3.1.

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Minha volta para casa não havia sido diferente da dos últimos dois anos. Passei o resto de junho e julho inteiro trancada no quarto. Pude estudar alguns assuntos de forma adianta, como normalmente fazia. Fiz a redação que Snape pedira sobre poções redutoras e a de Binnes sobre a queima de bruxos no século XIV, além de estudar um pouco de Grindylows.

Estava ansiosa para a minha carta de Hogwarts. Quando ela chegasse significaria que eu poderia pedir para a minha mãe a autorização para Hogsmeade, algo que venho esperando desde o primeiro ano. É legal irmos para o vilarejo via mapa do maroto, mas com certeza eu ficaria mais confiante indo pela via normal e correta.

E não tardou a chegar. No final de junho, uma coruja das torres entrou no meu quarto e me entregou duas cartas. Uma era a lista dos materiais de Hogwarts que vinham todo ano. A outra era bem mais grossa que o costume. Nela, tinha escrito:

Prezado Sra. Malfoy,
Queira registrar que o novo ano letivo começará em 1 de setembro. O Expresso de Hogwarts partirá da estação de King's Cross, plataforma três quartos, às onze horas.
Os alunos de terceiro ano têm permissão para visitar a aldeia de Hogsmeade em determinados fins de semana. Assim, queira entregar a autorização anexa ao seu pai ou guardião para que assine
Estamos anexando, nesta oportunidade, a lista de livros para o próximo ano.
Atenciosamente,
Profa M. McGonagall
Vice-Diretora

Estava lendo a lista de materiais desse ano quando ouvi uma batida na porta

- Entre - ordenei

Minha mãe entrou no quarto muito animada. Acho que já sabia o que era

- Draco recebeu a carta de Hogwarts! - ela exclamou - seu pai fará uma reunião amanhã pela noite, se arrume.

- E quando acabar a reunião, imagino eu que continuarei trancada no meu quarto? - perguntei. Já não aguentava mais ficar em regime domiciliar na minha própria casa. Sendo bem sincera, não compensava eu ter duas semanas incríveis enquanto eu me sentia horrível no restante dos meses.

Ela não tinha mais a cara de bosta (sendo bem sincera) que normalmente ficava quando eu tocava nesse assunto. Sua cara era de explicação

- Eu e seu pai conversamos, e eu o convenci de que não era saudável você passar tantos meses assim. Ainda está em discursão, mas estamos vendo se você vai poder andar em casa normalmente. - ela concluiu. Parecia até satisfeita, acho que ela se sentia muito generosa de ter me deixado liberta.

Eu sabia que eles me deixarem sair do meu quarto não iria mudar o fato de que eu continuaria a vê os gêmeos e Tonks. Como eles passavam quase que o dia inteiro fora e Draco normalmente ia para a casa de algum amigo, agora eu teria que jantar e dormir em casa. A manhã e à tarde eu iria para a casa dos Tonks/ Weasley

- Porque vocês deixaram? Eu pensei que vocês queriam que uma pessoa que estava na Grifinória e andando com pessoas inferiores, como eu, tivesse um castigo, algo assim. - conclui. A cara de bosta voltou para o rosto da minha mãe

- Para ser exata, não deixamos nada ainda. A situação desse mês é diferente, Vênus... Além disso, eu não me sinto bem sabendo que a minha única filha estava sofrendo como você estava. - sua expressão era sincera, o que me surpreendeu

Minha mãe sempre foi muito fria em relação a esses assuntos, mas eu podia vê que aquilo era o que ela realmente sentia. Querendo ou não, ela me ama.

- É claro que você ainda está proibida de ir para a casa daquelas pessoas. Ainda confiamos que você conseguirá vê que tudo o que fazemos é pelo seu bem. Também não queremos que você tenha uma raiva da gente, parece que nós nos preocupamos mais com você do que você mesma. - ela terminou.

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