08 🥩 Sonhos

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Estou no breu sufocante desse porão há horas incontáveis, quem sabe, dias

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Estou no breu sufocante desse porão há horas incontáveis, quem sabe, dias. Perdi completamente a noção do tempo. Sinto minha boca encher de saliva, em uma tentativa de me manter hidratada, o gosto traz-me ainda mais sede. Meu estômago ronca descontrolado e àquela altura, eu comeria qualquer coisa que encontrasse pela frente. Tateio o lugar em que estou deitada e ergo-me um pouco, encontro as escadas, subindo degrau por degrau com cuidado, com os joelhos e as mãos sob eles. Deixo as horas passarem em conjecturas, sentada na escada, frente à porta do porão escuro. Aos poucos o sono começar apossar-se do meu corpo pelo cansaço das noites em claro, então o sinto ficar mais leve. 

Estou em um local que me parece uma escola, observo vários jovens andando pelos corredores de um lado para o outro, mas nenhum deles parece me ver. Continuo a andar pela escola, a qual aos poucos começo a recohecer este lugar, é a PineCrest School, a escola onde estudo. Ela está um pouco diferente, as paredes são pintadas na cor azul e os armários estão cinzas —, ao contrário das cores que possuem atualmente—, mas a estrutura se mantém quase idêntica. As vestimentas dos alunos também são completamente diferentes, a maioria das garotas usam saias de cintura alta estilo anos 80. Poderia jurar estar em outra… época?

Ando pelos corredores calmamente, observando cada detalhe, é  nesse momento que avisto um casal próximo à fileira de armários, no corredor. Ele é alto e tem cabelos escuros e lisos, os olhos são tão azuis que podem ser notados de uma considerável distância. A garota ao seu lado tem cabelos lisos e compridos e olhos verdes como esmeraldas, sua beleza é contrastante. Estão conversando e rindo despretensiosos, parece haver algo a mais que uma simples amizade entre eles e eu os admiro, no mesmo instante em que lembro de Daniel. O casal começa a caminhar pelo corredor rindo e conversando, passando por mim rapidamente, como se eu não estivesse alí.

E de repente o cenário dentro da minha mente muda, como em uma cena de um filme. Estou no meio de um campo aberto, o céu está escurecendo e percebo nuvens escuras acima, como se fossem névoas, tornando o céu costumeiro  azul vívido opaco e sombrio. Avisto alguém há muitos passos adiante e começo a caminhar rapidamente, a fim de ver de quem se trata. Quanto mais me aproximo, consigo ouvir vozes conversando sobre algo que não consigo distinguir o que é, então corro para me aproximar mais, até que percebo que se trata do mesmo casal o qual havia visto no meu atual Colégio. A garota encara o jovem de cabelos escuros e olhos claros, seu olhar tem um pesar notório, ela franze as sobrancelha, então profere, enquanto o garoto à sua frente a encara, sem reação.
— Desculpe-me, mas eu não sei se posso ajudar você. — Profere, as palavras soam cortantes e percebo quando o garoto começa a desesperar-se, de repente. Seus olhos claros como o céu estão arregalados, uma expressão de desespero estampa sua face. — Ninguém além de você mesmo pode te ajudar nisso.

— Você não pode fazer isso, comigo, por favor! — Ele grita, o desespero parece cortar a sua garganta e a garota dá um passo para trás, mas não se abate diante àquilo. — Me diz, por favor! O que posso fazer para que me perdoe? Você é tudo o que tenho!

Ela o olha, relutante e séria, mas era possível visualizar resquícios de lágrimas em sua iris esverdeada.
— Esqueça-se de mim.

E então eu  abro os olhos. Sinto minha respiração pesar e recupero o fôlego com pressa, meu corpo inteiro treme e sinto uma sensação de frio desconfortável. Passo a mão sobre minha testa, sentindo o suor gelado que acumula-se sob meu corpo. Lembro-me do sonho e conecto-o as lembranças que costumo ter desde pequena, sem conseguir encontrar algo concreto. Os sonhos e relapsos se misturam,  tornando-se um emaranhado confuso e sem sentido, o qual eu não consigo compreender. Levanto devagar em meio ao breu ao qual eu tenho me acostumado e percebo que a dor quase cessou, minha perna parece estar bem melhor. Considerando o tempo que devo estar aqui, é de se esperar.

Chamo por Sarah, por mais incrível que pareça, a companhia da garota fantasma traz-me certo conforto. Chamo uma ou três vezes, mas ela não aparece. É então que escuto ele abrir a porta do porão abruptamente. A luz invade o ambiente, fazendo com que meus olhos se comprimam pela luminosidade. Não lembrava como é viver sob a luz e mesmo que eu tivesse a oportunidade de voltar a ver a luz, eu não queria se isso significasse estar perto desse homem. Mas eu sei que preciso enfrentá-lo. Ele está com um sorriso gentil nos lábios e parece eufórico, o que me causa certo medo. Jones aproxima-se devagar e agacha ao meu lado, fitando meus olhos com firmeza.

— É maravilhoso vê-la novamente, Ellie.

Tudo bom, minhas bixtexasss? A partir desse capítulo, os segredos começam à  vir a tona

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Tudo bom, minhas bixtexasss? A partir desse capítulo, os segredos começam à  vir a tona. Espero que estejam gostando e lembre-se, todo comentário é válido, principalmente os construtivos.
Esse capítulo foi mais curtinho, mas é muito importante para o desenrolar da história. E sexta temos mais um! Muito obrigada por tudo e continuem em casa, lendo muito e fazendo coisas que vocês gostam. Indiquem este livrinho pra alguém também, ficarei feliz!

Ah! Antes que eu esqueça:

Ah! Antes que eu esqueça:

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Não tenha medo, Ellie (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora