09 🥩 Falsa promessa

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Encaro seus olhos claros com desprezo, mas não deixo o sentimento transparecer, então apenas sorrio ao som suave e repugnante de sua voz aos meus ouvidos

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Encaro seus olhos claros com desprezo, mas não deixo o sentimento transparecer, então apenas sorrio ao som suave e repugnante de sua voz aos meus ouvidos. Nesse momento, eu me torno uma outra versão de mim mesma.

— Esperei muito tempo para vê-la novamente, Ellie. — Diz, seu olhar firme e penetrante sobre mim me causa arrepios. Ele me encara por segundos angustiantes, sinto um tremos percorrer o meu corpo, mas tento controlá-lo.

Com a claridade instaurada no lugar, eu consigo  enxergar tudo ao meu redor. O porão no qual estou há várias horas é pequeno, mas existem inúmeros adereços que me fazem acreditar que aqui foi o palco de um imensurável massacre. O lugar é acometido por manchas de sangue seco no carpete, o cheiro de ferro queimado continua impregnado e nesse momento, entendo o porquê de não haver mal cheiro. O lugar vazio me faz pensar que não restou aqui nem um pedaço de carne humana sequer. No centro, há uma mesa de ferro grande e alguns utensílios sob ela: machados, facas e diversas armas cortantes as quais eu não conheço. Sinto um frio desconfortável percorrer o meu corpo e se instaurar em minha espinha, causando-me uma sensação agonizante. E de repente, uma ansia de vômito repentina vem, mas eu a seguro, pondo as duas mãos sobre a boca com firmeza.

Ele percebe o meu olhar e então se aproxima devagar, abaixando-se à minha frente, na escada, ficando face à face comigo. 

— Gostou do lugar? Costumava vir aqui antes, quando não tínhamos um local seguro. — Diz, proferindo cada palavra com naturalidade, como se todo o horror à minha frente fosse natural, não passasse de um hoby. — É meio escuro e diferente do resto da casa, mas eu gosto de lugares sombrios. — Ele sorri, então me encara, parecendo esperar por uma resposta e eu penso que ele só pode ser realmente, um louco.

Chego a conclusão de que isso está na cara. A mente doentia e distorcida desse homem aos poucos, começa a me interessar, e se eu descobrir o que há por trás dela, posso arranjar uma forma de ajudar as diversas almas presas à essa maldita casa. Inclusive a minha.

— Você quer me matar, não quer? — Digo com ferocidade, meus olhos penetram os seus, à essa altura, tudo que eu sei é que não adianta ter medo. E que não posso ter medo. Mesmo assim, ele se instaura, no mais profundo e oculto do meu ser.

Ele me olha sério, parece analisar-me por completo e isso me deixa desconfortável.
— Por que acha que eu te mataria, Ellie? — Questiona-me, e então sinto vontade de rir, ironicamente. Por que você é um maníaco assassino, talvez?

Apresso-me em respondê-lo.
— Por que você disse isso. Ou esqueceu? — Digo, então o encaro, esperando uma resposta.

— Por ora, eu não posso matar você. — Ele me encara com um olhar indecifrável e se cala por segundos angustiantes, mas logo em seguida, profere — eu não quero machucar você, Ellie.

Nesse instante, a confusão se instaura em minha mente. Como assim ele não quer me machucar? Como o homem que há pouco me torturou e dizia querer me matar muda de opinião de uma hora para outra? Sentia um alívio repentino, que era cortado pela onda de pavor e medo que seu olhar sobre mim causava. Eu sei, se eu quiser sair ilesa, — ou quase isso, já que perdi meu dedo —, preciso jogar seu jogo. E é isso que farei.

— Como é seu nome? — Pergunto de repente, o homem me encara parecendo surpreso, seus olhos inexpressivos arregalados. Lentamente, o sorriso gentil e sádico toma conta de sua face, deixando rugas próximas aos olhos à mostra.

— Jonh. Jonh Jones.

— Você estaria interessado em um acordo, sr. Jones?

O homem me fita com atenção, mantendo seus olhos em cada milésimo de movimento meu, e eu percebo.
— Que tipo de acordo? — Ele pergunta, então senta-se no chão ao meu lado, com o mesmo sorriso  gentil e aterrorizante. Sua atenção está completamente presa à mim.

— Você me deixa viva e em troca, eu posso trabalhar para você, na sua casa. — Proponho, embora esteja nervosa, faço o máximo para que isso não aparente. — Prometo não me meter nos seus… negócios. 

Jonh sorri abertamente, mas por vários minutos não diz nada, apenas me encara com o mesmo sorriso. Engulo em seco, sentindo o receio que essa figura sentada à minha frente me traz.

— Não vejo porque não, Ellie. Mas isso só será aceito com uma condição. — Diz, uma das sobrancelhas arqueada, eu não consigo decifrar o que ele tem em mente.

— Qual?

Segundos se instauram até que a resposta vem, direta e cortante.
— De que você entenda que de agora em diante, sair dessa casa significará sua sentença de morte.

Aquele estremecimento volta a tomar conta do meu corpo. Sinto o medo sendo velado, enquanto sorrio friamente em concordância com as palavras do homem à minha frente. Estendo a mão sem um dos dedos para ele, que a segura sem relutância.
— Negócio fechado. — Digo, mas na verdade sei,  essa será uma promessa que não cumprirei.

Oi, bixtecas, tudo bom? Eu tenho andado meio doente, mas espero melhorar logo

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Oi, bixtecas, tudo bom? Eu tenho andado meio doente, mas espero melhorar logo.♡ Agradeço pelo carinho, comentário e voto de cada um de vocês, continuen ajudando a levar essa história a mais pessoas, seria um sonho realizado. Muito obrigada por tudo, galera!
Me contem o que acharam do capítulo, vou amar saber!

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Beijão!

Não tenha medo, Ellie (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora