04 🥩 Inexplicável

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         O que vejo a minha frente é definitivamente, inexplicável

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         O que vejo a minha frente é definitivamente, inexplicável.

A mesa imensa de madeira está repleta de comida, de todos os tipos e sabores. Queijos, bolo, pão, torrada, geleia, até mesmo pedaços suculentos de carne. Tudo o que eu realmente gosto. Estou salivando, tudo parece realmente apetitoso. Além disso, algumas flores enfeitam o centro. A sala de jantar, um local amplo e aconchegante,  mantém  a decoração antiga e elegante de época. É definitivamente uma mansão enigmática e elegante.

— Sirva-se à vontade. — Ele fala, então senta-se ao meu lado em uma cadeira de madeira antiga.

— Eu não quero comer, obrigada. — Apresso-me a respondê-lo secamente.

Ele me olha de soslaio, como se estivesse analisando-me.
— Você precisa comer.

— Como pode me garantir que a comida não está envenenada? — Soltei de uma vez, sem pensar. Se ele acha que me enganaria tão facilmente está errado.

— Eu comerei também — diz, então coloca uma carne no prato, que parece bastante apetitosa. Pega um considerável pedaço da mesma com as mãos e enfia de uma vez na boca.

— Eu não sou ingênua, se é o que pensa — refuto, sem fazer questão de ser gentil. — E quero sair daqui agora!

— Você não pode sair daqui, sinto muito. Deve acostumar-se com a ideia de que aqui é  sua casa agora. — Diz calmamente, escuto o rasgar de seus dentes sobre a carne, o que me causa repulsa.

— O que diabos você pensa que fará comigo? — Questiono. Sinto minhas mãos tremerem, então abaixo-as para não serem vistas.

— Quero sua companhia, por hora.  E agora quero que coma. — Ordena. Seu olhar é autoritário, frio. Sinto um corrente fria e desconfortável percorrer o meu corpo, o peso de seus olhos inexpressivos estão sobre mim.

E então,  resolvo comer. Estou realmente com muita fome e a comida é muito boa. Por alguns minutos esqueço que fui sequestrada e estou sob os cuidados de meu estranho sequestrador, contudo, logo aquela sensação esquisita e incompreensível retorna.

— Se você me matar, será pior pra você, acredite — afirmei, temerosa. Fito seus olhos claros e enrugados com fervor, ele não pisca.

— Considere-me um amigo, Ellie —  seu olhar tempestuoso paira sobre mim e eu sinto uma sensação sufocante, deixando os restos de comida alí no prato.

Levanto rapidamente e começo a correr pela casa, tentando achar a porta de saída, meu coração acelera descompassado. Ao encontrá-la tento abrir, pendo meu corpo para trás e puxo a maçaneta, mas está trancada.  Uma onda de adrenalina invade meu corpo e de repente toda a perfeição daquela casa me parece agonizante. Eu morrerei se continuar nesse lugar, eu sei. E em minha mente uma única frase ecoa: "Eu preciso fugir".

Não tenha medo, Ellie (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora