiar. Na realidade, eu diferia muito da Sonserina e, principalmente, da ideologia "Toujours Pur" que minha família pregava.

Essa ideia de manter - se sangue - puro "custe o que custar" sempre me assustou. Não existia nenhuma razão racional para isso, uma vez que mestiços e nascido trouxas, ou como meus familiares costumavam dizer, "sangue ruins", não pareciam diferir de força mágica nenhuma em relação a eles. Isso que seria o importante, não? Suas habilidades mágicas, afinal.

Os nascidos trouxas sempre me atraiam. Nunca conseguir pensar em passar dez anos da minha vida sem conhecer magia e, em cinco minutos, BOOM. Você é um bruxo. Diria que isso seria tenso, de forma bem eufemística. Achava isso bastante coragem da parte deles, enfrentar um mundo totalmente novo, necessitando se adequar aos paradigmas necessários.

Sempre me mantive calada sobre esse assunto. Sabia que, para eles, era uma questão definida. Se eu os contradissesse, dizendo que não concordava com essa linha de pensamento, poderia ser expulsa de casa ou, muito pior, renegada. Esse pensamento não me agradava em nenhum aspecto.

Conhecia poucos parentes que haviam sido expulsos pelo pelo lado da minha mãe, os Black's, mas um deles se destacava. Sirius Black.

Não me agradava o pensamento de Sirius ter matado mais de uma dezena de trouxas e ter se juntado aos comensais da morte, grupo que, inclusive, meu pai já participara antes de Voldemort ser enfrentando. Mas esse é um assunto que é melhor eu não comentar. Voltando para a situação do Black, ele era uma pessoa incrivelmente corajosa. Podendo ser até um exemplo pra mim. Havia ido para a Grifinória, casa rival da Sonserina, que pregava a coragem acima de tudo, e fugido de casa no último ano na escola. Não apenas isso, minha mãe sempre dizia que ele desafia a família, seu quarto era repleto de posters da grifinoria, além de sempre defender a casa acima de tudo. Considerando meus pais, essa seria uma atitudes, no mínimo, ousada. Se não tivesse cometido os delitos citados anteriormente, realmente seria um dos meus ídolos.

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